terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Para Vos Contemplar

 Estou sempre atenta às janelas espalhadas cá por casa.

À espera.

Não de pessoas. 

Nunca quis muito saber de pessoas. Contrariamente à minha vizinha do lado que, de vez em quando, me liga a contar, detalhadamente, tudo o que se tem passado, nesses dias, na rua da frente.


[fotografia tirada de uma das janelas da sala. sem filtro.]


E quando, fruto da minha espreita,  estas - e outras - belezas me aparecem num dos caixilhos de PVC, transformado em moldura digna de quadros dos mais conceituados museus, percebo que vale sempre esperar, por mais que as agruras da vida me tenham incitado a ser demasiado impaciente,

comigo,

com os outros,

com o mundo.



[escrito a 8 de Novembro de dois mil e vinte; com algum complemento de hoje.]

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