segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

E, depois, ainda se admiram de uma pessoa ser bruta.


Ligo para o Centro Cirúrgico de Coimbra para marcar uma endoscopia digestiva.
Sou informada de que a pessoa que trata das marcações está ocupada, que me ligará de volta assim que estiver disponível.
Umas quantas horas mais tarde, lá recebo o telefonema.
A moça das marcações faz-me várias perguntas entre as quais:
Pretende fazer o exame com ou sem anestesia? 
Acrescenta, de seguida, que se for com anestesia são mais cento e cinquenta euros.
Respondo, sem hesitar, que quero fazer o exame sem anestesia.
Após uma breve pausa, a gaja lança-me:
Mas, sabe, há muita gente que não consegue fazer esta endoscopia sem anestesia.
E eu só lhe digo:
Pois. Acredito.
E ela:
Então, vai ser com anestesia?
Eu:
Não. Como já lhe disse, é sem anestesia mesmo.

Aposto que, se fosse um homem - com voz grossa* - a ligar, a parvalhona não tinha dado o seu palpite.
Devo informar que só mantive uma calma aparente e não disse umas quantas e boas à pessoa em questão porque me encontrava num lugar público, rodeada de gente.

Paciência. Uma dose extra de paciência. É o que mais me falta para lidar com este tipo de situações. Arrrrrre.


* pois que, hoje em dia, há de tudo um pouco. não. não é uma indirecta para ti. era só o que faltava. que o mundo em geral e este blogue em particular girassem à tua volta. tira daí essa ideia, seu convencido.

4 comentários:

  1. Apesar de ter ficado irritada com a senhora, pode bem ser que se venha a arrenpender.
    Não que eu tenha feito alguma, mas pelas descrições que ouço...

    Boa sorte!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não me vou arrepender porque sei bem o que isso é. Já fiz uma, há seis anos, sem anestesia.
      Na altura, o médico foi-me recomendado no centro de saúde. Tinha o seu gabinete num prédio antigo, no centro da cidade e, por razões práticas, nem me informou de uma possível anestesia para o efeito. Deitou-me de lado, avisou-me que não me poderia mexer, mesmo sentindo “desconforto” e enfiou-me o tubo pela garganta abaixo. Pronto.
      No final, admirou-se todo de eu não me ter queixado nem mexido. E acrescentou que foram várias as pessoas que saíram do seu gabinete sem o exame feito por não terem aguentado a dor.

      É verdade que não é um exame fácil. É verdade que custa um pouco. Mas o que tem de ser feito é para se fazer.
      Por isso, a não ser que a minha resistência à dor tenha diminuído em meia dúzia de anos, não me vou arrepender e ainda vou poupar cento e cinquenta euros. O que não é nada pouco :)

      Obrigada e bem-vinda, andarporai!

      Eliminar
  2. Eu já fiz esse maldito exame, e é verdade que custa. Mas não é impossível. E anestesia para uma coisa dessas acho desnecessário. Sangue frio e confiança costumam bastar.
    Boa sorte!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sangue frio - tenho de sobra :p
      Confiança - acho que o essencial é ir descontraída e mentalizada de que o exame tem de ser feito. Ponto. E não pensar muito no assunto. Em cinco minutitos está feito ;)

      Obrigada, Miú Segunda.

      Eliminar