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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Se tivesse um, ficaria derretidinho, o meu coração

- Sabes, mamã, eu qu'ria ser como tu. Proque és engraçada e fazes paiaçadas e isso tudo.

Foi o que a Bolachita me disse, ontem à noite, já deitadita na sua cama, com a mão agarradinha à minha, depois de eu lhe ter contado a história da Branca de Neve à minha maneira e ela se ter desmanchado a rir o tempo todo, enquanto eu ia inventando peripécias mirabolantes, enriquecidas de onomatopeias brilhantes.

Pena a luz já estar apagada. 
Gostaria, por demais, de ter visto os olhitos dela naquele momento. 
Naquele preciso momento em que acabou de me fazer o maior elogio do mundo inteiro.


[dezoito de Julho de dois mil e dezanove]

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O mail que vira post #3 ou Porque foi neste mês - que está prestes a terminar - que descobri que ia ser mãe

Quase noutra vida*, um blogger que gostaria de ser pai mas que, desencantado com as relações amorosas, sentia que nunca o viria a ser, fez-me, numa troca de emails, a seguinte pergunta:

Podes contar-me como/porquê é que decidiste tornar-te mãe?                  
 

E, eu, na altura, respondi:

Bem. Boa pergunta. Penso que, como a maioria das mulheres, chegou um momento em que senti essa vontade de ser mãe. Nunca fui de sonhar em casar e ter filhos desde pequena, contrariamente à minha irmã por exemplo que, desde muito cedo, tinha esses sonhos bem presentes. Mas, depois dos trinta, comecei a ter essa vontade. Não posso explicar o porquê. Lá está, é algo que se sente dentro de nós. Uma vontade de ter alguém que se ame incondicionalmente. Uma percepção mais ou menos nítida de que temos capacidades para criar/educar um pequeno ser que se irá transformar num homem ou numa mulher com valores que também são os nossos. Uma vontade de guiar e acompanhar o crescimento/desenvolvimento de alguém que, de certo modo, faz parte de nós mesmo não sendo nosso (no sentido de posse).
E houve um momento em que tive plena noção de que tinha de acontecer. Percebi que tudo o que tinha passado nos últimos anos tinha um propósito: ter um/a filho/a.



Pronto. Por hoje, é mesmo só isto.



* é que esse mesmo blogger já encontrou a mulher da sua vida, através da blogosfera, já casaram e já têm um filho. Ou seja, tout est bien qui finit bien, como se diz lá por França.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Matchi-matchi #6


Para aquela malta que está com saudades da Bolachita...

[le perfecto, la jupe en jean, les collants étoilés]


Está a crescer, como todas as crianças.
Apetece dar-lhe beijinhos a toda a hora, como a todas as crianças.
Consegue ser chatinha-que-só-ela, como todas as crianças.
Está a ficar com uma pinta do caraças, como a mãe.









nota: os mais atentos devem ter reparado que a Bolachita ainda não domina totalmente a nobre arte do pôr-a-língua-de-fora. estranho, tendo em conta a minha destreza neste ofício e as inúmeras vezes que me prontifico a exemplificá-lo. acredito, no entanto, que, com a prática e o tempo necessários, chegue lá. eu, mãe extremosa e babada, deposito toda a minha fé nisso.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Porque a minha filha pode não ser a mais inteligente, mas é, com certeza, a mais castiça



Bolachita, em modo polícia sinaleiro no descanso.




nota: este, estava há dois anos nos rascunhos. miss Bolachita cresceu um tico. perdeu os caracóis. e trocou a Callie pela Princesa Sofia.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Estou feita


O pai da Bolachita liga.
Ela não quer falar com ele.
Ele insiste.
Ela ri-se, mas continua sem falar.

- Tu és uma marota...
- Não. Eu não sou mamota. Sou uma pincesa.
- És o quê?
- Uma pincesa. Uma pincesa Cindelela. Com o vestido.
...




Já vos tinha dito que o que eu queria mesmo era um rapaz, não já?
Pronto.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sou uma mãe desnaturada #9



Enquanto a menina-dos-meus-olhos se esforça nos ensaios para a festa de natal, eu cá tento entreter-me como posso.
Brincar às pitas-adolescentes, na casa de banho da escolinha, é só um dos exemplos. Aquele que deu para ficar registado e que não fica assim tão mal mostrar aqui.



nota: eu sei, eu sei, é um post antigo. sim, sosseguem que o natal, efectivamente, já passou. até já iniciamos um novo ano e tudo, vejam bem. e querem saber a melhor? o mês de Janeiro já era. yeah!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Bolachita questiona-se...



Haverá prazer maior do que saborear o resto de uma torrada de pão espanhol fora de validade,
esquecida pela minha extremosa e maravilhosa mãe em cima da mesa da sala?, pergunta.






Creio que não., conclui.





Bolachita, a lutar contra o desperdício alimentício desde dois mil e treze.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

E é isto #17



A transpirar HK por todos os poros.
A esguichar HK pelos olhos fora.
A vomitar HK esófago acima.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Agora é que ela me tramou bem tramada... ou Matchi-matchi improvisado



Quis repetir a brincadeira. E eu achei piada.
Mas o caso mudou um tico de figura. 
E, afinal, não descansou enquanto não me transformei num ouriço também, o raio da catraia. 
(repararam que fez questão de calçar os meus chinelos de dedo, para ficarmos mesmo mesmo a combinar?)






