quinta-feira, 30 de abril de 2015

Vê lá se aprendes, que eu cá não duro sempre


Isto é que é um chili con carne em condições:


E, não, não é mania minha. Quanto muito, é mania dos Mexicanos*. Até porque não foi a Mam'Zelle que inventou a dita paparoca.




* e não me venham com aquela história de que o chili nasceu foi no Texas. Não quero saber. Para mim, chili que é chili é mexicano. e, quanto a isso, estamos conversados. e, tu, pxiu!

É minha, acreditem.


No início do mês que agora termina, a Bolachita levou as últimas vacinas recomendadas para a idade dela. Agora, só aos cinco/seis anos é que volta a levar picas.

Desde a primeira vacina, aquela dos dois meses, que a enfermeira me vai avisando da alta probabilidade de a Bolachita ficar irritadiça, com febre e inchaço na zona onde foi administrada a vacina. Gelo para o inchaço e Ben-u-ron para a febre. Sempre foram estas as recomendações da Sra. enfermeira, no caso de o mais provável acontecer.
Nunca aconteceu. Nunca observei alteração alguma no comportamento da Bolachita em dias de vacina. Sempre a mesma. Eléctrica e feliz.*

E as pessoas, parvinhas, teimam em dizer que não sai à mãe, a minha Bolachita.
Pois fiquem sabendo que ela é forte como o raio, apesar daquela sua aparente fragilidade de menina. Tal e qual como eu.



* também tem os seus dias menos bons, atenção. não é perfeita - longe disso - a minha Bolachita. E ainda bem, acrescento eu. Agora esse seu feitiozinho nada tem a ver com as vacinas que levou. Sim, sim, mais facilmente tem a ver com o facto de, uma vez mais, sair aqui à mãe. (aquela cena do "quem fala verdade não merece castigo" encaixa tão bem nesta última parte. uiiii.)

terça-feira, 28 de abril de 2015

O Estranho Caso da Chave Saltitona

Capítulo XIX


O silêncio.
Um pesado e interminável silêncio. Aquele silêncio que se veste de medo, de apreensão assim como de uma contrastante, inesperada e inexplicável excitação, eis o que se sobrepôs a uma possível resposta do João naquele momento.

Tu não sabes o que te espera, pois não, João?, insistiu, quebrando de novo o silêncio, a sensualidade tornada voz.
Estou a ver que não queres falar. Assim sendo, vou deixar-te aqui fechado. Vou deixar-te a pensar na tua vida, na Maria e na chave. Volto dentro de uma hora. Espero ter-te mais colaborante quando voltar, concluiu.

João ouviu os saltos a rodopiar sobre si; a porta a fechar-se, novamente, num ranger metálico ensurdecedor; aqueles passos lentos, mas decididos, a desaparecerem progressivamente.


O silêncio de novo.
Um silêncio mais leve e bem-vindo. Aquele silêncio que se deseja e se procura quando o barulho que nos vai na cabeça se torna insuportável. E era esse o barulho que teimava em não abandonar a mente de João. Um burburinho cheio de tudo o que tinha vivido nos últimos tempos.
Respirou fundo, na esperança de enxotar todo o cansaço acumulado. Tentou mexer as mãos. E, apesar da dor que sentiu, esboçou um sorriso. As meias de liga da Maria eram bem mais suaves nos pulsos do que aquela fita-cola fluorescente, pensou. E esse sorriso instintivo trouxe com ele a memória não só da Maria, como da Elisinha também. Do gato que ficou vesgo e do burro do cigano que abalroou a ex-noiva. Do estendal da D. Leocádia e do Ford Cortina do ex-futuro-sogro. Voltou a viver, em poucos segundos, todo o alvoroço dos últimos dias.

