segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Não volto a dar confiança a gajos com mais de um metro e oitenta.


Pelo menos se os conhecer através do blogue.

Conheci um desses gajos, alto, há uns anos atrás. Foi através deste mundinho pequenino - mas tão fofinho - que é a blogosfera, evidentemente. Trocámos vários emails. Diariamente. Vários por dia, até. E com consistência. Nada de mails com uma ou duas perguntas e/ou afirmações. Mails longos e com conteúdo, atenção. Até aqui, tudo muito bem. Pensava ter encontrado um amigo para a vida. É que sou dessas gajas que sonha em ter um amigo homem. Chamem-lhe panca ou outra coisa qualquer ao vosso gosto. Mas eu cá - e as feministas que me desculpem - acredito que os homens são melhores amigos do que as mulheres. E ninguém me tira essa ideia da cabeça. Nem vale a pena tentarem. Teimoso és tu, ora essa.
Um amigo verdadeiro. Que não quisesse nada mais (e já é tanto) do que ser meu amigo verdadeiro. Era (e ainda é) o que eu queria (e, caso estejam a seguir o meu raciocínio, pela lógica, continuo a querer). Parecia-me que poderia vir a ser aquele. Cheguei a acreditar que já o era (boba que eu sou). Encontrámo-nos duas vezes. Bastaram duas míseras vezes para ele nunca mais querer falar comigo. Nunca mais.
A primeira vez, estivemos umas sete horas juntos. Non stop. A conversar e a comer. Já nessa altura, achei que havia coisas estranhas, que não batiam tão certo assim. Já nessa altura, ele deve ter percebido que aquela minha conversa de que sou bruta mesmo não é a brincar (não entendo por que raio as pessoas teimam em achar que estou na tanga quando digo que sou bruta. sou bruta, sim. e sincera. doa a quem doer. sou bruta, muito bruta nessa minha sinceridade).
Mesmo assim, e - que me lembre - por iniciativa dos dois, houve um novo encontro. Muito mais rápido do que o primeiro. Não sei ao certo quanto tempo demorou. Talvez uma hora ou duas. Fui mais uma vez sincera. Sincera demais?, poderá estar a questionar-se uma parte da malta ou toda, sei lá. Mas isso existe? Para mim, uma pessoa ou é sincera ou não o é. Ponto. Nunca se é sincero demais. E, quando se é sincero de menos, não se está a ser sincero de todo. Ponto final.
Cheguei a sentir-me um tico (um tico grande, diga-se de passagem) mal, confesso. Cheguei a ponderar, por breves instantes, se não deveria ter sido menos sincera. Rapidamente percebi que não. Sou assim mesmo. E, se efectivamente as pessoas forem minhas amigas, vão perceber que a minha sinceridade é a base da verdadeira amizade que tenho para lhes dar.

O segundo gajo. Alto. Pois que também foi através deste mundo virtual que o conheci. Não o posso comparar ao outro. A não ser pelo tamanho. Até porque não se pode (ou, melhor, não se deve) comparar pessoas. Uma história nada teve a ver com a outra. Trocámos mails. Não diariamente, mas com alguma regularidade.
Primeiro encontro. Certinho direitinho. O gajo mais parecia um anjinho.
Segundo encontro. Nada certinho nem direitinho. O gajo sentiu-se à vontadinha. A coisa não acabou assim tão bem.
Terceiro encontro (sim, houve um terceiro. simplesmente porque aqui a Mam'Zelle - que não é de deixar passar uma boa oportunidade de colocar as pessoas nos seus devidos lugares - queria dar-lhe nas orelhas, forte e feio). Difícil definir este terceiro encontro. Mesmo ele tendo conseguido descrevê-lo relativamente bem.
O certo é que se seguiram outros encontros. (Há gajos que gostam de sofrer.) Uns mais melodramáticos do que outros.
O certo é que os encontros continuaram a existir. Cada vez mais próximos (os encontros. não ele e eu. não que não estejamos mais próximos. mas sim por essa parte não ser da vossa conta.)
O certo é que já deixou a escova de dentes em minha casa. E, chatice das chatices, não posso propriamente dizer que foi desta que ganhei um amigo verdadeiro como há pouco o defini.


