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terça-feira, 18 de outubro de 2022

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Esclarecimentos necessários para o bem comum #30


Se tivesse de me definir, numa palavra, não escolheria, com toda a certeza, a palavra "mulher". Nem tão pouco a palavra "mãe" seria a minha escolha.

Nunca me identifiquei com a maioria das características que são tidas como femininas. Não partilho os supostos gostos/interesses do mulherio. Faço questão de ir à casa de banho sozinha e nunca recorri aos serviços de uma manicure.
Vivi trinta e cinco anos da minha vida antes de conhecer a realidade da maternidade. Quase a minha vida toda, portanto. Seria extremamente redutor, a meu ver, definir-me essencialmente como mãe. Nada contra aquelas pessoas que só perceberam quem realmente são, que só descobriram a razão da sua existência e só se sentiram vivas e completas depois de terem dado à luz. Agora, o certo é que não me revejo minimamente nesse tipo de filosofia.

Se tivesse de me definir, numa só palavra, diria, inequivocamente, que sou uma pensadora. Sou, de facto, essencialmente, um ser pensante.
Atenção. Não uso, nem quero que entendam, este termo no sentido simplista que é, geralmente e uma vez mais, atribuído aos seres de sexo feminino. Sabem, quando se quer caracterizar alguém e se diz "Ai e tal... aquela gaja pensa muito."? Estão a ver aqueles pensamentos, quanto a mim bobos, que, geralmente, mais não são do que o remoer de cenas frívolas e sem interesse profundo? Conseguem destacar alguém do vosso círculo familiar, de amigos ou conhecidos que está sempre a fazer perguntas porque, simplesmente, não sabe lidar com o silêncio? Que, grande parte das vezes, dá logo a seguir uma resposta tão banal quanto a pergunta ou que, simplesmente, nem espera pela resposta porque não interessa nem ao menino Jesus? Não é de nada disso que estou aqui a falar.
Uso o vocábulo 'pensar' no sentido de reflectir, de analisar, de ponderar, de criticar (no seu sentido mais lato). De, constantemente, desconstruir para melhor entender. De Pensar. Ponto.
Ou seja, o que melhor me define é a capacidade de pensar e de jamais, em momento algum, deixar que o façam por mim.
E isso é lixado.
É cansativo.
Extenuante, por vezes, até.

Saber-me-ia para lá de excelentemente bem, de vez em quando, deixar andar. Aproveitar a onda e aceitar o pré-estabelecido como sendo o certo, tal e qual tanta gentinha-feliz-da-vida faz. Interiorizar o politica e socialmente correcto e fazer disso lei absoluta para me reger, dar-me-ia, a mim e à minha cabecita pensadora, umas férias do caraças. Trar-me-ia uma paz interior, própria de gente básica, bastante tentadora. Sedutora, até.
É-me, no entanto, impossível.
Não dá.
Não consigo.

Infortunadamente,
não posso.

E, pensando bem,
não quero.







nota: numa era onde a palavra "feminismo" virou moda estampada em t-shirts e afins, tenho plena consciência do quão 'crucificada' posso ser por algumas considerações que teço. O certo é que grande parte de quem desfila, com a palavra a baloiçar no peito, não tem noção do seu significado. Nem tampouco faz um escaravelho (para não usar outra palavra que, com esta, rima) para apoiar a ideologia que tal conceito abraça, muito pelo contrário.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Sobre essa cena de ser anti-social (assumida)


o certo é que uma pessoa sincera, directa, com algumas noções de ética, sem pachorra para fazer fretes ou aturar absurdidades tem, obrigatoriamente, alguma dificuldade em conviver com o resto do comum dos mortais.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Esclarecimentos necessários para o bem comum #15


Não sou bipolar.

Estive efectivamente em  baixo a semana passada. Estou efectivamente bem melhor agora.