De repente, como que por magia – daquela que só se dá em contos de fadas ou nos espectáculos do Luís de Matos o ruído desapareceu. A cabeça já não pesava. Sabia perfeitamente o que fazer. Ser o que sempre foi. Eis a chave para se libertar daquele imbróglio onde o tinham metido sem sua autorização. Ser ele próprio, o João conquistador que deixa - com o seu corpo escultural esculpido e moldado por um qualquer artista do classicismo grego (sim, sim, daí o reduzido tamanho do instrumento*. não se pode ter tudo.) - louca qualquer mulher. Era isso mesmo. Usar o seu irresistível charme. O seu corpo invejado pelos Deuses. Os seus olhos de um verde-azeitona inconfundível e hipnotizante. O seu parlapié arrebatador. E seduzir, até a deixar louca, a mulher por detrás daqueles saltos altos e daquela voz misteriosa.


E, assim, foi um João seguro de si e tremendamente excitado - já sem ponta de medo ou apreensão – que ouviu, pela terceira vez, o ranger metálico da porta que o separava da liberdade pela qual tanto ansiava. Os passos, naqueles tacões desafiadores, desta vez mais rápidos mas sempre decididos, calaram-se para deixar entrar em cena a voz provocantemente tentadora que já o tinha deixado intrigado uma hora antes.

- Parece-me que já te dei tempo suficiente para pensares. É desta que colaboras, João?


(continua... espero eu...
 e ainda bem que esperei, é que a história continua, de facto, AQUI.) 

(para ler o capítulo anterior, basta clicar AQUI.)



* atenção, não foi aqui a Mam'Zelle que atribuiu esta característica à personagem. Que fique bem claro. Até porque não sou de avaliar tamanhos. Nunca... Esta informação foi facultada aos leitores no início do capítulo IX. e reiterada no decorrer do capítulo XIII.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Post promocional

Não sei se toda a malta que por aqui passa já ouviu falar do fenómeno blogosférico do momento, de seu nome O Estranho Caso da Chave Saltitona. Mas até que gostaria de saber.
Eu cá, tapadinha de todo, só comecei a dar pela coisa ao ler o capítulo XVI, no blogue do C.N.Gil. Antes do texto dele, aparecia uma lista de nomes de blogues antecedidos do número de um capítulo. Mas, na altura, nem liguei.  Eram muitos links para ir ver e o tempo não dá para tudo.
E não é que, ontem, sou desafiada pelo FATifer a acrescentar mais um capítulo à alucinante, de tão empolgante, história?
Aceitei, claro está. Um tico receosa de fazer má figura, confesso. Não é fácil passar depois de tão ilustres nomes e tão interessantes capítulos. Mas, pronto. Todos sabem perfeitamente que se deve dar o devido desconto à Mam'Zelle. Depois, já desafiei outra blogger - com uma escrita única e invejável e uma enorme sensibilidade - a pegar na história a seguir a mim. Por isso, nada de grandes preocupações, o estrago será limitado porque já o tenho devidamente controlado. 

O Estranho Caso da Chave Saltitona 

 

Prólogo - Xilre
Capítulo I - Calma com o andor
Capítulo II - Dúvidas Cor de Rosa
Capítulo III - A Mais Picante
Capítulo IV - Mirone
Capítulo V - Pasme-se quem puder
Capítulo VI - A Uva Passa
Capítulo VII - Kiss and Make Up
Capítulo VIII - Amor Autista
Capítulo IX - Talqualmenteoutro
Capítulo X - Linda Porca
Capítulo XI - Sister V
Capítulo XII - A elasticidade do tempo
Capítulo XIII - A vez da Maria
Capítulo XIV - Teias de Folhas de Papel
Capítulo XV - Imprópria para consumo
Capitulo XVI - O que me der na telha
Capitulo XVII - Beijo Molhado
Capítulo XVIII - FATiferando


Deixa-te de conversas e mostra logo o Capítulo XIX, estão para aí todos a dizer em coro, entusiasmadíssimos com a coisa.

Calminha, que o meu capítulo só sai amanhã. 
Prefiro deixar um tempinho àqueles que, como eu, são uns info-excluídos nestas modernices blogueiras. Ide lá ver o trailer, ler o Prólogo e os XVIII capítulos já publicados (até porque também ainda não os li todos) e amanhã falamos. 
Pode ser?
Que remédio.

Memento (para os mais letrados/cinéfilos) ou lembrete (para os outros)* #2


Não é por ser waterproof que o rímel também tem de ser 'lipsproof'.

Olhos à panda, here we go again...



