terça-feira, 14 de março de 2017

Salteadores selectivos


Há beijos que nos tiram tudo.
Não é só o ar. Não é só o fôlego.
Despem-nos a pele, esvaziam-nos o corpo, aprisionam-nos a alma e sugam-nos o coração.
Depois, quando terminam, devolvem-nos, aos poucos, tudo aquilo que nos roubaram.

Ou talvez não.
Que não sei mais por onde pára a minha alma,
e já nem falo do coração.

5 comentários:

  1. Mam'Zelle,
    Salteadores/as há que nos merecem toda a atenção. Desde logo pelo azoamento e pela iniciativa de nos tirar algo para devolver, logo depois, em dobro. Diz-nos a experiência e a observação que não é tão irreal. Ou então é o inebriamento da poesia e do verbo. ;)
    Que a alma vá longe, sem esquecer o regresso!

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    1. Por último (por lapso e esquecimento) e tão mais relevantes - os salteadores - quando têm o dom da selectividade.

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    2. É bom quando tira e devolve. Melhor ainda é quando guarda o que é nosso e oferece o que lhe pertence em troca. Quanto à poesia, por vezes, consegue, através dos seus inúmeros recursos, suplantar a realidade. Mas há caso em que nem lá chega perto. ;)
      Ela volta. Sempre. Geralmente enriquecida. :)


      Ser-se selectivo é um luxo. E acho que é um dos muito poucos que tenho.

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  2. Se atordoam dessa forma então não faz mal saber que nada se sabe, pois sabe imensamente bem.

    Beijo :)

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    1. Bem. E que posso eu acrescentar a isto? Nada. Já que o disseste tão bem. :)

      Beijo, Eros ;)



      [Tão bom ter-te a comentar por aqui, de novo.]

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