sexta-feira, 1 de junho de 2012

To be or not to be blogger, that is the question

Eu tenho de admitir que sempre gostei do Cláudio Ramos. Nunca o achei mal educado, maldoso, nem nada do género. Nunca percebi tanto ódio que ele gerava nas pessoas. Achava-lhe imensa piada nos tempos da Tertúlia Cor de Rosa, contrariamente à Maya e a outras desenxabidas que por lá passaram, como a Alexandra Fernandes* ou a Valentina Torres. Não era das coisas mais enriquecedoras, intelectualmente falando, mas a malta também tem de desanuviar um pouco. Sabe bem. Por isso, sempre que podia, não perdia uma Tertúlia, exclusivamente pelo Cláudio Ramos. Pela sua graça, pela sua ousadia, pelas suas brincadeiras. Por nunca se levar a sério. Por saber divertir, divertindo-se.
Confirmei que, para além disso, o Cláudio era uma boa pessoa quando substituiu o Nuno Eiró na sua rubrica do mesmo programa (já não me recordo o nome). A apresentadora (Fátima Lopes, na altura) fez questão de dizer que o dinheiro que o Cláudio recebia a mais por este extra era revertido, na sua totalidade, a uma instituição de solidariedade. Na altura, o Cláudio ficou embasbacado e só acrescentou algo do género (já lá vão alguns anos, uma pessoa não se pode lembrar de tudo à letra): não estava à espera deste extra, não preciso dele para viver e sei que há muito boa gente que precisa. Fiquei a gostar ainda mais do Cláudio nessa altura, confesso.
Quando dizia que gostava do moço, a maioria das pessoas ficavam horrorizadas à minha volta. Mas, claro, eu sempre estive bem me marimbando para a opinião dos outros a este respeito.
Há uns meses atrás, descobri o blogue do Cláudio Ramos. E, para ser muito sincera, aos poucos, a minha opinião sobre o Cláudio Ramos alterou-se um pouco. É os conteúdos que ele lá coloca. A maneira como, por vezes, escreve. São alguns diálogos que me parecem vazios, sem grande sentido.
Já o vi, poucas vezes é certo, na sua nova rubrica da manhã. E não lhe tenho achado piadinha nenhuma. Não sei se, efectivamente, esta rubrica não é tão acutilante, não tem tanta graça, ou se estou a ser um pouco condicionada pelo que eu tenho lido no blogue dele.



Depois, veio-me uma pergunta à cabeça. Será que os meus conhecidos e amigos me iriam ver de maneira diferente se lessem o meu blogue? Nunca terei resposta a esta pergunta, pois absolutamente ninguém que eu conheça sabe da existência desta coisa aqui. Mas, pensando bem, até que gostava de ter uma resposta a esta pergunta. E espero, sinceramente, que não. Que não me iriam ver de maneira diferente por aquilo que poderiam ler aqui. Pois que aqui sou eu. Sou tanto eu como a conversar com amigos à volta de uma mesa bem animada.


* Para me lembrar do nome desta moça (tal é a importância que lhe dou) tive de ir ao google e colocar "menina da meteorologia". Apareceu logo um vídeo do youtube com o nome da piquena. Bem nascido Google!

6 comentários:

  1. Bem, como nunca gostei do raparigo, parece que nos estamos a aproximar no gosto.
    Do resto...não comento. Acho que cada caso é um caso, Mam'Zelle. A linha de cada blog não é necessariamente idêntica.

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    1. Concordo contigo, Vic. A linha de cada blog não é necessariamente idêntica e, acrescento, ainda bem. No entanto, julgo que, seja qual for essa linha/intenção, o blog contem sempre muito do seu autor, porque é ele que perde o seu tempo a escrever por lá.

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    2. É verdade Mam'Zelle. Há e tanto mais quanto mais a ele nos dedicamos. Mas se se fizer com gosto, o tempo perdido ( ou ganho?) a escreve-lo é bem empregue :)

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    3. Estou a ver que concordamos, mais uma vez, Vic :)
      Quanto ao tempo, esse é sempre perdido, pois não volta atrás. Agora, é certo que mesmo perdido pode trazer-nos algo/muito de bom. E aí, efectivamente, estamos a ganhar. Não o tempo, mas outras coisas ;)

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  2. Muito boa questão, Mam'Zelle. Eu julgo que o que escrevemos, mesmo sendo ficcional, traz ao de cima o que nós somos de verdade. Todos os nossos eus. Nem que seja nas entrelinhas. É muito difícil escapar a isso, não digo que não seja possível.
    No meu caso, as poucas pessoas que me conhecem e me lêm, começam por estranhar (sou muito menos expansiva e conversadora na realidade), mas depois descobrem que não podia ser outra pessoa.

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    1. Concordo completamente contigo, Alexandra. A não ser os blogs que, logo à partida, servem exclusivamente para dar visibilidade a textos, histórias de ficção que vão sendo escritas; há muito do blogger que transparece. Mesmo disfarçado, mesmo o autor optando por um certo distanciamento em relação à sua vida real.
      Pensando melhor, as pessoas que me conhecem também poderiam achar alguma estranheza ao ler o meu blog. No meu caso, por mostrar aqui o meu lado mais emocional que tento esconder no dia a dia. Não sou de mostrar o meu lado mais triste e desiludido nesse meu dia a dia. Pensando ainda melhor, por aqui também ainda não o tenho mostrado assim tanto. Ainda não estou muito habituada a esta coisa da blogosfera. Ainda tenho algum receio de poderem saber quem é a Mam'Zelle...
      E, para concluir, muito bem-vinda Alexandra, a Grande :)

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