segunda-feira, 13 de abril de 2020

CEGUEIRA aPURAda


Sonhei-te,
duas noites seguidas.
Não te vi o rosto,
nem tinhas corpo.
Mas era a tua voz invulgar,
a estremecer-me outros sentidos.
Era o teu cheiro no ar;
o teu toque, na curva da minha anca;
o teu sabor, na minha boca,
a acariciar os meus lábios
e desassossegar-me a língua.
Eras tu; e eu tua.

7 comentários: