sexta-feira, 27 de maio de 2016

Será que sou só eu? #5

Que não entende esta malta dos blogues que fecha aquele que alimenta há anos, assim de repente. Depois, abre um novo. E a razão que apresenta para esta decisão drástica é o estranho facto de 'já não se identificar' com o antigo blogue. Aquele mesmo blogue que criou e no qual publicou, diariamente, textos e mais texto escritos, suponho eu, por si. Essa malta que, dia após dia, gritava alto e bom som (ou seja, escrevia com toda a determinação) que o seu blogue era um prolongamento de si mesmo e que tudo o que lá colocava era a demonstração da sua autenticidade e sinceridade mais profundas.

Eu percebo que uma pessoa deixe de se rever em algumas acções e atitudes que teve no passado. (Umas noites de copos, então, podem ser tramadas para qualquer um/a. A não ser que, espertos com eu, não os bebam.)
Eu acredito que uma pessoa evolua. (e a evolução é saudável. é mesmo. tanto ou mais do que umas idas ao ginásio e uns batidos bio.)
Eu aceito que cada pessoa faça aquilo que queira e bem entenda. (se isso não implicar meter-se comigo, claro está.)
Mas, porra, uma pessoa nunca deixa de ser quem é por muitas voltas que dê a sua vida. O que pensou/disse/viveu no passado faz parte do que é. Os erros - que, possivelmente, cometeu - ditaram as hipotéticas mudanças que foram surgindo. Esse passado, que com tal acto pretende apagar, foi fundamental para a construção de quem diz ser agora.

É assim ou não é?
É que, se assim não for, crucifiquem-me já.
Eu cá me aguento.

19 comentários:

  1. Respostas
    1. Menos uma probabilidade de ser crucificada, uma!

      (Sempre soube que eras cá das minhas. :D)

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  2. Depende, há nomes de blogues que podem direccionar para um tópico específico e limitem muito a escrita pelo tópico em si...
    Mas até certo ponto concordo contigo.

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    1. hein? desculpa, mas não percebi, LAH.
      não é por uma pessoa chamar ‘tomates’ ao seu blogue que não pode falar de bananas ou de outros frutos e legumes nesse mesmo espaço. digo eu.
      Até que ponto é esse teu 'certo ponto'? Antes ou depois da crucificação? É que isso é que realmente importa. ;p

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    2. Eu também não quero saber mas há pessoas que acham que se o blogue se chama tomate não se pode falar de bananas... É uma perspectiva diferente porque somos todos diferentes...
      Se alguém tem um blog que diz "Viver em Amesterdão" é normal/legítimo que o tema se centre nisso e haja quem pense que não deve escrever sobre viver no Canadá...

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    3. Sim, somos todos diferentes. Sim, temos de aceitar as várias perspectivas. Mas cada um está no seu direito de questionar essas mesmas perspectivas. :)
      Se é normal, não sei. Legítimo, talvez. Mas, a meu ver, não deveria ser limitador.

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  3. Já estou a construir a cruz.
    A que horas?

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    1. Queria... isto não é assim tão simples, ó romano-zeco. Acredito que esteja mortinho para me ver na cruz. Mas, primeiro, vai ter de explicar, tim tim por tim tim por que razão válida acredita que não é assim. Depois, sim, se for efectivamente uma razão com pés e cabeça, pensamos numa hora para a crucificação.









      (um conselho: aproveite a madeira para um determinado robot de que estou à espera há tempo demais.)

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  4. Às vezes leio post's meus antigos e sinto que não me identifico mesmo com o que escrevi na altura. 8 anos de blogue dá nisso, naturalmente, uma pessoa cresce, evolui, muda alguns gostos, o mundo à volta muda também. Não me envergonho disso, faz parte da minha história, de alguma maneira. Neste momento sinto que não me identifico nadinha de nada com o nome do meu, mas ao mesmo tempo custa-me mudar o nome e perder identidade. Criar um de raiz nem pensar, tenho lá paciência para isso.

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    1. “Não me envergonho disso, faz parte da minha história, de alguma maneira.” – aqui está o cerne da questão.
      Ainda não é contigo que sou crucificada, parece-me. ;)

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  5. Ultrapassa-me. Trocam de blogue como quem troca de cuecas.

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    1. Este foi sem dúvida o melhor comentário. Gostei bastante da forma honesta e directa. Nada mais a acrescentar.

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    2. S* - Não diria tanto. Mas fica a ideia.

      O Alquimista - Deixou o laboratório e a Grande Obra para vir comentar no casebre? Tão ‘fofo’.

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  6. Cá eu perdi tudo! f*deu! Tive de voltar fresca e fofa com um blog que está nu de todo!!!

    só me apetece chorar...

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    1. A sério?! Mas como raio fizeste tu isso? Fresca, até vai que não vai, agora ‘fofa’? Tu não me envergonhes, ó pastora! ;p

      Não chores, pá. Vê lá o lado positivo da coisa. Antes nu que com vestimenta pindérica. ;D

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  7. Eu aceito que cada pessoa faça aquilo que queira e bem entenda.
    Mas...
    desde que faça aquilo que eu quero/penso/sonho...
    É como a cena dos anónimos e não anónimos. No entender de algumas pessoas que abominam anónimos mas aceitam comentários de anónimos, um nick basta para deixar de ser anónimo, mesmo que ninguém saiba quem está por detrás do nick.
    E a lógica é uma batata.

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    1. Acredito que o/a anónimo/a, mesmo tendo começado por transcrever uma afirmação minha, não esteja a sugerir que aqui a Mam’Zelle anseie que os outros façam o que ela quer/pensa/sonha.
      Primeiro, porque sou pessoa que não sonha (até a dormir é difícil).
      Depois, porque não pretendo abrir uma seita nos próximos tempos (essa cena deve dar um trabalho danado e eu sou pessoa cheia de preguiça e muito pouco dada a manadas).
      Assim sendo, prefiro que a malta tenha os seus próprios quereres, pensares e sonhos.
      Sobre abominar e não aceitar comentários de anónimos, nada tenho a dizer. Nunca vivi esse tipo de experiências. Ainda.

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