quinta-feira, 29 de setembro de 2016

E é isto #16


Sempre esfreguei os olhos. Muito.
Só que agora não me deixam.

E a insensível sou eu? #12 - ESPECIAL*




Uma vez mais, não fui eu que me apercebi deste. 
Chamaram-me a atenção para o dito. Incentivaram-me, depois, a tirar foto. 
Mas eu, de início, não concordei.
Parecia-me uma analogia demasiado forçada. Era necessário, na minha visão da coisa, demasiada imaginação para ver um coração naquela torrada.
Bastou acrescentarem, baixinho, É como o meu, em gota para eu conseguir identificar perfeita e nitidamente a forma que me tinha sido sugerida.





* porque, ao que parece, hoje é dia mundial do coração. e porque só quero um a bater por mim. acelerado, descompensado, atarantado. por estar apaixonado (também por mim). e o sortudo é esse teu coração em gota.

Porque, por mais que me tente convencer do contrário quando pretendo demonstrar a minha autoridade, sou (quase) tão criança como ela.



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Ouro sobre azul


Nunca antes esta expressão tinha alcançado a plenitude do seu significado.
Nunca, até há poucos dias atrás.

Poder entregar-lhe o seu prémio, ali, no sofá vermelho da sala. 
E saborear, intensamente, cada pedacinho daquele momento.





- Sabes o que seria ouro sobre azul, neste preciso instante? - perguntei-lhe, encostada ao seu coração em gota acelerado pelo esforço que acabara de fazer.
Um sorriso maroto, foi a resposta que me deu. 
[Para quem não sabe, equivale a um sim convicto, na linguagem dos malandros.]

Ainda bem que me atrevi a perguntar.

Porque os paparazzi só se dão ao trabalho de flashar gente importante* #38











* tipo a Bolachita e eu. Qual a dúvida?

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Há dias em que quase me apetece acreditar num mundo melhor


Hoje, o meu pai enterrou parte de uma barra de ferro junto à minha figueira. 
Com um cordel, atou a figueira à barra para a endireitar. 
Estava a crescer torta. A descair para um lado. 
Andava assim, em maus lençóis, há meses e meses.

Hoje, o meu pai endireitou a minha figueira.
Agora já pode crescer, à revelia.
Até ao céu.

Hell yeah!! #67 - ESPECIAL


Então mas... ó Mam'Zelle, especial porquê?, perguntam vocês.

E eu respondo-vos, com todo o gosto. 
Especial porque, contrariamente ao habitual nesta espécie de rubrica, este post foi criado por causa de um outro, anteriormente publicado neste castiço casebre.

Lembram-se de ter falado AQUI daquele meu desalento, quando me foi oferecido um biquíni novo? 

Pois bem. Eu cá não consegui esquecer certos comentários que, achando um desperdício o dito biquíni só ser usado para o próximo ano, me incentivavam a quebrar a minha regra do um-dia-de-praia-por-ano-chega-e-sobra. Ficaram-me aqui a remoer na mioleira, o raio dos comentários. Porque o certo é que gosto de acatar os conselhos que me são dados de bom grado. No entanto, teimosa íntegra, também gosto de manter os meus princípios. Firmes e... inabaláveis. (qual hirtos qual quê. eu dou-vos a barra de ferro. e é no lombo. adiante.)

Cheguei, então, a um meio termo que, diga-se de passagem, foi sábia e astutamente bem pensado. Por mim. Obviamente. 
Aqui vai ele. 
Sabem aquela máxima do "ir para fora cá dentro"? Pois bem. Peguei nela e usei-a. À letra.





Então, hein? Impressionados? É muito natural que assim seja. Eu própria fiquei orgulhosa da minha esperteza. saloio és tu. e não é pouco. xô!

Conclusão: no final de contas, toda a gente fica feliz e contente. E isso é que importa.
Certo? 






nota: quem conseguir encontrar algo 'errado', ganha uma foto autografada aqui da Mam'Zelle. Haverá prémio melhor?

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

E é isto #15

Acabou-se o verão.
O céu passa os dias triste.
A minha figueira já não dá figos.
A Bolachita anda doente.
Parece que me pegou a maleita.
A casa arrefeceu.
Já não largo as meias.
Há lenços de papel ranhosos por todo o lado.

Não gosto nem um tico do Outono.
Muito menos gosto do Inverno.
Não gosto de nada do que para aí vem.

