quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Porque a vida é feita de mudanças e a minha não é excepção.


Cá está ela, o raio da mudança. E, verdade seja dita, não gostei dela por aí além. Mas uma pessoa habitua-se. Que remédio.

Nos último anos, antes deste, a minha vivência desta febre do recomeço de Setembro resumia-se a ISTO que escrevi há quatro anos.
Este ano, teve de ser diferente. A Bolachita deixou de ser um bebé. Tenho noção disso. A custo. Mas tenho. A Bolachita vai fazer três anos não tarda nada. (não, não pensei num tema para a festa de aniversário. não, não enviei convites para a festa de aniversário. não, não planeei qualquer tipo de festa de aniversário.) E, por conseguinte, a Bolachita entrou para o jardim-escola. Foi na passada segunda-feira.
Já disse que a Bolachita deixou de ser um bebé?


A Bolachita iniciou um novo ciclo. É verdade. Por isso - e só por isso - Setembro e a sua famosa rentrée já fazem algum sentido por aqui.
Todos os dias úteis, de manhã, tenho de a vestir de forma mais compostinha. Tenho de a pentear (ainda não me esqueci de a pentear uma única vez nestes quatro dias. estou-me a tornar uma mãe quase exemplar). Tenho de a levar à escola. Tenho de me despedir dela e fazer de conta que não a vejo a torcer o beicinho e a lacrimejar, enquanto retribuo, sempre a sorrir e já do outro lado do portão de saída, o último beijinho que me lançou. 
E vou buscá-la à tardinha. É a melhor parte, esta. Aquela em que, mal me vê, se põe a correr de braços estendidos na minha direcção. Aquela em que só pára de gritar mamã quando, finalmente, a levanto no ar e encosto uma das suas bochechas a outra minha. Aquela em que, quando - a custo - a consigo voltar a pousar no chão e lhe dou a mão, caminhamos lado a lado e ela me dá um beijo repenicado na mão, mal passamos o portão. 


E se continuo sem necessidade - nem vontade - de comprar caderninhos com frases inspiradoras na capa e restante material de papelaria, não pude escapar a certas compras. 
A Bolachita não entrou no público. Depois de muito pensar, percebi que não a podia obrigar a passar mais um ano comigo. Só comigo. O dia todo. Não podia deixar que só convivesse com outros putos nas nossas idas ao parque. Não a podia obrigar a aturar-me mais um ano. Não podia. Não devia.
A Bolachita anda numa "escolinha" (não sou muito de diminutivos, é certo. mas então este, não posso mesmo com ele. é visceral. primeira e última vez que o uso. prometo.) que tem uma farda completa. Não é só um bibe, não senhor. São babetes. E trouxas para guardar os babetes. E chapéu para o sol. E fato de treino. E calção com respectivo pólo. E mochila com lençol e almofada. E mais não sei o quê que a minha cabeça não foi feita para memorizar estas coisas. E tudo bordadinho, com o nome da criança.

Esta rentrée está a ser diferentes das anteriores.
E está a custar-me um tico. (literalmente falando e não só.)

9 comentários:

  1. Está a crescer… mas nunca deixará de ser a tua menina! ;)

    beijinho Grande,
    FATifer

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    1. Também acho, FAT. Mas, pelo sim pelo não, tenho andado a perguntar-lhe - todos os dias, várias vezes ao dia - se ela é o meu ‘bébé d’amour’ e, até agora, tem-me respondido que sim. ;)

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  2. Estou sempre a dizer isto aqui, mas a Bolachita está mesmo uma menina crescida! Ela era um bebé ontem x) como é possível?
    Espero que continue a correr tudo bem. A parte do beijinho na mão quase que fez o meu relógio biológico dar um tiquetaque. A tua miúda é mesmo querida pá.
    Agora... farda para tudo e mais alguma coisa? :\ Fiquei com pena de ti. Se há coisa que deteste são fardas. Até odeio bibes. E chapéus iguais. É extremo. Patologico mesmo, admito XD mas não gosto mesmo nada, nada, nada, não há nada a fazer!
    (o que vale é que a Bolachita é gira e única sempre, mesmo vestida de igual a mais vinte crianças :P )

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    1. É verdade, Anouska. Também não percebo onde se enfiou o tempo.
      ‘quase’? só quase? Pensa lá com carinho, vá. Queremos uma Anouskinha ou um Anouskinho para dois mil e dezassete. Tic tac... tic tac... ;p
      Também não gosto de fardas. Nem de toda a panóplia de coisas que a acompanha. Mas temos de aceitar umas quantas coisas para viver, pacificamente, em sociedade…
      (O que vale é que tu és uma moça fixe. Sim, já disse. Mas volto a dizer. Vinte? Uns setenta pirralhitos no primeiro ano, com a mesma farda da Bolachita, isso sim…)

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    2. Ahah para dois mil de dezassete nao há de ser, tenho pelo menos de conseguir sair de casa e "independentizar.me" mais o meu homem xD e olha que não está fácil, nem a perspetiva é muito animadora.
      Podes crer, comigo acontece o mesmo, os sapos que temos de engolir que vez em quando só para conseguirmos viver em sociedade. As fardas até é um mal menor x)
      Tu é que és uma fixe. Setenta?! Isso é muito pirralho pá :P

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    3. Pois… os contratempos da vida são chatos mesmo. Mas, pronto, que este seja mais um incentivo para saíres de casa dos pais e juntar os trapinhos com o teu moço no próximo ano. Depois é multiplicar os treinos. ;D
      Eu? Fixe? Era bom era… :p yep. Três turmas de primeiro ano. Todas com exactamente a mesma farda.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Enquanto for só um tico em vez de ser o tico e o teco não te podes queixar (muito, vá lá). Um abraço aqui de quem já lá esteve. (blogdocaixote)

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    1. Eheheh. Não me queixo muito, não. Que não vale a pena gastar grande tempo com isso. ;) Obrigada, gabzia. Outro para ti. :)

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