* porque são daquelas cenas de que já nos tínhamos dado conta no passado mas que, por força das circunstância, tinham ficadas esquecidas algures pelo caminho.

domingo, 26 de abril de 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Porque os putos são o melhor desta vida* #14 (não é especial para o dia de amanhã, mas, pensando melhor, até que poderia ser**)


(foto encontrada por essa internet fora)





* e porque há uma alminha que se diz farta de só se ver a minha 'garota' por aqui.
** só porque, ao que parece, amanhã chove outra vez. Ai aquilo não é chuva? Pois não, são repuxos de água. Sendo assim, enganei-me. Esqueçam.

Overdose de chocolate*

É o terceiro dia [minto, é o quarto. que também tive direito a uma fatia desta maravilha (not) mal tinha sido acabadinha de fazer (não por mim, é bom que se diga)] que lancho disto. Um suposto bolo de chocolate que mais parece um concentrado de todo o chocolate que existe no mundo. Um concentrado muito mal combinado, é certo. Um concentrado pavoroso, sem dúvida. Uma combinação reles, pronto.
Hoje, acabo de enfardar a última fatia. Finalmente. Estava a ver que nunca mais.
Ainda bem que as minhas sobrinhas vieram cá na quarta-feira e que não me esqueci de as mimar com um pedaço para cada uma. Pena ter cortado pedacinhos tão pequeninos para elas. No fundo, lá bem no fundo, não quero o mal de ninguém. Essa é que é a grande verdade. E eu é que fico a perder. (a ganhar bolo, neste caso.)

É o que dá ser uma menina que não gosta de deitar comida fora. Muito menos se for chocolate. Mas a coisa não foi fácil. Não, não foi. Não mesmo.


Para aquela malta que possa ter ficado com umas certas dúvidas sobre a parte de cima do bolo. Aqui vai o meu generoso esclarecimento.
- Não, aquilo não é cobertura glacée de chocolate negro;
- Não, aquilo também não é defeito da fotografia.

Aquilo é mesmo bolo queimado.
Qual queimado qual quê? Car-bo-ni-za-do. Assim é que é.


A fazer fé na frase que adorna este prato, estou muito mal de vida no que ao amor diz respeito (como se eu já não soubesse...).



* nunca pensei - jamais, em tempo algum - vir a juntar estas duas palavras na minha vida.

No seguimento do post anterior


E só para rematar o assunto.


Que se lixem as batatas a murro. 
O importante é sentir que houve vontade de fazer bem. Empenho. Dedicação. 
E, quando não o sentimos, on reste sur sa faim. Même si l'on n'a plus faim.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

L'art de l'appellation non contrôlée


Nunca fui grande apreciadora de batata cozida.
Parece que não iria ser batata cozida. Batata a murro, assim é que iria ser.
Menos mal, pensei eu.
E - sei disso agora - pensei mal.







nota: novo conceito de "batata a murro": 1º - só mesmo ao murro é que se consegue domar a dita batata, de tão al dente que fica. 2º - só nos apetece dar um valente murro ao inventor de tão distinta iguaria.              Engraçado, não me deste murro nenhum... Ai é? Pois que não perdes pela demora... ;p

Porque os paparazzi só se dão ao trabalho de flashar gente importante* #5










* tipo a Bolachita e eu.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Memento (para os mais letrados/cinéfilos) ou lembrete (para os outros) *


Gosto de barbas de três dias. O meu queixo muito menos.




* porque são daquelas cenas de que já nos tínhamos dado conta no passado mas que, por força das circunstância, tinham ficado esquecidas algures pelo caminho.

domingo, 19 de abril de 2015

28/52


(Bolachita, no seu mais recente treino intensivo - o subir e descer de rampas - com 18 meses e 18 dias.)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

quinta-feira, 16 de abril de 2015

O problema não é a idade, é o tempo (NVEJ)


De há uns anos para cá, tem-me aflorado bastas vezes ao pensamento, o seguinte desabafo: ai, se eu tivesse de novo vinte anos e soubesse o que sei hoje...
Acontece isto, vejo aquilo, dizem-me aqueloutro e volta-me esta mesma frase à cabecita.
E não tem absolutamente nada a ver com a idade em si. Não queria ter vinte anos para voltar a ter a tez mais sedosa e com mais elasticidade, os olhos menos enrugados e com menos olheiras, o corpito mais em forma; tudo mais no sítio. Basicamente, não queria voltar aos vinte para ser mais nova. O que eu queria mesmo era ter mais tempo pela frente. O que eu queria mesmo era ter a possibilidade de errar sem que isso afectasse decisivamente o resto da minha vida.