Não é só o céu que anda triste.






nota
eu sei. eu sei que o tempo até melhorou. é no que dá publicar um post com quase uma semana de atraso.  (não é por acaso que publico isto à noite. dá menos barraca. visto que o sol já se pôs. pelo menos para quem me lê nos fusos horários mais próximos. e ler isto antes de o sol voltar a levantar-se. enfim...) mas o resto está todo certo. 
a Bolachita está melhorzita e eu também, pronto. 
ok, ok, por isso mesmo, há um tico menos de lenços de papel ranhosos espalhados pela casa fora, admito. 
de resto, confere tudo.

Heaven yeah!! #16



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

L'arroseur arrosé*



Apanharam-me a cuscar os vizinhos. É verdade. Não é nada de que me orgulhe. Não é bonito não senhor. Tenho plena consciência disso.

Mas, e em minha defesa, tenho de salientar dois pormenores deste triste episódio que, lamentavelmente, me tem como envergonhada protagonista.
Primeiro. Devo dizer que não eram bem os vizinhos que estavam a despertar o meu interesse. O que eu queria ver mesmo eram os móveis que estavam a ser levados da casa. Sou grande apreciadora de decoração e móveis antigos e tudo e tudo.
Segundo. Tenho de explicar que fui aliciada a ir cuscar. Não cusquei de livre e espontânea vontade. Assim, do nada. Não. Nada disso, minha gente. Foi uma determinada pessoa - que, por acaso, tinha ido cuscar antes de mim (e de livre e espontânea vontade. por iniciativa própria, portanto) - a avisar-me de que estavam a decorrer mudanças na casa ao lado. Mais. Para além de me informar, também me incentivou a ir ver também.

Ora, a pessoa em questão já devia estar a pensar tramar-me. Já lhe tinha passado pela cabeça a 'brilhante' ideia de me apanhar em flagrante delito de cusquice e registar o acontecimento. E foi o que acabou por fazer.
Atitude de gente pequenina. Muito pequenina. Extremamente pequenina. Mesmo. quero lá saber do teu metro e oitenta e seis ou lá quanto é. estou-me a marimbar redondamente para esse pormenor-zeco. fica desde já sabendo.

Mas a força da justiça é muito poderosa. E, afinal, não fui a única a ser apanhada.
A-DO-RO!





* não conheço nenhuma expressão equivalente em português. mas, se alguém conhecer e quiser partilhar, não me importo de ficar um tico mais sábia.

Depois dos filmes para adultos...



chegam as batatas.

Num hipermercado, exclusivo para maiores de dezoito, perto de si.

Oh la la...




nota: na minha opinião, a piada (sim, sim, este é um post - supostamente - com piada. juro!) só funciona em francês. no entanto, garantiram-me que também funciona em português. decidi confiar. yep. pasmem-se, corri um risco. vamos lá ver como corre...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Agora é que ela me tramou bem tramada... ou Matchi-matchi improvisado



Quis repetir a brincadeira. E eu achei piada.
Mas o caso mudou um tico de figura. 
E, afinal, não descansou enquanto não me transformei num ouriço também, o raio da catraia. 
(repararam que fez questão de calçar os meus chinelos de dedo, para ficarmos mesmo mesmo a combinar?)






Resumindo: quem ri por último ri melhor.
Bolachita 1 - 0 Mam'Zelle






nota: saudades dos dias em que podíamos andar só de chinelito no pé. é que, infelizmente, parece-me que as meias vieram para ficar.

E a Mam'Zelle pergunta à malta: Afinal, de que será que se trata?

Ai mexeu? Vai metê-lo.

Vá, sem pensarem muito. Digam-me lá em que contexto um gajo poderia ter dito isto a uma gaja.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O que mais me custa, nesta aventura de ser mãe,


é ter de esperar, mal aparece um semáforo, que o bonequinho passe de vermelho a verde.
Mesmo quando não vem lá a porra de um carro em quilómetros de distância, tenho de ficar ali especada à espera da mudança de cor da porcaria de um boneco. 

E é ver a malta toda a passar, feliz da vida, enquanto olha de soslaio para nós - paradas feitas parvas - com um sorrisinho estúpido de satisfação quase sádica.



Isto de se ter de dar o exemplo quando não se é exemplo para ninguém é, no mínimo, uma grande chatice.