Não sou bipolar.
Mas a vida ensinou-me que é uma tremenda burrice deixar passar momentos. É ainda mais estapafurdiamente parvo eu ter deixado escapar tanta coisa na minha vida, ter plena consciência disso e não tentar mudar. Nunca é tarde para se perceber que o não arriscar não nos dá descanso coisíssima nenhuma. Acabei por aprender isso mesmo, com os sucessivos erros e a falta de paz de espírito que fui sentido ao longo dos anos. E, no entanto, continua a não ser fácil tentar colocar sempre tudo em pratos limpos. Mas vale sempre muito a pena. Porque a dúvida é muito mais devastadora do que uma hipotética desilusão. A dúvida fica sempre. A desilusão, se houver efectivamente razões para se vir a sentir, acaba por passar. Porque nada de mau é eterno, a não ser a dúvida que não se esclarece*.
A verdade é que não arriscar é pura cobardia. É um comodismo aparente. E acreditem que é só aparente. Porque acordar todos os dias a pensar no que poderia ter sido é tudo menos cómodo. Porque o vazio da dúvida nunca é preenchido. E, paradoxo do paradoxo, o vazio sente-se. Sente-se e não é pouco. E já que é ao sentir que tudo isto se resume, prefiro sentir o pleno da vida vivida ao vazio da dúvida guardada. 

O melhor de tudo? Aperceber-me de que vou sendo mais feliz assim. Assim, sem macaquinhos na cabeça.




* isso e a saudade de quem partiu. eterna para sempre. redundância parva, dirão vocês. não tão parva quanto a impossibilidade de voltar a abraçar a minha mãe e a minha avó.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Porque também não me podiam calhar todos os defeitos e mais algum


Não sou mentirosa.
Tenho um número considerável de defeitos. Tenho plena consciência disso. Aliás, a malta que por aqui passa com alguma regularidade também já deve ter topado o que a casa gasta. Mas não sou mentirosa. Não por não ter jeito para a coisa. Mas sim por achar bem mais desafiante conseguir não o ser.

Regra geral, as pessoas têm uma certa admiração pelos mentirosos. Acham reprovável, sem dúvida, mas, ao mesmo tempo, ficam fascinadas e reconhecem algum valor à capacidade de mentir.
Para mim, é bem mais difícil ser-se sincero em qualquer circunstância do que se ser mentiroso. Mentir dá tanto jeito tantas vezes. Mentir evita tanta dor de cabeça quase sempre. Mentir não é difícil. É, sim, o caminho mais fácil. A solução menos trabalhosa. E, essencialmente, a escolha mais cobarde.

Para ser totalmente sincera, dá-me um certo gozo mentir, não o vou negar. E minto, sim. Muitas vezes. Só para perceber se as pessoas caem nas minhas invenções. Só para confirmar que tenho jeito. [E a verdade é só uma, tenho jeito sim.] Só para ver a reacção da malta quando acabo por revelar que tudo o que disse era treta. Porque, como é óbvio, logo a seguir reponho a verdade. Ainda dá para se rir um tico com a situação e a coisa fica por ali.
 

Agora, o que, para mim, tem valor, o que, para mim, é motivo de admiração e respeito é a sinceridade. Sempre. Porque, regra geral, é difícil dizer-se o que se pensa, o que (não) se sente, o que (não) se quer. Porque, nem sempre, as pessoas estão preparadas para ouvir as coisas como elas são. Porque, não mentir é complicado. É duro. Por vezes, é lixado até.
Mas é tão gratificante, no final do dia, quando se deita a cabeça na almofada e se consegue dormir. Esta é que é a grande verdade.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sim, sou desse tipo de pessoas, mesmo #4


que não come o belo do croissant como, aparentemente, seria suposto. Eu cá vou desenrolando o moço e saboreando cada pedacinho (para mim, esta é a única forma de o comer que faz efectivamente sentido, mas pronto). Também costumo molhá-lo no galão ou no chocolate quente que sempre o acompanha. Pois que nunca é comido sozinho. Não me sabe tão bem. Fazer o quê.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sim, sou desse tipo de pessoas, mesmo #3


que não gosta de atrasos.
Detesto ter de esperar por alguém tanto quanto terem de esperar por mim. É muitíssimo raro eu chegar atrasada. Mas se por algum motivo isso acontece (desde que tenho a Bolachita é mais frequente, admito. mas também há muito menos oportunidades para me atrasar, essa é que é a verdade) fico super nervosa, ansiosa, stressada, incomodada por não conseguir chegar a horas. Quando sou eu que tenho de ficar à espera, fico rabugenta, aborrecida, irritada. Ou seja, fico pior do que estragada.
Não tenho paciência para qualquer uma destas duas situações. Pronto.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Esclarecimentos necessários para o bem comum #11 (especial*)






 

