Nunca dei sangue. Nunca pude dar por causa do meu peso. Sempre disse que, se pudesse, dava. Foram várias as vezes em que me dirigi às carrinhas para o efeito, paradas pela cidade em dias marcados. E a resposta que me deram sempre foi a mesma, ganhe uns quilitos e volte cá. Os quilitos que me faltam teimam em não querer nada comigo. Não os posso censurar por isso.
Nunca dei sangue, mas sempre quis dar.
Sempre até ontem*. Até ter lido uma notícia que me deixou parva. Daquelas cenas que me lixam só de as ouvir de longe. Nem quis saber ao certo os porquês, as razões apresentadas. Cada vez tenho menos paciência para certas merdas. O preconceito ridículo é uma delas.
Nunca dei sangue. E mesmo que, de hoje para amanhã, engordasse os cinco ou seis quilos que me faltam, não iria dar.
Ninguém deveria dar até o Sr. Presidente do Instituto do Sangue e da Transplantação deixar de ser escandalosamente preconceituoso.
Acredito que mudaria rapidamente de opinião. Tipo o Sr. Google que, de um dia para o outro, percebeu que o falso moralismo não o levava a lado nenhum e aceitou de volta e de bom grado os ditos 'conteúdos sexualmente explícitos'.
* este 'ontem' já deve ter uma semana. mas, é como eu digo, escrevo os posts e deixo-os ficar nos rascunhos feita parva em vez de os publicar logo. e, depois, esqueço-me deles. pois claro.