Porque os paparazzi só se dão ao trabalho de flashar gente importante* #37









* tipo a Bolachita e eu. obviamente.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

ouriço meu




Ei! Foi ela que pediu, atenção. 
E eu, como mãe extremosa que zela pelo bem estar da sua cria e que anda sempre atenta às suas mais básicas necessidades, lá lhe fiz a vontade.
Pronto.





nota: isto já foi há uns meses. a Bolachita ainda usava fralda.sim, estou a tentar 'esvaziar' a pasta dos rascunhos que já conta cento e oitenta e nove posts.

In the Mood for... Laugh #20 ou Esclarecimentos necessários para o bem comum #20


porque, diz quem sabe, rir ainda é o melhor remédio.








nota: 
atenção, malta, isto é mesmo no gozo.
qual parte?, perguntam vocês.
pois qual haverá de ser? a parte do pepino e companhia, claro. a Mam'Zelle não precisa de nada disso. a natureza é meiga e generosa com pessoas brutas, ruins e insensíveis.
durmo na paz dos anjos, com a consciência tranquila e limpa, mas tudo ao natural. sem mezinhas caseiras herdadas da avó.

nota2:
é só a mim que chateia um tico a falta de um ponto de interrogação, ali pelo meio?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Lembrei-me agora

Havia uma música que dizia assim:
"on choisit pas ses parents, on choisit pas sa famille".

E é assim mesmo. Sem tirar nem pôr.







nota: hoje, o meu pai faz anos. acho que ainda não o tinha dito. em nenhum dos dezanove de Setembro que este blogue presenciou, nos seus quatro anos de vida. fica, então, aqui o registo.

Hell yeah!! #66


A minha (Super) Bolachita

Nestas quase* duas semanas de infantário, as manhãs da Bolachita têm passado por várias fases.

Nos dois primeiros dias, quando lhe perguntava se queria ir à escola, respondia com um sim convicto e convincente. Feliz, diria até. Depois, ao chegar à escola, ficava um tico intimidada. Olhava para mim a ir embora, não muito satisfeita. Mas lá ficava.

Depois, quando percebeu efectivamente que tinha de ficar na escola sem mim, um dia inteiro, começou a dizer que não queria ir à escola, sem ser necessário perguntar-lhe o que quer que fosse. Explicava-lhe que ia ser bom brincar com os meninos e as meninas. E ela acabava por dizer que ia, mas que eu tinha de ficar lá a brincar com ela. Chegávamos à escola e ela começava a chorar com vontade, agarrada às minhas pernas e a barafustar quando a funcionária a tentava levar para dentro. oram umas duas ou três vezes, se tanto.

Nos últimos dias, tem dito que sim, que quer ir à escola. Diz que quer ir com a mamã. E eu confirmo que vou até lá com ela. Quando começa a ver o portão da escola, agarra com mais força a minha mão à dela e não pára de dizer Vamos mamã. Vamos! Numa tentativa de me mostrar que aquele também é o meu caminho, que também eu tenho de entrar. Olho para ela e apercebo-me que está com as bochechas cheias de lágrimas. Num choro silencioso, pede-me para entrar. Baixo-me, até ficar com os meus olhos frente aos dela e explico-lhe que aquela escola é para meninos e meninas. Explico-lhe que não é para as mães, nem para os pais e que ela vai ter de se ir divertir sozinha, com as outras crianças. Acrescento que, mais tarde, a irei buscar para voltarmos para casa a cantar e a rir, de mãos dadas. Limpo-lhe as lágrimas, peço-lhe um beijo e volto a levantar-me.
Nesse preciso instante, a Bolachita larga a minha mão. Respira fundo. E, num tão firme e decidido, diz-me Adeus mamã, adeus, enquanto vai abanando a mãozita de um lado para o outro em sinal de despedida. Retribuo o adeus. E vejo a minha pequenina dirigir-se para o ginásio, onde todas as crianças se reúnem pela manhã.
Caminha, de forma estóica. Para mim, quase de forma heróica. Sem se virar uma única vez para trás. Sem tentar, uma última vez que seja, persuadir-me a ficar.

A Bolachita já percebeu que, por mais que lhe custe, não pode levar a mãe para a escola. A Bolachita está uma mulherzinha.
A Bolachita, por mais que me digam o contrário, tem muito de mim. Pode não ter os olhos, o nariz ou as unhas dos pés da mãe, mas tem a força.
A Bolachita tem a minha força dentro dela. E  sei que, por mais que me preocupe com o seu crescimento - antecipando todas aquelas contrariedades que terá de enfrentar, sempre que tentar atravessar os portões da vida - aquela força ninguém lhe tira. É força de mãe.