* semana da tal espécie de aniversário. (só porque determinada pessoa ficou cheiinha de inveja por eu ter tido a brilhante ideia de prolongar a comemoração do primeiro aniversário da Bolachita por uma semana inteirinha)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sim, sou desse tipo de pessoas, mesmo #2


que tem o seu pequeno ritual na hora de dormir.
Deito-me sempre para o lado direito. Depois de algum tempo, viro-me para a esquerda. Não sei precisar ao certo o tempo que demoro. Depende. Uns cinco, dez, quinze minutos. É quando me dá vontade. E, regra geral, adormeço assim. Se estiver com dificuldade em pegar no sono, viro-me mais umas quantas vezes. Mas, em princípio, quando é para adormecer mesmo, estou virada para a esquerda.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Sim, sou desse tipo de pessoas mesmo #1


que gosta de acompanhar qualquer sobremesa de colher com pão.
Escusado será dizer que, quando se vai ao restaurante, tem de se esconder um ou dois pedaços por baixo do guardanapo. É que os empregados, vá se lá saber porquê, teimam em levar o cesto do pão antes de trazerem a carta das sobremesas.

domingo, 3 de agosto de 2014

Das sequelas que ficam dos meus, já famosos, fins-de-semana


É quando estou com uma dor de cabeça tal - que mais parece que a minha testa se vai abrir a meio e, mesmo assim, insisto em não tomar nada para tentar amenizar a coisa - que ponho a hipótese de estar a ser, pela primeira vez na minha já significante (no sentido de longa e não no sentido de relevante) existência, um tico teimosa.
 
 
 
(a bela da construção frásica usada neste post é propositada. Está a fazer pandã com o meu estado emocional.)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Mam'Zelle acrescenta (só mesmo para rematar em beleza, à grande e à portuguesa, a boa porcaria que foram os posts de ontem):


Podia usar aqui o facto de, hoje, ser sexta-feira treze (ele há coisas do camandro) para justificar, como só eu tão bem o sei fazer, mais um dia de pancada forte. Mas - e fiquem desde já todos sabendo - a Mam'Zelle não é pessoa de seguir pelo caminho mais fácil. Mas podia (tau!). Lá isso podia. Pois... pois...
 
Devo frisar, ainda, que não vou referir o conceito que me vem à cabeça depois disto. Seria demasiado previsível e não passaria da repetição entediante de uma artimanha já excessivamente aproveitado. Ah pois...

 
Emballez, c'est pesé!
Next.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Quem não sai aos seus...


... pois que degenera.



Diz que, a meio deste mês, foi dia da família. Já sabem o quanto ligo a essa treta dos dias de tudo e mais alguma coisa. Mas fica bem relembrar a data para introduzir, melhor dizendo, para dar um propósito ao post que se segue.
 
Não saio aos meus. Cada dia que passa fico mais convencida disso.
 
Em pequena, ficava triste com certas conversas e brincadeiras. Tudo porque a minha irmã nasceu na cozinha da minha Mamie Z, lá na terriola. E, sendo assim, não há como negar que é filha dos meus pais. Mas comigo, nascida numa maternidade lá de França, a conversa é outra. Até porque, na altura, os recém-nascidos não dormiam junto às suas mães nos primeiros dias de vida. Eram levados para uma sala qualquer. Como tiveram o cuidado de me relembrar vezes sem conta.
Conclusão, era habitual brincarem comigo, dizendo que quanto à minha irmã não havia dúvidas, mas no que a mim dizia respeito, podia muito bem ter sido trocada à nascença e não pertencer à família que sempre conhecera como sendo a minha. Diziam isso quando fazia algo diferente do habitual lá em casa, quando dizia algo que não entrava nos padrões, quando gostava de algo diferente, quando reagia à minha maneira e não como seria suposto reagir. Ou diziam-no, simplesmente, para me ver irritada. E, efectivamente, isso irritava-me. Havia alturas em que me magoava, em que me deixava triste. Eu queria pertencer àquela família, porque era minha, porque não conhecia mais nenhuma, porque assim tinha de ser.
 
Hoje em dia, não me faria qualquer diferença. Não me identifico nada com os (supostos) meus ainda vivos. Não me revejo nos feitios, manias, vontades. Não tenho os mesmos objectivos, as mesmas necessidades. Não partilho da mesma forma de ver o mundo e a vida. Não tenho os mesmos gostos, ideias e ideais.
 
Não sou como eles. Nem quero ser.
 
