segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Porque eu também tenho um closet a abarrotar #6


Olá! Olá!

Maltinha, tive de suspender a minha morosa hibernação para manter a tradição. 
É verdade. Tenho vindo, nos últimos anos, a mimar-vos com um look esplêndido e inspirador para estas festas de fim de ano. E lá porque me apetece dormir por tempo indeterminadamente longo, não quer dizer que deixe de cumprir com os mínimos dos mínimos das minhas obrigações blogosféricas. Sou uma gaja cumpridora. [Tem dias, vá.]

Então, este ano, decidi escolher uma vestimenta diferente. Think out of the box. Estão a ver a cena? Aquela ideia peregrina de que, para estar na moda, temos de ser diferentes e - coisa estranha - acabamos todos por escolher as mesmas coisas supostamente diferentes dos outros e - magia das magias - ficamos, na mesma, todos iguais, nesta nova moda do ser diferente. Ufa que até cansa explicar este fenómeno interessantíssimo. Enfim, cenas da vida, portanto.


Vamos lá ao que interessa.
O outfit que escolhi, desta vez, é diferente. É arrojado. É vistoso. É tcharã. E fica barato. Yep. Calma, já vão perceber.
A peça principal é um blaser básico que devem roubar ao vosso marido ou namorado ou ex-namorado [que, quando saiu porta fora da vossa vida se esqueceu do seu único fato e só se lembrará da falta dele no dia do casamento da filha do tio em terceiro grau, quando se quiser vestir à pressa para tentar chegar, um nadinha que seja, antes do fim da missa] ou pai ou sogro ou irmão ou filho. Como vêem, a oferta é grande. Não há cá desculpas para não encontrarem.
Depois, basta acrescentar-lhe um cinto fashion rock, umas meias que não sejam as típicas básicas lisas pretas, uns saltos altos e uns quantos acessórios (brincos, anéis, pulseira, colar).
Finalmente, a peça mais importante - essencial para finalizar o look - o belo do acessório natalício. Orelhas de rena, chapéu de pai natal ou outra bugiganga do género. É só ir a uma loja do chinês. Até se fica com os olhos em bico, de tanta oferta nesta área.


Pronto. Deixemo-nos agora de converseta fiada.
O resultado dá mais ou menos nisto:







De nada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Hibernação

O verão já se foi.
[A bem da verdade, este ano, quase nem dei por ele.]
Chegou o frio indesejado.
O temporal.
Miss Leslie levou-me parte do telhado.
Não acho normal.
Por razões de coerência, também deixei de achar normal a malta entrar aqui e dar de caras com aquela profusão de cores exóticas.
Urgia que a bota voltasse a bater com a perdigota. A mudança de cabeçalho tornou-se, portanto, inevitável.

E não nos podemos ficar pelo tempo lá fora para justificar tal mudança. Há coisas que têm de ser ditas. E a verdade é que nem só o tempo anda murchito. Este casebre também. Temos de nos render às evidências. Anda com as baterias em baixo. Não tenho tido pachorra para ele. Pronto.

Por isso mesmo,
adormecido,
letárgico,
é assim que vai ficar o Miúda nos próximos tempos.
Daí, também, a mudança de cabeçalho. E se é para hibernar, que seja numa cama confortável. E o certo é que não há nenhuma melhor do que a minha. Deixem-se de procurar.



Falta menos de uma semana para voltar ao continente asiático, em mais uma viagem. Um dia, talvez, passe por cá mostrar umas fotos e deixar a malta com uma inveja danada.

Até lá, façam muitas asneiras.
Daquelas mesmo boas.  
Daquelas que não deixam margem para arrependimentos, 
por mais loucas que sejam.

Darei o meu melhor para fazer o mesmo.



Até já.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Petit plaisir délicat*


Eu, que nunca fui uma apaixonada de loiça por lavar, dou por mim a lavá-la com agrado. 
Enquanto passo a esponja cheia de espuma pelos pratos manchados com vestígios de outros prazeres, espero por aquele momento.
Vou tentando estar alerta. Vou tentado estar atenta à sua chegada. Mas uma distraída inveterada nunca deixa de o ser. Não consigo dar por ele a chegar, esse prazer delicado que me leva a lavar loiça com alguma satisfação.
Quando menos o espero, lá está ele. De repente, sinto um abraço apertado. Sinto-te os braços, à volta da minha cintura. Sinto-te as mãos, cruzadas a aconchegarem-me a ti. Sinto-te os lábios no meu pescoço. A tua respiração lenta na minha pele. A tua respiração transformada em beijo. No melhor beijo que se possa receber.
Fecho os olhos e, por instantes, já não há loiça por lavar. Já não há paredes à nossa volta. Já não há gente. Já não há mundo. Só tu e eu. 
Um contra o outro.
Um com o outro. 
Tu e eu.


