quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Apesar de ser uma anti-social assumida, de não conviver com malta alguma, de amar o sossego do meu lar sem ninguém a apoquentar-me; consigo assistir - sem qualquer predisposição ou preparação prévia - a faits divers que confirmam a minha convicção imensamente profunda de que o ser humano não tem emenda.

 

Um domingo de Dezembro. Castelo Mágico, Montemor o Velho. Na fila, para que a Bolachita possa aceder a um percurso de arborismo. Atrás de nós, um menino - da idade dela ou talvez um pouco mais pequenino - visivelmente nervoso, com algum receio de ter de fazer aquela actividade.


O senhor, ainda jovem, que acompanha o menino e que me parece ser seu pai:

- Vais fazer, vais. Isto não mete medo nenhum. Então, és um maricas ou és um homem?




E é assim que essa minha convicção - por vezes, propositadamente esquecida, nos recantos da minha solidão - se confirma, apanhando-me desprevenia; qual chapada "bem" dada, seguramente, não merecida.

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