Sou diferente em tudo. Chega a ser impressionante.
Sou diferente porque não ligo ao que os outros acham de mim. Sou diferente porque não faço as coisas a pensar no que os outros vão dizer. Sou diferente porque dizerem mal de mim não me tira o sono. Alias, é para o lado que durmo melhor (não fosse a Bolachita lembrar-se de berrar, nas últimas noites, de duas em duas horas). Sou diferente porque ajo em conformidade com os meus princípios e não para inglês ver. Sou diferente porque o ser bem vista não me aquece nem me arrefece. Sou diferente porque não saio de casa para ver e ser vista, falar e ser falada. Sou diferente porque não me importo com o que os outros têm ou deixam de ter; fazem ou deixam de fazer. Sou diferente porque vivo em função de mim (e agora da Bolachita) e não dos outros. Sou diferente porque estou pouco me lixando para as aparências.  Sou diferente porque prefiro ir descobrir mundo de chinelo no pé a ir mostrar a mala de marca e os sapatos novos (de marca também, s'il vous plaît) ao café da esquina. Sou diferente porque passei a vida a ouvir "tem juízo" e o que me importa a mim é ter valores. Sou diferente porque os padrões me aborrecem e os carros de alta cilindrada também.

Eu, Mam'Zelle degenerada me confesso.
Não saio aos meus porque sou diferente. Sou diferente porque não sou, nem quero ser, como eles.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Coisas minhas e do tempo


Eu cá não sou bipolar (pelo menos isso). O tempo é que é. Malvado cheio de manias, pá.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Estou com um galo


Não, malta. Não é nada disso que estão para aí a pensar. Calma aí um tico, sim.
Não me amancebei com um galináceo. (Ainda.) Estou mesmo é com um galo na testa. Daqueles redondinhos e que doem com'ó caraças. Estão a visualizar o meu ar ridículo com uma saliência considerável por cima da sobrancelha direita, estão? Sim, sim. É isso mesmo. Ride à vontade que eu deixo.
 
Já disse que sou uma desastrada de primeira, não já? Pois, confere. Pronto.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

E, hoje, somo mais um


do que o ano passado.

Sou a mesma. Mas tanta coisa mudou.
Fazendo as contas, já estava grávida da bolachita, há um ano atrás. Mas nem sonhava com algo parecido.
Tentei vestir aquele vestido das fotos de novo, há dias. Não me serve.
Nada de ficarem já todas contentes, gajas maldosas. Não me serve nas mamocas. Só nas mamocas. Que o resto está tal e qual como há um ano atrás. Ok, tenho a pele da barriga a descascar-se toda. Aquela linha vertical, vestígio da gravidez, também está a desaparecer. Só isso.
A minha mãe ainda se sentia cheia de saúde, há um ano atrás. Não paro de pensar nisso. O estado dela não me deixa parar de pensar nisso. Estou triste. Não me lembro de estar assim, no meu dia de anos. Mesmo já tendo estado pior, há treze anos atrás. Devo ter apagado esse aniversário da memória. Este ano é diferente. Este ano ainda há esperança. Este ano estou cansada. Estou muito cansada, mas não desisto de ter esperança.

O meu pai ligou-me, logo pela manhã. Cedo. Estou em Portugal há quase dezoito anos e o meu pai nunca me ligou nos meus anos. Nunca me desejou os parabéns. A não ser hoje. Preferia que não me tivesses ligado, logo de manhã cedo. Preferia que não me tivesse desejado os parabéns, hoje. Como não o fez, há um ano atrás.
Era bom sinal.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Constatação luminosa do dia #2



Não gosto do meu nariz. Nunca gostei. Não perco o sono por causa disso, mas não gosto. Agora, descobri que tem o formato e o tamanho perfeitos para segurar uma colher. E fiquei a gostar um tico mais dele. Serve o meu lado palhacita. E isso já é uma vantagem e pêras.
Pronto, era mesmo só isto.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Já disse e assumo...


sou mesmo


palhacita.

 
 
 
Característica muito diferente do ser-se leve de espírito ou de carácter. Inconsciente. Fútil.
 
Também sou uma criança grande, como dizem as pessoas que me são mais próximas. Nem por isso sou imatura ou irresponsável.
 
 
E, para quem possa achar que estou a contradizer-me, tenho pena (ou melhor e para ser muito sincera, não tenho pena nenhuma. O azar é vosso).
Não é incompatível ser-se palhacita e bem estruturada ou confiável. Nem o é ser-se uma criança grande e, mesmo assim, ser-se tremendamente responsável. Acreditem.
 
Não é contradição nem tão pouco magia. Chama-se equilíbrio. Simplesmente.
E se tenho algum orgulho em mim mesma é, sem dúvida, o de ser uma pessoa equilibrada.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013