Aqui fica uma mini amostra. Que não queremos cá mau olhado para as nossas bandas.
* miss Bolachita
Eu sei que já venho atrasada com este post.
Mas, na altura, esqueci-me. Ou não me apeteceu ligar o computador. Ou foi por outra razão mais que válida qualquer.
O certo é que estou extremamente satisfeita com o meu jeito para fotografar e apeteceu-me, agora, partilhar mais este meu dote com a malta.
Todos os anos, preparo uma caça às bruxas, ou aos monstros, ou a outras cenas aterradoras, com pistas e outras cenas muito bem pensadas e executadas por mim, que me dão uma trabalheira danada e que a Bolachita adora fazer. Até porque, se chegar ao fim com sucesso, tem sempre uma recompensa e toda a gente gosta de receber um presentinho, seja no Halloween, seja noutro dia qualquer. Pronto.
Depois de lhe ter mostrado mais uma surpresa que tinha preparado para ela.
- Mamã, eu adoro tudo o que tens na tua cabeça. Mas, o que eu mais gosto, é quando vens ter comigo sem eu me aperceber e apareces com o teu sorriso especial.
{onze de Janeiro de dois mil e vinte e três}
Obs: fotografia tirada pela Bolachita, sem eu me aperceber, quando estávamos a preparar este post.
esperança.
Bouge ton cul!
CASAMENTOS
Já não ia ao casamento de um familiar - que não fosse casamento meu - há mais de quinze anos.
Este ano, lá me convenceram a ir ao casamento da minha prima R, que casou com o R. Aproveitaram e também baptizaram o filho, o pequeno R.
Foi bom por poder voltar a estar com as minhas sobrinhas que, infelizmente, só vejo uma vez por ano. E para descansar a malta lá da aldeia, provando que, de facto, ainda estou viva.
Este é o décimo ano em que Agosto deixou de ser o meu mês preferido.
Há dez anos que não estou com a minha mãe neste mês. O mês que, durante trinta e cinco anos da minha vida, foi o mais esperado na nossa família.
O que mais me custa é saber que, passem os anos que passarem, venham as décadas que vierem, Agosto nunca voltará a ser o que era.
Nenhum dia voltará a ser o que era,
nenhum mês,
nenhum ano.
A minha vida nunca voltará a ser feliz como o era nos meses de Agosto em que tinha a minha mãe à minha beira. A minha vida nunca voltará a ser tão feliz.
Estávamos as duas sentadas no sofá da sala. E, como tantas outras vezes, a Bolachita pediu-me um abraço.
Já abraçadas [porque, volta e meia, aproveito estes momentos para ver se ela está fria; já que a nossa casa não é das mais quente], pergunto-lhe:
- estás com frio? é que tens os pés frios. eu já te disse várias vezes, não é preciso estar a perguntar-te. se sentires que estás com frio - ou a ficar com os pés frios - vais buscar um casaco ou um par de meias mais quentes. tu já sabes.
- sim, sei, mamã. e também sei o que é quente.
- ainda bem que sabes. até porque não é bom ficar com frio.
- mas e tu; sabes o que é quente, mamã?
- hum... diz-me tu.
- quente é o teu abraço enrolado no meu.
{três de Fevereiro de dois mil e vinte e três}
Pronto. Pronto.
Vou fazer um esforço pela malta.
Então, é assim. Lembrei-me agora que tinha mandado vir um vestidinho durante estes saldos. Quem passa por aqui há algum tempo sabe muito bem que só compro roupa nos saldos. E tem de ser saldos à séria; isto é com 70% de desconto para cima.
Diz que o vestido em questão custava 29.99€ e, quando o vi no site da marca, estava a 3.99€. Achei um óptimo negócio. Porém, esqueci-me, na altura, de um detalhe importante. Eu já não tenho vinte anos. [Nem duas vezes vinte anos. Será que valho por duas de vinte e dois e meio? Matematicamente falando, sou capaz.]
Conclusão. Como pessoa sensata que sou, vou devolver o moço.
Agora, se há por aí uma alminha que está sem ideias para o jantarinho romântico com o/a mais que tudo logo à noite e gostou do modelito - que, cá para mim, é bastante apropriado para a efeméride - pode passar cá por casa e levá-lo.
Na boa.
De nada.
Um domingo de Dezembro. Castelo Mágico, Montemor o Velho. Na fila, para que a Bolachita possa aceder a um percurso de arborismo. Atrás de nós, um menino - da idade dela ou talvez um pouco mais pequenino - visivelmente nervoso, com algum receio de ter de fazer aquela actividade.
O senhor, ainda jovem, que acompanha o menino e que me parece ser seu pai:
- Vais fazer, vais. Isto não mete medo nenhum. Então, és um maricas ou és um homem?
E é assim que essa minha convicção - por vezes, propositadamente esquecida, nos recantos da minha solidão - se confirma, apanhando-me desprevenia; qual chapada "bem" dada, seguramente, não merecida.