[19 de Novembro de 2015]




* singela homenagem a Philippe Delerm. Quem pegou o meu livro emprestado que mo devolva. Merci.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O [teu] vestido azul


Nunca fui de comprar a minha roupa a pensar em alguém. Quando compro roupa é a pensar em mim. Compro porque preciso, porque acho que me fica bem, porque é confortável, porque é barato, porque é diferente, porque é engraçado, porque é a minha cara, porque me faz sentir bem e por aí fora. (puxa que quase fiquei sem fôlego.)

Ontem, pela primeira vez, comprei um vestido a pensar em ti. 
Entrei na loja, a ver se desencantava um top de alças cinzento, básico e baratinho, porque preciso. E dei de caras com um certo vestido. Estava ali - no meio de uma catrefada de trapos da moda - indecente de tão diferente das outras peças que o acompanhavam naquele expositor de cabides cheios de tecidos coloridos. 
Foi aquela renda toda que, primeiro, chamou a minha atenção. Peguei no cabide e virei o vestido para mim. Renda e transparência. Assim se pode resumir a parte de cima do modelito. Sensualidade pura até à cintura, foi isso que eu vi. E, por mais estranho que pareça, não pensei logo em mim e em como me poderia ficar aquele vestido justo e transparente. Até porque, se pensasse em mim, nunca iria pegar numa peça de roupa parecida.
Pensei em ti.
Pensei em ti a olhar para o vestido.
Pensei em ti a olhar para mim dentro daquele vestido.
E imaginei os teus olhos. Vi o brilho desse teu olho verde-azeitona a percorrer cada ângulo do meu corpo naquela segunda pele vistosa. Foi nesse preciso momento, o momento em que imaginei o teu olhar em mim, que soube que tinha de levar aquele vestido comigo.
E foi com um sorriso atrevido - não consegui controlá-lo na altura - que me dirigi à caixa, segura de que devia trazer para casa aquele que será mais um cúmplice do teu desejo.


Comprei um vestido que só faz sentido em mim através desses teus olhos.
Aquele vestido azul que é teu muito mais do que meu.

[3 de Dezembro de 2015]

terça-feira, 18 de setembro de 2018

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Apontá-los aqui para não deixar que, um dia, me escapem da memória #2


Há três dias. Precisamente. Ao final da tarde.
Tu, de mala feita. Pronto para te fazeres à estrada. Depois de me teres feito a cama, como quase sempre fazes, antes de te ires embora.
O beijo de despedida. Intenso. Demorado. Para perdurar aos quatro dias de distância.
Ela, a meter-se no meio. Como sempre faz. 
Desces ainda mais das tuas alturas para a abraçar.
Encostados, os dois, à porta de saída. No corredor que é a minha cara. 
Tu de cócoras. Ela em pé, à tua altura. 
A tua mão direita a abraçá-la. 
O beijinho inesperado. 
O teu rosto iluminado.
Esses teus olhos, gigantes de tanto brilho, a virarem-se automaticamente para mim.
Para eu comprovar e, assim, ficares com a certeza do sucedido. 
Para poderes saborear à vontade aquele momento de ternura.
Esse momento que ficará. 
Entre nós os três.
Mesmo depois de saíres porta fora.
Mesmo depois de estares longe,
de nós as duas.
Para sempre.


[três de Junho de dois mil e dezasseis]

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Eles pedem, eu obedeço #14 - Anouska

Quando viu aquele post, a Anouska pediu as fotos das sobremesas. Já lá vai algum tempo, é certo. Mas, como toda a gente sabe, mais vale tarde do que nunca. Por isso mesmo, aqui ficam algumas das delícias que devorei quando estive na Tailândia. [saudades...]










nota: e, sim, as fotos são minhas. não tive foi pachorra para colocar o Mam'Zelle em todas elas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

TAtuaDO

Diz-me que não quer.
Nem mais uma.
Mais nenhuma.
E eu gosto de o ouvir.

A verdade é que,
se a negação é pela dor,
dou por mim a pressupor
que esse não querer
é só mais um sinal,
afinal,
do tanto que me quer.

A mim,
unicamente,
na sua pele.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Acrostiqueno


mal fecho os olhos, apareces tu, para me subverter
vamos presos, um no outro, sem sequer nos tocarmos
dizes-me - num sussurro - que assim será, enquanto o quisermos
todos os tempos, de todos os mundos, poucos serão para o meu querer.

terça-feira, 10 de julho de 2018

terça-feira, 3 de julho de 2018