Resumindo: quem ri por último ri melhor.
Bolachita 1 - 0 Mam'Zelle






nota: saudades dos dias em que podíamos andar só de chinelito no pé. é que, infelizmente, parece-me que as meias vieram para ficar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O que mais me custa, nesta aventura de ser mãe,


é ter de esperar, mal aparece um semáforo, que o bonequinho passe de vermelho a verde.
Mesmo quando não vem lá a porra de um carro em quilómetros de distância, tenho de ficar ali especada à espera da mudança de cor da porcaria de um boneco. 

E é ver a malta toda a passar, feliz da vida, enquanto olha de soslaio para nós - paradas feitas parvas - com um sorrisinho estúpido de satisfação quase sádica.



Isto de se ter de dar o exemplo quando não se é exemplo para ninguém é, no mínimo, uma grande chatice.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

ouriço meu




Ei! Foi ela que pediu, atenção. 
E eu, como mãe extremosa que zela pelo bem estar da sua cria e que anda sempre atenta às suas mais básicas necessidades, lá lhe fiz a vontade.
Pronto.





nota: isto já foi há uns meses. a Bolachita ainda usava fralda.sim, estou a tentar 'esvaziar' a pasta dos rascunhos que já conta cento e oitenta e nove posts.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Gosti


Foi no início desta semana, na passada segunda-feira, que mo disse pela primeira vez.

Começou por me dizer que queria ir fazer cocó (ela diz sempre isso, mesmo quando só quer fazer chichi, como, aliás, foi o caso). E lá fomos nós para a casa de banho. Sentei-a na sanita, depois de ter colocado o redutor cheio de sapos (eu cá acho que são rãs, mas ela insiste em dizer que são sapos e eu cá não sou teimosa) e joaninhas (neste caso não nos desentendemos, porque ela ainda não consegue dizer o que aquilo é). Nunca quer que eu saia da casa de banho. Tenho de ficar ali, juntinho a ela. Vou-lhe perguntando se já está e ela vai-me respondendo que está quase. Como já vem a ser hábito, chega uma certa altura em que me diz: anda cá. anda cá, mamã! com os bracitos estendidos em direcção ao meu pescoço. E eu lá me aproximo. E ela lá se abraça a mim num 'hummmm' de satisfação que me faz sentir ali qualquer coisa e quase me leva a duvidar da minha insensibilidade intrínseca. Depois disso, costuma dar-me um beijinho na bochecha mais próxima dos seus lábios.
Mas, na segunda-feira passada, o procedimento foi um tico diferente. Antes de me dar o beijo, saiu-lhe da boca um 'gosti ' pequenino. Quase imperceptível para quem não é mãe e não está constantemente atenta à mínima (tentativa de) palavra dita pelo seu rebento.

E pronto. É isto. Desde segunda-feira que sou brindada com um gosti. Todos os dias. Já foi na casa de banho, na cozinha e na sala. Só o diz uma vez por dia. Deve ser como aqueles namorados que não o dizem em demasia para que as palavras não se gastem.
Sempre achei a ideia tonta. Essa ideia de que as palavras se esgotam por serem pronunciadas muitas vezes.
As palavras nunca se estragam. Nunca se gastam. Nunca se esgotam. Os sentimentos sim (entre namorados). As palavras não. 

Fico a pensar se vai voltar a dizer que gosta de mim hoje. E onde será. Talvez no quarto, para variar.
O certo é que tenho de aproveitar. Aproveitar enquanto não se lembrar de me dizer, diariamente, outra coisa qualquer.
Outras palavras que poderão não ser tão bonitas de se ouvir.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Porque a vida é feita de mudanças e a minha não é excepção.


Cá está ela, o raio da mudança. E, verdade seja dita, não gostei dela por aí além. Mas uma pessoa habitua-se. Que remédio.

Nos último anos, antes deste, a minha vivência desta febre do recomeço de Setembro resumia-se a ISTO que escrevi há quatro anos.
Este ano, teve de ser diferente. A Bolachita deixou de ser um bebé. Tenho noção disso. A custo. Mas tenho. A Bolachita vai fazer três anos não tarda nada. (não, não pensei num tema para a festa de aniversário. não, não enviei convites para a festa de aniversário. não, não planeei qualquer tipo de festa de aniversário.) E, por conseguinte, a Bolachita entrou para o jardim-escola. Foi na passada segunda-feira.
Já disse que a Bolachita deixou de ser um bebé?


