terça-feira, 30 de junho de 2020

Ó dois mil e vinte, deixa-te lá de ser cabrão.

Há dias
- melhor dizendo, há noites -
vi a minha vida a andar para trás.
Toda ela.
Para trás.
Num rebolar,
que me pareceu eterno,
senti dor.
Perdi os sentidos.
E, depois de os reencontrar,
abri os olhos e afirmei:
"eu estou bem".
É óbvio que,
dadas as circunstâncias,
não estava em mim.
Des-somatizei,
aparentemente.
Porque,
infelizmente,
não é bem assim.
E nem está em causa,
aqui,
a queda,
as feridas,
os hematomas;
a dor
física
que senti.
O não estar bem,
vai muito além
dessa dor.

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