Resumindo e concluindo. Não vale a pena meterem-se comigo, gajos com mais de um metro e oitenta. Já tive/tenho a minha dose.
Agradecida.




nota: aquela parte da escova de dentes foi na reinação. não a deixou em minha casa coisíssima nenhum. pura e simplesmente porque não lhe dou confiança para isso. ainda... :p

24 comentários:

  1. Reafirmo apenas que te desejo boa sorte em encontrares o amigo como pretendes. ;)

    beijinho Grande,
    FATifer

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    1. Realmente, é-me de uma grande ajuda, esse teu reafirmar. Agradecida, FAT… ;P

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  2. Olá... vim só dizer que tenho um metro e setenta e sete... quase, quase a roçar o insuportável :)

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    1. Olha que três centímetros podem fazer toda a diferença… ;)

      Já agora. ‘Abandonaste-me’ outra vez, foi? Isso é muito feio, sabia, menino Roque?

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    2. Ó pá... foi só um semi abandono e a a culpa não foi minha. Primeiro fui abandonado pela net, depois o computador também decidiu abandonar-me e só agora parece estar tudo a voltar ao normal.

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    3. Semi-abandono? Tens cá uma lata, tu. ;p
      Ei lá… realmente, tiveste pouca sorte. Vamos lá ver se é desta que voltas de vez. Não sei bem porquê, mas não me parece... ;)

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  3. Sinceridade em excesso pode transformar-se em crueldade e tornar-se completamente desnecessária. É a minha opinião. Mas todos nós precisamos de coisas diferentes. Para mim um verdadeiro amigo não é aquele que é sempre 100% sincero comigo mas sim aquele que consegue perceber aquilo que eu preciso mais em determinado momento.
    Aquilo que dás pode não ser aquilo que o outro precisa.

    Beijos

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    1. Tendo em conta os teus critérios, não me parece que precises de amigos, mas sim de um bom samaritano.
      Mas isso é só a minha opinião, atenção.
      Que vale o que vale.
      Muito pouco.
      Quase nada,
      a não ser para mim. ;)
      Sinceridade em excesso? Não conheço.
      Crueldade? Não me parece. Mesmo assim, e já que estamos numa de exageros, para mim, é sempre melhor do que cobardia.

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    2. Disseste bem, os meus critérios, diferentes dos teus. E para responderes isso do bom samaritano é sinal que não percebeste o que disse. :-)
      Espero que nunca tenhas lidado com ninguém com uma depressão. Daquelas profundas, que duram anos.
      Sinceridade e crueldade ganham uma dimensão diferente com pessoas nesse estado.

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    3. Eu percebi bem o que disseste. Podes é ter tido vontade de dizer outra coisa. ;p
      Obrigada pela preocupação.
      Só te falta dizer que a depressão de uns se deve ao ‘excesso’ de sinceridade de outros. Era o cúmulo…

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  4. Eu sei...
    ....os gajos com mais de 1,80 são umas bestas insuportáveis! E tenho mesmo a certeza porque sou um deles!

    :)

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    1. Ei! Alto lá. Isso dizes tu (pelos vistos, com conhecimento de causa). Lavo daí as minhas mãos...

      ;p

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  5. "Homem alto, besta de pé"...já dizia o ditado.

    Ass: Anónimo com 1,81.... ou seja, uma verdadeira besta.

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    1. Bem, não conhecia tal ditado. Desde já, muito obrigada, anónimo, por partilhar.

      Não tinha essa ideia, de que os homens altos eram umas bestas. Mas parece que vou ter de me render às evidências já que são os próprios a confirmar.

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  6. Ai Mam'Zelle ;)
    Como eu te percebo nessa questão da sinceridade e da brutalidade... acusam-me precisamente do mesmo :\ sei o que sofres! ;)

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    1. Sou a Anouska, isto publicou com o meu email pessoal eheh lá se foi o meu anonimato :P

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    2. As pessoas estão muito mal habituadinhas, essa é que é essa. ;)

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    3. Eheheheh! Agora é que vão ser só stalkers atrás de ti ;p

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    4. Tu, não sei. Agora, se fosse comigo, já estava cheiinha de medo. ;P

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  7. Não deves é dar confiança a mais nenhum gajo. Ponto.
    Assim é que é. Ponto.

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