* já fez duas semanas. só que este texto foi escrito na passada quinta-feira. 
na sexta, a Bolachita já não me pediu para ficar com ela, nem chorou. a única preocupação dela é saber se a vou buscar. pergunta-me isso, vezes sem conta, ao longo do percurso casa-escola que fazemos sempre a pé. hoje, até sorriu quando, já dentro do ginásio, se apercebeu que estava a espreitá-la. Lá abanou a mãozita, mais uma vez, e sorriu, não só para me dizer adeus, mas para me mostrar que ficava bem. para eu poder voltar para casa descansada.
já disse que a Bolachita está uma mulherzinha? já? então está tudo dito. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Porque não tenho uma máquina fotográfica nos olhos, nem uma memória infalível na cabeça


tenho de registar aqui, por palavras, aquele momento que ficará arrumado na gaveta das parvoíces nossas.



Cozinha mais linda do universo.
Tu. Eu.
Sentados.
Em posição de, soi-disant, confronto. Como sempre, quando estamos a comer.
Uma fatia de melão para cada um. Do bom. Do verde.
Saboreio descansada a minha, enquanto te vejo brincar com a faca que vai cortando pedaços da tua.
Não percebo que estás realmente a brincar.
Penso que estás a desafiar o tédio. Aquele que se instala enquanto esperas que a boca se esvazie até ficar de novo cheia com mais um pedaço de fruta.
De repente, viras a tua fatia de melão, já meio comida, para mim.

Colocas a dita fatia frente à tua boca que, entretanto, parou de mastigar.
E, por baixo desses teus olhos-azeitona bem abertos e cheios de uma ternura propositadamente lamechas, consigo ler:
XOXO, seguido de um coração habilmente esculpido.

E ri. Ri muito.
E tu também. desafio-te. tirares uma foto com a recriação da cena. yep. é comprares um melão verde. é cortares uma fatia. é escreveres de novo tal e qual. é colocares a fatia de forma estratégica à tua frente. é fazeres aquela expressão. é carregares no botão. é revelares a foto e entregá-la aqui à tua princesa. merci!

Vesúvio, o Fabuloso


O autêntico bolo vulcão em erupção.
Explosão de sabores garantida.






Eu sei que, mal colocarem a vista em cima destas imagens, vão todos querer saber o segredo por detrás de tão impressionante e grandioso bolo.
Por isso mesmo - e para me precaver de um previsível e inevitável entupimento da caixa de comentários - vou já avisando que não vale a pena virem para aqui choramingar e pedir-me que partilhe a receita. 

Calma. Eu explico porquê. Não, não é má vontade. Têm com cada uma, vocês. Até parece que não sou o altruísmo em pessoa.
A grande verdade é que esta maravilha foi um rasgo de inspiração momentâneo. E até aposto que nem quem fez tal obra de arte culinária conseguiria repetir a façanha. 

Resumindo. É apreciar as fotos, malta. Apreciar e ficar a babar. Ponto.





nota: Maria João, não me esqueci que ainda te devo uma receita. Ela vai sair. Um dia.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Gosti


Foi no início desta semana, na passada segunda-feira, que mo disse pela primeira vez.

Começou por me dizer que queria ir fazer cocó (ela diz sempre isso, mesmo quando só quer fazer chichi, como, aliás, foi o caso). E lá fomos nós para a casa de banho. Sentei-a na sanita, depois de ter colocado o redutor cheio de sapos (eu cá acho que são rãs, mas ela insiste em dizer que são sapos e eu cá não sou teimosa) e joaninhas (neste caso não nos desentendemos, porque ela ainda não consegue dizer o que aquilo é). Nunca quer que eu saia da casa de banho. Tenho de ficar ali, juntinho a ela. Vou-lhe perguntando se já está e ela vai-me respondendo que está quase. Como já vem a ser hábito, chega uma certa altura em que me diz: anda cá. anda cá, mamã! com os bracitos estendidos em direcção ao meu pescoço. E eu lá me aproximo. E ela lá se abraça a mim num 'hummmm' de satisfação que me faz sentir ali qualquer coisa e quase me leva a duvidar da minha insensibilidade intrínseca. Depois disso, costuma dar-me um beijinho na bochecha mais próxima dos seus lábios.
Mas, na segunda-feira passada, o procedimento foi um tico diferente. Antes de me dar o beijo, saiu-lhe da boca um 'gosti ' pequenino. Quase imperceptível para quem não é mãe e não está constantemente atenta à mínima (tentativa de) palavra dita pelo seu rebento.

