terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nunca vos aconteceu?


Estarmos ao telefone com uma pessoa que nunca vimos pessoalmente. Apercebermo-nos de que aquela voz é muito parecida com a voz de outra pessoa. Sabermos que essa outra pessoa é apresentador ou outra coisa qualquer, mas da televisão. Não nos conseguirmos lembrar de quem é essa voz ao certo. Querermos tomar atenção ao que a pessoa nos está a dizer ao telefone. Mas termos imensas dificuldades porque não conseguimos deixar de estar atentas à voz em si para tentar perceber quem é que nos faz lembrar. E a pessoa vai dizendo coisas. Vai fazendo perguntas. Mas não conseguimos ouvir bem tudo, porque estamos distraídas a tentar perceber que raio de voz é que aquela nos faz lembrar. Depois queremos perceber o que a pessoa está a dizer. Mas inibimo-nos de pedir para repetir uma e outra vez, com receio de que a pessoa ache que não batemos bem. Enfim, sabemos que a pessoa em questão, se não tem a certeza, pelo menos desconfia de que não batemos bem a cem por cento. Ou seja, não temos receio nenhum, até porque nunca fizemos questão de esconder esse nosso lado menos normal. Mesmo assim, é sempre chato pedir à outra pessoa para repetir o que estava a dizer. A pessoa chegar a perguntar se temos algo para dizer. E até tínhamos, umas quantas coisas. Mas aquela voz... Sempre aquela voz... Mas com que raio de voz se parece aquela voz? Já não nos lembramos de perguntar nada. Chegarmos ao ponto de querer - sem querer - que o telefonema termine para nos podermos concentrar na voz que até ficou na cabeça. Despedirmo-nos. Ficarmos uns segundos concentradas na lembrança que ainda temos da voz. Mas, a pouco e pouco, já não nos lembramos assim tão bem de como ela é, tornando-se impossível continuarmos a tentar perceber com que outra voz é parecida. E ficarmos com vontade de ouvir a voz, só mais um tico, para tentar desvendar, finalmente, aquele imbróglio que começa a irritar-nos sobremaneira.
 
E é isto.
Então, digam-me lá. É só a mim que acontecem cenas (maradas) destas?



nota: e não, não há qualquer possibilidade de a pessoa - com quem falámos ao telefone mas que não conhecemos pessoalmente - ser a mesma pessoa da televisão. É que até sabemos mais ou menos onde essa pessoa mora (não a da televisão obviamente. Até porque, se ainda não conseguimos perceber quem é a pessoa em questão, dificilmente podemos saber onde mora). Fica no cu de Judas (em casco de rolha, para os mais sensíveis). Nem rede de jeito se consegue apanhar por lá. E parolo da aldeia não combina com pessoa que trabalha na televisão.

4 comentários:

  1. Tu andas a lugar pós canais de TV e agora vens para aqui disfarçar :-P

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    1. É pá. Uma pessoa vem aqui apresentar um caso sério e, em vez de tentar ajudar, a menina ainda goza com a minha cara.
      Não há direito... ;p

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  2. Hummmmmmm ...... deixa cá pensar ...... sinceramente .... NAO!!!!
    Sonhaste foi?? Maß afinal o que essa voz queria?!?!?!

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    1. Não? E eu a pensar que era uma coisa do mais banal que há...
      Ei, alto lá. Eu ando cansada, que ando. Mas ainda sei distinguir quando estou a dormir de quando estou acordada, ok? Não estava a sonhar, não senhora.
      Olha, boa pergunta. Se queres que te diga, parece-me que queria desconversar. É isso.

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