sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Eu tentei. Juro que sim.


Mas não consigo gostar daqueles blogues And they live happily ever after.
É como aqueles livros de auto ajuda que vendem milhares de exemplares e conseguem dezenas de reedições. Não gosto nem consigo entender que haja quem goste. E depois fico intrigada. Pudera.
Não é não querer que as pessoas tenham vidas perfeitas. Não é não querer que as bloggers em causa sejam as melhores cozinheiras do mundo. Não é não querer que tenham a actividade (pois que essa gente não tem um trabalho, tem uma 'actividade') mais enriquecedora e desafiante de todos os tempos. Não é não querer que tenham os filhos mais perfeitos do mundo e os maridos mais amorosos do universo. Não é não querer que vivam na casa mais luminosa, acolhedora, cheirosa, bem decorada e branca de todas as casas. Não é nada disso. Estou-me nas tintas para o que as outras pessoas têm ou deixam de ter. Não tenho inveja nem da boa (que isso não existe. não vale a pena saírem-se com essa) nem da má. Só não consigo achar piada a esses blogues. Ponto. Tudo me parece artificial. Tudo me parece too much. Tudo me parece limpinho, bonitinho, calminho demais. A bem dizer, aborrecidinho demais. É isso. Chato que não se aguenta.
Leio uma ou duas linhas e fico num tédio horroroso. Obrigo-me a ler mais uma e outra (uma pessoa quer tentar perceber o sucesso da coisa) e aquela sensação de corante químico aumenta. Vejo as fotos - regra geral retiradas de blogues e sites estrangeiros - usadas para ilustrar a descrição de cada divisão perfeita dos seus lares e só me apetece devorar esses outros blogues e sites. Porque lá  mostra-se beleza, equilíbrio, alma, sem a tentativa de quem publica de se apoderar dessas imagens. Estão ali para inspirar, fazer sonhar ou simplesmente para serem vistas e apreciadas enquanto imagens.
E é o que eu faço, quando tenho tempo e disposição para isso. Escapar para esses outros lugares que fazem sonhar, sem tentarem vender a ideia de que o que eles vivem é que é um sonho. E até pode ter a sua graça, sonhar-se um tico, quando uma pessoa não se sente enganada.





nota: este post foi escrito há uns mesitos, quando ainda andava entusiasmada com a casa nova. neste momento não consigo nem sequer pensar em decoração. estou para ver se, antes do fim do ano, a situação se resolve. tenho as minhas dúvidas. mas vamos lá ter um tico de fé, não custa nada. agora, a minha opinião sobre os blogues enfadonhamente fofinhos mantem-se. é que é tal e qual.

2 comentários:

  1. Às vezes vou lá espreitar esses sítios à mesma, mas assino por baixo. As melhores fotos, as melhores roupas, as melhores casas, as melhores relações, os melhores cosméticos, os melhores filhos aos abraços, os melhores jardins, as melhores tardes a fazer panquecas (suspiro).

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