Fico triste. A sério que fico. Fiquei triste com a malta. Pronto. Mas isso é capaz de ser das hormonas.
As pessoas que me conhecem sempre me gabaram, não só o sentido de humor, como também a ironia (
também me gabam outras coisas, é certo, mas não vem aqui ao caso). Dizem que sou boa a ironizar. E eu gosto de saber disso, até porque, para mim, a ironia é uma das melhores armas que se pode ter. E uso-a muito. Por vezes até abuso dela. Já abusei mais, é certo. Que isto da idade a avançar leva-nos a relativizar mais e a marimbarmo-nos para muita coisa. Já não havendo tanta paciência para pensar, quanto mais opinar. Pior, opinar ironizando. Mas, parece-me que perdi o jeito.
Agora, depois desta espécie de introdução, vamos ao que interessa. O conteúdo do post anterior é que é mentira, minha gente. E parece-me que poucos entenderam isso. É verdade, foi uma tentativa de ironizar que, pelos vistos, não foi bem sucedida (
só uma pessoa, daquelas que se manifestaram, chegou lá). Enfim, nem tudo foi mentira, calma. Nem tudo. Efectivamente, recebi vários emails de malta incrédula. E, realmente, adorei receber todos aqueles emails. Mas, com tanta desconfiança, acabei por me perguntar a mim mesma, durante uma fracção de segundos, se tudo não tinha passado da minha imaginação: a barriga a crescer, a ida à maternidade, o parto e a criança. Depois, olhei aqui para o lado, vi a bolachita a dormir toda tranquila à minha beira e desfiz as dúvidas.
Como é que a malta pôde acreditar que tinha inventado uma gravidez? Então e a foto
deste post? Fui buscar os livros da especialidade e aqueles comprimidos todos, especificamente tomados por grávidas, onde? Acham mesmo que levava a "brincadeira" (
sem graça alguma, quanto a mim) tão longe que ia comprar essas coisas todas para as fotografar e vos fazer acreditar numa falsa gravidez? E o
header? Ia criar um
header, com uma bola a fazer de barriga, de propósito para tornar a coisa mesmo real? Porra, eu já cá ando há algum tempo (
um ano e meio pode parecer pouco, mas para mim é um verdadeiro feito). Já me deviam conhecer um tico. Acham mesmo que faria uma coisa dessas? Isso é de gente com uma mente muito retorcida. Isso é de gente que, efectivamente, não tem vida. Isso é de gente com muitos parafusos a menos (
que eu tenho uns dois ou três soltos e não pensaria em tal coisa). A sério, fiquei parva. E depois triste. Mas isso deve ser das hormonas.
Agora uma coisa é certa, não vos irei massacrar com todos aqueles temas típicos da maternidade. Não, não fiz barriga de gesso (mas quem é que inventou uma treta daquelas? Por amor de todos os anjinhos!). Não, não deixei que fizessem "arte" no meu pipo de 10 litros - vulgo barriga enorme - para depois tirar fotos toda orgulhosa. É verdade, acho feio, de muito mau gosto até, a maioria dos belly painting. Peço desde já desculpa a todas as futuras mães que exibem, orgulhosas, a sua barriga tornada tela por um dia. Mas gostos não se discutem e eu tenho os meus. Não, não fiquei super feliz quando soube que ia ter uma menina e que poderia enchê-la de laços, folhos e tantos outros frufrus. Quando era criança brinquei às bonecas q.b., não tendo necessidade alguma de colmatar qualquer carência nesse aspecto, usando um recém-nascido que, antes de mais, é um ser humano. Não digo que não irei fazer umas quantas brincadeiras com a pequenita, tirar umas fotos engraçadas. Mas não é meu objectivo "mascará-la" no dia a dia. Nem entendo quem queira ter uma menina pela simples razão de que há "roupa mais gira para as meninas".
Como podem ver, continuo a mesma insensível de sempre. Uma insensível com a miúda mais linda, fofinha, encantadora do universo, é certo, mas uma insensível na mesma.
Agora, acredito que falarei dela por aqui. Nada mais natural, já que faz parte da minha vida. Aliás, correndo o risco de parecer, assim de repente, um tico lamechas, ouso na mesma dizer que, a partir de agora, ela é a minha vida. O que torna inevitável ela vir a ser tema por aqui.
Para terminar, devo dizer que não menti na gravidez, mas houve uma imprecisão no
tal post. É que no dia em que o publiquei, a bolachita já tinha nascido. O post foi, de facto, escrito no dia em que ela nasceu, antes de ir para a maternidade, entre uma contracção e outra, entre um
inspira e um
expira como se estivesse a soprar uma vela, sem nunca a apagar. Mas não consegui publicá-lo. Não sei se foi o computador que estava maluco, se foi a internet que quis fazer das suas. Uma coisa é certa, dava sempre erro e tive de ir à minha vida sem vos dar a boa nova. Mas já que estava escrito, achei por bem publicar o post na mesma, quando voltei da maternidade.
E, por agora, era "só" isto, que tenho de ir mudar uma fralda.
Chegada à maternidade
Saída da maternidade