Aos vinte, podemos tudo. Sei bem disso agora, dezassete anos (ei! tantos!) passados. Não o sabia na altura. Era uma parva. Uma panhonhas. Uma verdadeira tontinha. Nunca arrisquei. Nunca tremi verdadeiramente frente ao desconhecido. Sempre fui por caminhos demasiado seguros e previsíveis para que qualquer tremelique acontecesse. Uma verdadeira palerma, diga-se.
Accionando o controlo remoto e fazendo um breve flashback, não há dúvidas de que fui uma chata e a minha juventude uma autêntica chatice. Se revelasse aqui a idade que tinha quando dei o primeiro beijo à séria, ninguém acreditaria. Eu mesma, pensando bem, tenho alguma dificuldade em acreditar. É para vocês verem.

Não me arrependo de nada que tenha feito. Nada mesmo. (aliás, já o tinha revelado aqui) Mas isso não é motivo de contentamento. Só quer dizer que fiz muito pouco. Quase nada, a bem da verdade, do que estava ao meu alcance. Nada daquilo que, constantemente, estava mesmo à minha frente e a estender-me as mãos.
Arrependo-me do muito que não fiz. Do tanto que ficou por fazer. Dizer. Mostrar. Sentir. Faltou-me sentir tanta coisa. Tanta coisa que estava lá. Naquela altura. À minha frente. Tanta coisa que, eu, burra que nem uma porta, teimei em afastar. Faltou-me viver, verdadeiramente.


Resumindo. O que eu queria mesmo não era ter vinte anos outra vez. O que eu queria mesmo era ter tempo. Esse tempo que se foi e não volta mais. Esse tempo que em tempos tive e já não tenho.
Ter o tempo que tinha aos vinte, mas já com estes meus trinta e sete vividos. Isso mesmo é que eu queria.




E, não, aquele final de tarde com direito a queque de limão polvilhado de sementes de papoila nada tem a ver com este assunto. Ou então, sou só eu a tentar convencer-me disso mesmo.
                                

Private Joke Blogosférica* #18



Agora sim, podes dizer "de nada".
Só agora.
Pxiu.







* bem, neste caso, já não deveria dizer 'blogosférica'. faz tempo que se libertou - qual passarinho colorido de asas azuis - da esfera restrita deste mundinho pequenino - mas tão fofinho - que é a blogosfera.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

É que nem as veias escapam, caramba


Quando mandou fazer a mamografia, o médico também me pediu umas quantas análises. 
Pelos vistos, está tudo bem. Mas há ali um pormenorzito que não se encontra no valor considerado normal ou desejável.
O bom colesterol. Está baixo, o sacana.
Ao ponto que chega esta minha ruindade. É que não tem remédio mesmo.

Até fiquei parva.

Porque os paparazzi só se dão ao trabalho de flashar gente importante* #4









* tipo a Bolachita e eu.

terça-feira, 14 de abril de 2015

A minha sorte é não ser medricas e até apreciar um bom filme de terror* #2


Ontem, à hora de almoço, ligaram-me do Correio da Manhã. E, por um micro milésimo de segundo, imaginei que me tinha transformado numa pseudo-VIP sem dar por ela ou que tinha sido vítima de uma desgraça mirabolante sem dar por nada e que o ilustre jornal me queria para manchete.
Depois, ouvi a moça, caí em mim e percebi que não era bem assim.

Nem imaginam o susto que apanhei.




* caso contrário, seria motivo mais do que suficiente para borrar a cueca.