E pronto. É isto. Desde segunda-feira que sou brindada com um gosti. Todos os dias. Já foi na casa de banho, na cozinha e na sala. Só o diz uma vez por dia. Deve ser como aqueles namorados que não o dizem em demasia para que as palavras não se gastem.
Sempre achei a ideia tonta. Essa ideia de que as palavras se esgotam por serem pronunciadas muitas vezes.
As palavras nunca se estragam. Nunca se gastam. Nunca se esgotam. Os sentimentos sim (entre namorados). As palavras não. 

Fico a pensar se vai voltar a dizer que gosta de mim hoje. E onde será. Talvez no quarto, para variar.
O certo é que tenho de aproveitar. Aproveitar enquanto não se lembrar de me dizer, diariamente, outra coisa qualquer.
Outras palavras que poderão não ser tão bonitas de se ouvir.

Porque os paparazzi só se dão ao trabalho de flashar gente importante* #36










* tipo a Bolachita e eu. Yep.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mille millions de mille milliards de mille sabords de tonnerre de Brest, fui desmascarada!

E agora? O que é que eu faço?


Não estou em mim. Uma pilha de nervos desde ontem à tarde que nem vos conto.
Não, não foi por causa da reunião de pais que, por acaso também tive ontem, ao final da tarde e que custa sempre um tico. Essencialmente porque foi a primeira. E, talvez, um pouco também, por não me dar bem em ajuntamentos de muitas pessoas que não conheço, nem pretendo conhecer. Deixei de dar aulas. Por alguma razão foi. Foram várias, aliás, mas uma delas foi esta.

Bem, já me estou a dispersar. E não é isso o pretendido.
Até porque o caso é sério. Eufemismo tremendo, este meu. O caso é de alerta vermelho. Isso sim. Não sei o que será de mim a partir de agora.

Desabafar, é o que me resta.
E o que poderá ser melhor do que desabafar com esta malta que, nem sei bem como, ainda se dá ao trabalho de por aqui passar? Nada.
Agradeço, antes que me esqueça, a todos. Todos os que passam, que já passaram e que passarão.
A tristeza maior, aquilo que mais temo no mais fundo das minhas entranhas é que, quando souberem o que tenho para vos revelar, desertem de vez este casebre que tanto trabalho me deu a construir e que, ainda hoje, me rouba um tempo precioso. Gosto de dar, o que se há-de fazer. Altruísmo puro. Acreditem.

Vamos lá concentrar-nos, que já me estava a desviar outra vez.
Então não é que, pelos vistos, a minha psicóloga anda nisto dos blogues?
Então não é que, não bastando andar metida nisto, lembrou-se de revelar a minha ficha clínica (ou lá como se diz, que eu não sou entendida nessa matéria)? Essa mesma ficha que deveria ser estritamente confidencial e seguir para o túmulo, juntamente com essa minha psicóloga, no dia em que for desta para melhor.
Pois bem. Escarrapachou tudo. Tudinho. Não escondeu nada. Nadinha. E a Mam'Zelle sente-se nua. Despida de si mesma. Muito mais do que quando corta, propositadamente, o cai-cai nas fotos que aqui vos deixa.
E como não quero que saibam disto-da-minha-vida por portas travessas, que este blogue sempre se regeu pela honestidade suprema, aqui fica tudo (quase tudo, vá, poupo-vos certas partes mais enfadonhas) o que, em blogue alheio, a senhora foi escarrapachar a meu respeito.

Desfrutem. Que não se lê disto todos os dias.

Começa pela análise clínica:


Digam lá se não me descobriu a careca? É que eu estou farta de dizer que sou bruta. E ruim. E insensível. Lá isso é verdade. Mas não estava preparada para que a malta também soubesse que sou cruel e intolerante. Assim. De repente. Do pé para a mão.
E caprichosa? E imatura? E amarga? Isto são cenas que preferia guardar para mim. Como é evidente. Pois que me parece que ninguém gosta que todo e qualquer mortal saiba dos seus podres mais secretos. Tão secretos que até eu os desconhecia.