A Bolachita iniciou um novo ciclo. É verdade. Por isso - e só por isso - Setembro e a sua famosa rentrée já fazem algum sentido por aqui.
Todos os dias úteis, de manhã, tenho de a vestir de forma mais compostinha. Tenho de a pentear (ainda não me esqueci de a pentear uma única vez nestes quatro dias. estou-me a tornar uma mãe quase exemplar). Tenho de a levar à escola. Tenho de me despedir dela e fazer de conta que não a vejo a torcer o beicinho e a lacrimejar, enquanto retribuo, sempre a sorrir e já do outro lado do portão de saída, o último beijinho que me lançou. 
E vou buscá-la à tardinha. É a melhor parte, esta. Aquela em que, mal me vê, se põe a correr de braços estendidos na minha direcção. Aquela em que só pára de gritar mamã quando, finalmente, a levanto no ar e encosto uma das suas bochechas a outra minha. Aquela em que, quando - a custo - a consigo voltar a pousar no chão e lhe dou a mão, caminhamos lado a lado e ela me dá um beijo repenicado na mão, mal passamos o portão. 


E se continuo sem necessidade - nem vontade - de comprar caderninhos com frases inspiradoras na capa e restante material de papelaria, não pude escapar a certas compras. 
A Bolachita não entrou no público. Depois de muito pensar, percebi que não a podia obrigar a passar mais um ano comigo. Só comigo. O dia todo. Não podia deixar que só convivesse com outros putos nas nossas idas ao parque. Não a podia obrigar a aturar-me mais um ano. Não podia. Não devia.
A Bolachita anda numa "escolinha" (não sou muito de diminutivos, é certo. mas então este, não posso mesmo com ele. é visceral. primeira e última vez que o uso. prometo.) que tem uma farda completa. Não é só um bibe, não senhor. São babetes. E trouxas para guardar os babetes. E chapéu para o sol. E fato de treino. E calção com respectivo pólo. E mochila com lençol e almofada. E mais não sei o quê que a minha cabeça não foi feita para memorizar estas coisas. E tudo bordadinho, com o nome da criança.

Esta rentrée está a ser diferentes das anteriores.
E está a custar-me um tico. (literalmente falando e não só.)

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Era bom demais...


Lembram-se DESTE belo post?
Pois que foi sol de pouca dura. Muito pouca, infelizmente. Até porque o percalço que vou relatar, já a seguir - e com provas fotográficas que eu não sou de falar para o ar - aconteceu poucos dias depois de o outro post em questão ter sido escrito. Eu é que demoro uma eternidade a publicar os textos que vou guardando nos rascunhos. Ninguém se faz.

Pois que, um belo dia, a Bolachita se lembrou de pegar numa caixa de chocolates - hermeticamente fechada, com plástico e tudo - que eu tinha em cima do aparador da sala. Sentou-se no sofá, no maior dos silêncios e, com aquelas mãozitas que tem, conseguiu retirar o plástico. Sim, aquele plástico que eu demoro uma eternidade a abrir. Até porque, depois de me debater com ele durante longos minutos, acabo por me aperceber que só com uma faca é que me vejo livre dele. Pois que a Bolachita não precisou de qualquer auxiliar cortante. Abriu a caixa, na boa, e fez-se aos chocolates. Comeu um, lambuzou outros quantos e apresentou-se a mim nestas figuras:



Não me parece que seja necessário acrescentar mais paleio. Certo?
Eu logo vi.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Se não fosse minha filha, internava-a #2



Diz que o sofá é o seu cavalo. E fica horas a montá-lo ou simplesmente agarrada a ele, a dar-lhe miminhos.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Bolachita está apaixonada


E eu estou bem lixada.

E o pior de tudo... querem saber o pior de tudo?! Pois eu digo. O pior de tudo é que a culpa é toda minha.
Eu explico. Calma.
Então não é que estava a fazer a minha ronda pelos instagrams [sim, confesso, vou cuscar uns quantos. só porque a minha vida é uma autêntica tristeza e tenho de a alegrar de alguma forma. com futilidades cibernéticas?, perguntam vocês. yep. alguém tem algum problema com isso?] e a Bolachita teimou em subir para o meu colo, justamente quando estava a passar um daqueles videozitos de segundos de uma blogger reconhecida nacionalmente.
O vídeo mostrava o puto dessa blogger a jogar-se para o chão para defender um penalti ou coisa do género. 

Queo mino có bola, chtá bem?*, lança-me a Bolachita depois de terminado o mini-vídeo.

E eu, em mãe extremosa, passo mais uma vez a cena.
A Bolachita ri com vontade e fica embasbacada, frente ao ecrã de computador, a ver o miúdo.

Queo mino có bola, chtá bem?, pede de novo.
Mas eu já estava fartinha de ver aquilo. E não cedi.
Esperou uns minutitos e voltou à carga:
Queo mino có bola, chtá bem?

Agora, sempre que me apanha no computador vem a correr e... adivinhem o que a cachopita pede?
Pois. Isso mesmo.


Temos paixão à séria. 
E eu vou ter de levar com um puto a jogar-se para a areia, no sentido oposto à direcção que toma a bola, umas quantas vezes. (não, não vou aqui debater a destreza do miúdo, nem antever o seu brilhante futuro como futebolista. não me meto com as crias das outras.)
E a culpa foi toda minha.
Fosca-se.






* Quero (ver) o menino com a bola, está bem? - Só para aqueles que são lentinhos a entender a linguagem super desenvolvida da Bolachita, aqui fica a minha tradução livre.