Apanhada em flagrante delito de preguicite aguda


Há dias em que se nota a léguas que a pequena peste está cheia de sono. Mas - por mais que a embale, por mais que me deite com ela e feche todas as portas e janelas, por mais que lhe sussurre ao ouvido intermináveis shhhhhhhhhhhhh e lhe abane o rabiosque - ela teima em mexer-se e remexer-se e falar e voltar a falar a língua dela e, pela lógica, não dormir.


Nesses mesmos dias, basta metê-la no carro, dar uma voltinha de uns dez minutos et voilà!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Igualdade entre os sexos? O tanas! #7


Pior do que as gajas que gostam de ver novelas, só mesmo os gajos com a mesma panca. 
Parece-me que, neste caso específico, nem vale a pena alongar-me muito. Basta acrescentar, para que não restem dúvidas, antes um gajo que ressona (e atenção que um gajo que ressona é dose) do que um gajo com tais gostos televisivos. E está tudo dito.

Bonjour mon amour #2



Acorda quase sempre a chorar.
Só com o meu abraço é que acalma.
E eu gosto tanto dele, desse nosso primeiro abraço.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Porque os putos são o melhor desta vida* #12


(foto encontrada por essa internet fora)



* e porque há uma alminha que se diz farta de só se ver a minha 'garota' por aqui.

Aquelas cenas engraçadas que, a bem dizer, não têm graça nenhuma


No passado sábado, como já disse, fui à festa de aniversário da filha da minha melhor amiga. Estava lá muita gente, como é natural. Mas, se não se importarem, vou falar de duas pessoas em particular.

Vamos à primeira pessoa. 
Estava eu no meio da sala, com o meu prato de plástico na mão esquerda e o meu garfo, também ele de plástico, na mão direita a comer uma fatia de um semi-frio que estava uma delícia (a base de bolacha estava um tico dura, mas eu lá me desenrasquei), quando se chega à minha beira a mãe da aniversariante (se estão a seguir a história como deve de ser, perceberam que é a minha melhor amiga e, para facilitar as coisas, vamos supor que se chama Maria) com uma amiga e lhe pergunta: "Lembras-te da Mam'Zelle, certo?". E a moça responde, com um daqueles sorrisos enjoados típicos de gajas que têm o dom de me pôr mal disposta num instantinho, "hum... não sei... sou capaz de ter uma vaga ideia..." Eu cá respondi-lhe logo "Pois eu lembro-me perfeitamente de ti" e acrescentei com a ironia que tal situação merecia "mas não me admira nadinha que não te lembres de mim. é muito habitual as pessoas que privam comigo esquecerem-se da minha pessoa."

Passemos à segunda pessoa.
Estava eu sentada na cozinha, a dar o jantar à Bolachita, quando chega à minha beira o tio da aniversariante (irmão da Maria), com um primo e diz-lhe: "Olha, esta é a Mam'Zelle, amiga da minha irmã desde os tempos de faculdade". E o rapaz responde: "Eu sei, já não a via há muito tempo, mas lembro-me perfeitamente dela, lá em Coimbra, numa festa de anos da tua irmã, num dos primeiros anos de faculdade."

Voltemos por breves instantes, à primeira pessoa. Conheci-a na universidade, logo no primeiro ano. Era muito amiga da Maria. Saímos várias vezes juntas, com mais pessoal é certo, ao longo dos quatro anos de faculdade. Depois disso, via-a todos os anos, na festa de aniversário da Maria. E não eram festas com multidões. Umas quinze, vinte pessoas, no máximo. Só nos últimos dois anos é que a Maria não tem festejado os anos e, por isso, não a vejo desde então. A verdade é que nunca conversámos, porque nunca achei que fosse pessoa com a qual gostaria de perder o meu tempo numa conversa. Era "Bom dia", "Boa tarde". O normal entre gente civilizada.

Quanto à segunda pessoa, como ela própria referiu, viu-me uma vez, numa festa em que, por mero acaso, também estava a primeira pessoa. Nunca tive longas conversas com ele porque, como devem ter percebido, só nos vimos uma vez. E não calhou.

Agora, fico para aqui a pensar. 
É que uma pessoa tem de tirar lições de vida de qualquer fait-divers por mais insignificante que possa parecer. 
Das duas uma, ou as gajas têm propensão para a amnésia (é que não foi a primeira a não se lembrar de mim em circunstâncias muito semelhantes e, acredito, também não será a última) ou, então, em vez da expressão "memória de elefante" deveríamos usar "memória de gajo".

