sexta-feira, 31 de maio de 2019

En mai...

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fais ce qu'il te plaît.



nota: um esforço gigante, uma tremenda trabalheira, foi o que foi. só para passar por aqui hoje, deixar esta pérola. não queria que ficasse um ano esquecida, junto dos outros cento e cinquenta e seis rascunhos. é que o jeitoso mês de Maio finda hoje. ah pois é. têm mais umas quantas horas para a folia, a rebaldaria; a loucura total. Força nisso, maltinha.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Esquecer-me de ti

Era hábito perguntar-me, das outras vezes que nos detivemos os dois no hall de entrada, o que eu queria.
- O que queres tu, 'Zelle?, perguntava-me, num tom firme e insistente.
Era raro responder à sua pergunta. Pelo menos em voz alta. Porque, em silêncio, só pensava numa resposta possível.
- Quero-te a ti.

Era isso que, bem lá no fundo, eu lhe queria responder. (aquela afirmação curta que, tantas vezes, me tinha dito ele a mim.) Era isso que desejava. Ele. Só ele. Sem os problemas que me trazia.
A razão, que sempre tomou conta de mim nas mais variadas situações, não me deixava verbalizar tal anseio. Acabava, inevitavelmente, por lhe pedir que saísse pela porta já entreaberta.

Desta última vez, não me fez essa pergunta.
- Tens a certeza que é o que queres? 
- Há zero vírgula zero possibilidades de voltares atrás?
Foi isso que me perguntou.
E respondi afirmativamente. Às duas perguntas. Com uma segurança quase assustadora.

Se me tivesse perguntado o que eu queria, nessa última noite, a minha resposta teria sido diferente das anteriores.
- Esquecer-te.

Era isso que eu queria naquele momento. Esquecê-lo. Para sempre. A ele e a tudo o que fez dele o homem da minha vida.
A agilidade, o carinho, o atrevimento daquelas mãos na minha pele.
A beleza daqueles olhos cor-de-saudade que sempre senti mais meus do que dele.
A facilidade em me perceber as manhas e manias e continuar a afirmar, convicto, que era perfeita assim. Tal e qual como sou.


Tudo.
Queria, e ainda quero, esquecer tudo.
Esquecer-me dele,
é o meu maior querer.


(trinta e um de Outubro de dois mil e dezasseis)

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Para além de bruta, ruim e insensível, também tinha de ser pegajosamente chata, a minha mãe?



Alguém me explica por que raio só me quer dar beijos a mim? 
Dia após dia. Todos os dias. 
Ele são resmas. Ele são paletes. 
Beijos e mais beijos. 
E é que só me calham a mim. 
Alguém me acuuuuuuuuudaaa!






nota: este post estava há quatro anos e meio nos rascunhos. é daquela época em que se via mais a Bolachita por aqui. entretanto as coisas mudaram um tico. agora, é mais ela que me pede beijos e abraços e mimos e mais um par de botas. eu cá não reclamo.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Sim, sou desse tipo de pessoas, mesmo #17


que gosta da palavra.
Mantenho com ela uma relação de amor, baseada no respeito, alimentada por fascínio, vivida com intensidade.

Costuma-se dizer que um gesto [uma atitude/um sorriso/e tantas outras coisas] vale mais do que mil palavras. 
Não poderia discordar mais de tal adágio.

É óbvio que os gestos, as atitudes, os sorrisos e tantas outras coisas são importantes. Essa premissa não está em causa. Não quer dizer, no entanto, que são preferíveis às palavras.
Não as substituem. 
Não as compensam.
Não as devem anular. Nunca.
Para mim, não lhes retiram valor,
Ardor.

Verbalizar comportamentos, sentimentos, sensações, emoções é-me fundamental. Que quem me rodeia também o faça é-me necessário.
Grafar o que a mente vai ditando é materializar em letras as suas divagações. É entregarmo-nos ao papel num puro acto de auto alforria mesclada de confissão.



A palavra, para mim, sendo ela dita ou escrita é primordial. 
É essencial,
Vital. 
A palavra, sendo ela dita ou escrita é poderosa. 
É deleitosa,
Sensual.