Continua com uma crítica séria e objectiva aqui ao casebre (para além de psicóloga também é expert em blogues, o que desconhecia de todo):


Aqui fiquei um tico triste, confesso. Quem é que não gosta, não se identifica e não segue um blogue deste gabarito? Pessoa sem gosto, sem identidade e sem net, na certa.




Termina com o aconselhamento personalizado:

Gostei. Só não achei bem pedir-me para deixar de ser menina. Não me dava jeitinho nenhum ter de mudar o guarda roupa todo. Ainda para mais agora, que se acabaram os saldos. Deixar crescer a barba. E cuspir para o chão. À macho.





Agora digam-me lá, não é caso para eu querer cortar os pulsos, a ver se alguém me liga às máquinas?
Eu cá acho que sim.

Já que todo o meu ser interior foi exposto, convido quem quiser a ajudar a minha psicóloga a apetrechar o seu trabalho. Estão à vontade para acrescentar as patologias que julguem estar em falta neste belo estudo. É que, seguir a Mam'Zelle ao longo de quatro anos, também vos dá uma credibilidade não negligenciável.

Em nome da senhora doutora psicóloga, agradeço, desde já, o vosso humilde contributo.




nota: só para o caso de passar por aqui alguém que ainda desconheça o meu jeito parvo de lidar com situações parvas surreais, informo que nunca precisei de recorrer aos serviços de um psicólogo. No entanto, é verdade que existe uma pessoa que se deu ao trabalho de fazer a exaustiva, idónea e brilhante análise da minha pessoa que acima apresentei. Isto tudo, gratuitamente. E, só por isso, ser-lhe-ei eternamente grata.
nota2: o facto de me achar uma 'menina' fez-me ganhar o dia de ontem. e todos os que ainda tenho pela frente. não tarda nada, sinto-me uma verdadeira adolescente outra vez.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Metia as minhas dez mãos no lume, se as tivesse, conforme iria ser assim.


Se isto fosse a brincar,
Se houvesse volta a dar,
Irias gozar com aquela situação.
Irias teimar que foi tudo encenação.
Um estratagema astutamente orquestrado por mim,
Para comer sozinha o brownie de manteiga de amendoim.

Se isto tudo tivesse sido a brincar,
Se houvesse alguma volta a dar,
Se estivesses, aqui, ao meu lado.
Se a nossa história não tivesse acabado.



  (onze de Junho de dois mil e dezasseis)

Porque há malta que dava um rim para saber o verdadeiro nome aqui da Mam'Zelle,


e porque eu me preocupo deveras com todos (tantos, uiiiiii) vocês que por aqui passam,
e porque não quero que metam a vossa saúde em perigo por minha causa,
aqui fica a revelação:





E, assim, ficaram todos (multidão de gente boa. upa, upa) esclarecidos.
Agora, já podem voltar à vossa vidinha - chata como deve ser toda e qualquer vidinha a meio de uma segunda-feira - mais descansados.
Ide! Ide! 






nota: nem sei como ainda não tinham descoberto a minha identidade, tendo em conta a minha impressionante - de tão imponente - altura de perna.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Porque a vida é feita de mudanças e a minha não é excepção.


Cá está ela, o raio da mudança. E, verdade seja dita, não gostei dela por aí além. Mas uma pessoa habitua-se. Que remédio.

Nos último anos, antes deste, a minha vivência desta febre do recomeço de Setembro resumia-se a ISTO que escrevi há quatro anos.
Este ano, teve de ser diferente. A Bolachita deixou de ser um bebé. Tenho noção disso. A custo. Mas tenho. A Bolachita vai fazer três anos não tarda nada. (não, não pensei num tema para a festa de aniversário. não, não enviei convites para a festa de aniversário. não, não planeei qualquer tipo de festa de aniversário.) E, por conseguinte, a Bolachita entrou para o jardim-escola. Foi na passada segunda-feira.
Já disse que a Bolachita deixou de ser um bebé?


