sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Aquela cena menos detestável* da pandemia:



Perder-se metade do tempo - comparativamente com o que era o habitual antes de ela chegar - para reuniões, conferências, jantares com amigos e afins. Tudo através do Zoom. Óbvio. Que o distanciamento social é obrigatório e [só por mero acaso e grande sorte] eu gosto.




* é que não há - por mais que pareça tentador - como usar um adjectivo pela positiva nesta situação. muito menos num título. ali, escarrapachado, a chamar a atenção. apesar de se ter começado a fazer coisas indiscutivelmente boas, [infelizmente] por causa dela, que deveriam continuar a ser postas em prática, [alegremente] depois de a vencermos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

InstaBlogramável #9


{Se há quem use o instagram como blogue, eu posso usar o blogue como instagram.}


#lecafécestsacré
#paixãotardia
#bicdamour
#leituras
#tattooedgirl

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Feito!

Como prometido, aqui estou eu para apresentar um relatório detalhado cujo assunto não é nada mais nada menos do que a maior preocupação do momento: a reacção da Bolachita à minha traição natalícia.

Ora bem. Quando chegámos a casa, pedi-lhe para fechar os olhos. Ajudei-a a entrar na sala em segurança. Posicionei-a de forma estratégica, para ela ter uma visão geral da divisão em causa. De facto, para além da árvore, também acrescentei umas luzes aqui e ali. Só para tentar criar aquele toque mais especial e a Bolachita não dar de caras somente com aquela minha amostra de árvore de natal.

Mal lhe dei autorização para abrir os olhos, ficou de boca aberta, a contemplar as luzes a piscar. 

- Então, gostas?

- Não mamã, eu não gosto. Eu adoro! ... Uau! ... Agora, só falta a árvore de natal.



Verdade. Não. Não estou a gracejar. 

Eu que achei, cedo demais, que a aposta estava ganha, que as minhas costas, os meus braços, as minhas pernas e a minha sanidade mental iam ter descanso este ano; acabei por passar de um sorriso cor de vitória a um sorriso amarelo numa fracção de segundos.


- Então... a árvore é esta, gaguejei eu, a medo, apontando para a minha pequerrucha.

- Ah. Ok, mamã. Pensei que querias sempre fazer aquela grande que chega quase até ao tecto. Mas também gosto muito desta.




E pronto. 

Não se falou mais no assunto.

Assunto encerrado.

Encerradíssimo.

Para sempre.

Ufa!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Que se lixe a minha reputação

Sou pessoa de montar a árvore uma semana antes de natal. E mesmo assim é, indiscutivelmente, mais por ter de ser do que por vontade. É aquela coisa de esperar até à última. A ver se o mundo acaba antes do dia 24 e me poupa a esse trabalho. O certo é que nunca gostei dessa ideia peregrina - e que vai ganhando cada vez mais adeptos - que manda enfeitar tudo quanto é loja e esquina mal desponte o mês de Novembro. Porém, e por mais que doa, tive de morder a língua. Passo a explicar.

Este ano, pensei que seria tudo na mesma, ou seja, calvário da árvore de natal, só depois de meados de Dezembro. [Aliás, e a bem dizer, nem pensava. Não sou de me pôr a ter longas reflexões sobre a época natalícia em nenhuma altura do ano.] Enganei-me. Arrumações e destralhanço ditaram um rumo diferente à habitual história. Desencantei uma árvore que ainda veio de França. Pequenina, jeitosinha, que não dá trabalho para montar nem desmontar, que não precisa de grandes enfeites. Apaixonei-me pela ideia de a ter, a ela, na sala; traindo a tradição que imperava desde que me mudei para esta casa. A árvore de natal era esta. Grande, imponente, que me dava um trabalho danado para montar, decorar e um trabalho ainda mais trabalhoso [redundância propositada e mui relevante] para lhe retirar toda a bugiganga, desmontá-la e levá-la, aos pedaços, até ao sótão. Só consigo levar um pedaço de cada vez. São três. E, depois, são muitas escadas. A Bolachita já as contou umas quantas vezes, só ainda não me apeteceu fixar o número. Burrice minha, que me dava um jeitaço daqueles colocar aqui um número chorudo de degraus para corroborar a minha visão das coisas.


Pois. A Bolachita. 

Só havia um pequeno senão, nesta minha traição natalícia sedutora; para lá de perfeita. A reacção da Bolachita. 

É natural que uma criança de sete anos prefira uma árvore de natal grande e cheia de enfeites a uma miniatura, a uma mera amostra de árvore. Por isso, tive de rever as condições da minha relação com a minha nova amada. Eu bem queria que ela ficasse só com umas luzinhas. Simples e elegante. Tive de lhe colocar uns berlicoques pequeninos, a ver se a Bolachita se apaixona também. Ficou encantadora, dizem.

O bom disto é que, em vez de ter a árvore de natal quinze dias, a menina-dos-meus-olhos vai poder admirá-la quase dois meses. Nada mau, digo eu. Agora, é rezar para que abrace a ideia, veja o lado positivo da coisa e aprove esta minha pequena traição.



Aqui está ela.


Depois conto se consegui levar a minha avante, junto da Bolachita.