Anda toda a gente por esta blogosfera fora a dizer que estamos no mês do amor. Não sei se é de ser uma pessoa distraída, despistada e tudo e tudo ou se a moda só pegou mesmo este ano. Mas uma coisa é certa, eu cá nunca tinha ouvido falar de tal fenómeno em anos anteriores. É pá, o 14 de Fevereiro tudo bem (enfim, "tudo bem" é como quem diz...), já tenho de levar com ele desde que me conheço como gente. Agora o resto do mês, in-tei-ri-nho*, é uma novidade e pêras.
Vai daí, blogue sim, blogue sim, encontramos, desde o início deste mês, posts e mais posts dedicados à coisa. Como se fosse o maior acontecimento de todos os tempos. Fevereiro: o mês do amor. Uauuuuuu, que coisa mai' linda e de grande importância para o bem comum, do país e do mundo, quiçá do universo. Ele é fotos dos interiores das pessoas (das casas delas, atenção, não estou a falar do corpinho da malta. Ele há doidos para tudo - que os há - mas não me parece que se ande por aí a ingurgitar tudo quanto é símbolos de S. Valentim para se ter a alma aconchegadinha de amor. Caso contrário, avisem por favor) decorados a preceito com vermelho e mais vermelho, coraçõezinhos, velinhas e pétalas de rosa. Ele é aquelas frasezitas da praxe, cheiinhas de mel e, essencialmente, repletas de lugares comuns pegajosos que só eles. Ele é descrições de demonstrações, provas e juras de amor que nunca mais acabam. Ele é textos e mais textos a elogiar-se e a bajular-se a cara-metade que é a melhor do mundo inteiro e que nos (salvo seja. este "nos" é usado no sentido lato. não me metam nisso) faz sentir super felizes e que nós (salvo seja, again. não quero cá misturas) não merecemos de tão perfeita e maravilhosa que é. E blablabla e blablabla e blablabla. Que pieguice medonha. Xô!
Eu cá fico super hiper mega enjoada. (E não, não estou grávida outra vez. Tenho a certeza absoluta. Ponho as minhas duas mãos no lume como estou mais perto do ser virgem outra vez do que do estar grávida. Acreditem. Acreditem.) Aquela melosidade toda mete-me impressão. Faz-me espécie. Deixa-me perplexa. O que se há-de fazer.
Quem por aqui passa há algum tempo, sabe perfeitamente que me irrita o conceito de haver o dia disto e daquilo. Já o disse. Volto a dizer. Para mim não faz sentido. Ponto. Então passar do dia ao mês e ainda para mais sendo o amor o assunto escolhido para animar a festa... uiiii... minha gente... Devem imaginar o que penso da coisa. Mesmo assim, e porque, ao que parece, ser-se mãe nos torna mais amáveis, mais meigas, mais ternurentas, mais afectuosas, mais doces e mais sensíveis entre outras características muito positivas também, não posso deixar de contribuir com um singelo post para celebrar este mês de Fevereiro.
Está dito. Amanhã a coisa dá-se. Aguardem.
* tentando ver o lado positivo da coisa (e eu já estou por tudo), pode-se dizer que é uma "sorte" o mês de Fevereiro só ter vinte e oito dias (vinte e nove, no pior dos casos). São dois ou três dias a menos de sofrimento,vá...