E é isto.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Bolachita, a sociável



No passado sábado, fomos à festa de anos de bebé L que já está bem crescida. Fez três anos dia 1. Estavam lá muitas crianças e fiquei com receio de a Bolachita não se conseguir entrosar. Raramente vê crianças, passa grande parte dos dias comigo, não costuma conviver com muita gente. Mas, como podem perceber pelas fotos, correu tudo bem. 
E não é que a Bolachita já é bem mais sociável do que a mãe?
Menos mal.

Miúda de Pêlo na Venta, com muito gosto #11



terça-feira, 7 de abril de 2015

Não foram só vocês, descansem


A Bolachita também foi apanhada.


Em França, dia um de Abril é dia de Poisson d'avril. As pessoas desenham, recortam e penduram peixes nas costas de quem querem apanhar. E eu não fugi à regra. Pois claro.


Que nem patinhos, again...


Lembram-se daquele meu primeiro post de dia 1 de Abril? Ai não se lembram? Está AQUI.
Sabem o que se passa nesse dia? Ai não sabem? É isto AQUI.

Pois bem, eu que nunca minto, costumo aproveitar o dia 1 de Abril para a desforra (é uma parvoíce, eu sei. mas, pasmem-se, nem eu sou perfeita). E apanhei-vos. Outra vez. Sim, porque, convenhamos, há dois anos também teve a sua graça. Ai não estão a ver? Está tudo AQUI e ALI.

Ou seja, aquele primeiro post do dia 1 de Abril foi mentira. Sim, mentira. Absolutamente TUDO mentira.

(o que eu queria, mesmo, era fazer um belo de um gif, mas rapidamente percebi que eram fotos a mais. temos pena.)


Vamos por partes.

Em primeiro lugar, a Bolachita continua sem saber dizer uma única palavra nas duas línguas que lhe são diariamente faladas, isto é Português e Francês. Pois que ela teima em falar uma língua só dela, com palavras bem catitas, deixem-me que vos diga, mas incompreensíveis para leigos na matéria.

Em segundo lugar, quando a Bolachita disser a primeira palavra que se entenda, não vou ficar feliz da vida coisíssima nenhuma. Muito menos vou ficar babada ou outra treta do género. E porquê?, perguntam vocês. A sério? A sério que ainda perguntam? Isto aqui é a Mam'Zelle a falar. Lembram-se? (ai de quem diga que não se lembra) E a Mam'Zelle não fica nas nuvens pelo simples facto de a filha conseguir, com dezoito meses feitos, dizer qualquer palavra que seja. Quanto muito, quando ela, efectivamente, disser algo de jeito, vou suspirar de alívio e dizer que já não era sem tempo.
Não sou de babar de orgulho. Muito menos por algo tão natural como começar a falar. Ok, houve aquela excepção do primeiro beijo (ai não se lembram? está AQUI) e, depois, do primeiro beijo espontâneo (também não se lembram? hoje é dia de amnésia geral e ninguém me avisou, é isso? está AQUI). Mas, caramba, isso são excepções que valem a pena.

Será que alguém, no seu perfeito juízo e que passe por aqui há mais de uma semana, não percebe perfeitamente que aquele post nunca poderia ter sido escrito a sério? É que a Mam'Zelle continua esta mesma pessoa bruta, ruim e insensível de sempre. Nada dada a lamechices e orgulhos exacerbados. Não sou melhor nem pior (pronto, talvez um tico pior) que o resto dos mortais. Sou como sou e paciência.

Cá para mim, não houve mais malta a comentar porque ficaram (quase) todos a pensar que eu tinha batido com a cabeça numa pedra bem dura ou então que alguém me tinha despachado e assumido a minha identidade. E, assim como assim, preferiram nem dizer nada.
Que isto não se volte a repetir. Estamos entendidos?