A Bolachita iniciou um novo ciclo. É verdade. Por isso - e só por isso - Setembro e a sua famosa rentrée já fazem algum sentido por aqui.
Todos os dias úteis, de manhã, tenho de a vestir de forma mais compostinha. Tenho de a pentear (ainda não me esqueci de a pentear uma única vez nestes quatro dias. estou-me a tornar uma mãe quase exemplar). Tenho de a levar à escola. Tenho de me despedir dela e fazer de conta que não a vejo a torcer o beicinho e a lacrimejar, enquanto retribuo, sempre a sorrir e já do outro lado do portão de saída, o último beijinho que me lançou. 
E vou buscá-la à tardinha. É a melhor parte, esta. Aquela em que, mal me vê, se põe a correr de braços estendidos na minha direcção. Aquela em que só pára de gritar mamã quando, finalmente, a levanto no ar e encosto uma das suas bochechas a outra minha. Aquela em que, quando - a custo - a consigo voltar a pousar no chão e lhe dou a mão, caminhamos lado a lado e ela me dá um beijo repenicado na mão, mal passamos o portão. 


E se continuo sem necessidade - nem vontade - de comprar caderninhos com frases inspiradoras na capa e restante material de papelaria, não pude escapar a certas compras. 
A Bolachita não entrou no público. Depois de muito pensar, percebi que não a podia obrigar a passar mais um ano comigo. Só comigo. O dia todo. Não podia deixar que só convivesse com outros putos nas nossas idas ao parque. Não a podia obrigar a aturar-me mais um ano. Não podia. Não devia.
A Bolachita anda numa "escolinha" (não sou muito de diminutivos, é certo. mas então este, não posso mesmo com ele. é visceral. primeira e última vez que o uso. prometo.) que tem uma farda completa. Não é só um bibe, não senhor. São babetes. E trouxas para guardar os babetes. E chapéu para o sol. E fato de treino. E calção com respectivo pólo. E mochila com lençol e almofada. E mais não sei o quê que a minha cabeça não foi feita para memorizar estas coisas. E tudo bordadinho, com o nome da criança.

Esta rentrée está a ser diferentes das anteriores.
E está a custar-me um tico. (literalmente falando e não só.)

Hell yeah!! #65



quarta-feira, 7 de setembro de 2016

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Porque, quando a Mam'Zelle quer, a Mam'Zelle faz por ter.

E eu queria um instagram.
Queria porque queria.
Um.
Só para mim.
Pronto.

Agora, é somarem um mais um, fazerem as contas e chegam lá.



Sempre gostei de fotografias. De tirar. De revelar. De guardar em álbuns coloridos.
Continuo a gostar de fotografias. Continuo a tirar. Muitas. Revelo menos. Tenho um caixote cheio de álbuns coloridos por encher.
Gosto muito de fotografias. Este blogue é prova disso.
Não tenho um jeito por ali além. Mas não me importo. Gosto delas. De todas as fotos que vou tirando. De todos os momentos e pormenores que vou captando e imortalizando, para mais tarde recordar.

Posto isto. Chega de lengalenga.
A realidade é esta. A Mam'Zelle também tem um instagram.
Tcharããããããã.



Foi um desassossego para lá chegar (muuuuuuuuuito obrigada Sónia - cliquem, cliquem que o blogue dela vale muito a pena e o instagram também - és a maior). Mas lá cheguei.
Por isso, para aquela malta que -  mesmo já tendo um enorme mérito por me ir aturando, a mim e às minhas maluqueiras, por aqui - queira conhecer um tico mais da Mam'Zelle, é favor ir espreitar ALI. E seguir o meu dia a dia.

Divirtam-se. Pára lá de ser cusca, ó Urso! Em vez de passar o rato pelo texto todo à procura de mensagens escondidas, como tu dizes, vai mas é seguir a Mam'bicho-ruim'Zelle. Pode ser? ;p

Quando o verde e o laranja até combinam #8





segunda-feira, 5 de setembro de 2016

E é isto #14


Por mais que me digam - e o certo é que não se cansam de me dizer - que a Bolachita nunca será plenamente feliz por ter os pais separados, não consigo acreditar.


Quando a observo a acordar,
quando a admiro a brincar,
quando a espreito a dançar,
quando a ouço a cantar,
quando a contemplo a dormir,
não consigo acreditar.

Cada um é como cada qual* #4


Há quem beba batidos detox, fit e outras cenas fashion saudáveis.


E, depois, há a Mam'Zelle, que prefere batidos reconfortantes.
 




Os outros, desintoxicam o corpo e afinam a silhueta.
Eu, aconchego o estômago e alegro a alma.


É uma questão de prioridades.
Simples.






* e cada qual é como é. e faz o que quer e bem lhe apetece.