A Mam'Zelle não pode deixar de acrescentar que gosta de vocês na mesma, meus patinhos. Nada de se amofinarem com esta minha brincadeira.




nota: em especial para a Princesa Mãe (porque, acredito, o resto da malta que se deu ao trabalho de comentar o outro post já me conhece e sabe o que a casa gasta). O conteúdo deste post é a brincar e não para melindrar quem quer que seja. É natural que a mentirinha possa ter passado despercebida. Tenho algum jeito para isso. Prefiro esclarecer porque já houve gente, nestes três anos de maluqueira, a sentir-se profundamente ofendida com a minha ironia e alguma estupidez (sim, sou meio parvalhona, por que não dizê-lo) que a acompanha. Não é de todo essa a minha intenção, ofender a malta. Fazer sorrir, só isso me importa neste mundinho pequenino - mais tão fofinho - que é a blogosfera. Nunca se esqueçam.

domingo, 5 de abril de 2015

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A vossa máxima atenção, que hoje é um dia importante - o meu mais velho faz anos


É verdade*, mais um ano. Já lá vão três. 
Mil trezentos e vinte e um posts escritos.
Mil duzentos e trinta e cinco posts publicados.
Catorze mil e setenta e seis comentários. (metade são meus, que eu não deixo de responder a ninguém. se, neste tempo todo, não respondi a algum, foi sem intenção.)
Um número incomensurável de sorrisos, risos e gargalhadas deste lado. Espero que também tenham sido alguns desse vosso.

Tanta coisa mudou, nestes mil e noventa e cinco dias. Saudades de tantos momentos e pessoas que ficaram pelo caminho. Contentamento por tantas outras que o cruzaram desde então. Satisfação por saber que algumas vão ficar para sempre, quanto mais não seja no meu coração (sim, esse mesmo que eu não tenho, mas fica sempre bem dizer o contrário em dias de comemoração).





Três anos de blogue. Ano e meio de Bolachita. E uma estrada empolgante (assim o espero) a percorrer pela frente.

E quem está efectivamente de parabéns? 
Aqui a Mam'Zelle, pois claro.



Então e essas palmas?
Mau... não estou a ouvir nada.

Gemerem-se, caraças!




* era o que mais faltava, terem acreditado naquela história mirabolante da mãe orgulhosérrima por a filha ter dito, pela primeira vez, uma mera palavra e não acreditarem num facto não só real como tão verossímil (sim, a Mam'Zelle aguentou três anos neste mundinho pequenino - mas tão fofinho - que é a blogosfera. não, não é nada do outro mundo). Agora, quanto à parte da mãe, já lá iremos.

A vossa máxima atenção, que hoje é um dia importante - Making of

 isto é que tem sido levar a coisa a sério, com trabalho árduo à mistura. ufa.




Ah pois!

Sim, sou desse tipo de pessoas, mesmo #9


Posso deitar-me à meia-noite ou às três e tal da manhã, acordo sempre mais ou menos à mesma hora. Sete. Sete e meia, mais tardar. E não sou daquela malta que tem pachorra para ficar na cama uma eternidade depois de acordada. A não ser que não esteja sozinha na dita cama, obviamente.



E, sim, hoje estou com umas olheiras piores do que o habitual.
E, não, o problema não foi o galo do vizinho da frente, nem os cães todos de Coimbra, nem o puto da vizinha de baixo. O problema foi ter-me deitado tarde e ter acordado cedo.
A pessoa que tem culpa no cartório saberá perfeitamente identificar-se. E não deveria conseguir dormir durante um mês inteirinho. Só por causa das tosses.(pensavas que eras o único a conseguir rogar pragas. tão enganadinho que ele anda... ;p)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Ano e meio de Bolachita


Aqui ficam os últimos seis meses.

Dezoito meses... já?!


Daqui a nada tem dezoito anos e eu sem dar por ela.

Bolachita, versão winner, por ter chegado aos dezoito meses.

Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!


Não estou em mim. 
Toda eu sou felicidade e alegria e entusiasmo e fervilhamento interior e outras coisas alucinantemente boas do género. 
Toda eu sou raio de sol. Sou energia positiva. Sou excitação.

É que a Bolachita já diz 'mamã'.

Agora, vou ali continuar a ser a mãe mais babadamente orgulhosa do mundo e nem sei se volto.