terça-feira, 6 de março de 2018

(Tal e qual) um par(to) perfeito

Há coincidências que mais parecem o destino a tentar abrir-nos os olhos.
Há coincidências que não enganam e que, inevitavelmente, nos fazem sorrir quando damos por elas. (e eu, distraída inveterada, nem sempre as alcanço à primeira.)
Há coincidências deliciosas que me fazem acreditar que não sou um caso perdido e que aquela analogia da minha avó, sobre utensílios de cozinha, é capaz de estar certa. Tão certa quanto tudo aquilo que ela dizia, a minha avó.

Passaram nove meses certinhos. Com todas as etapas que um parto perfeito deve ter.
A surpresa. O encanto.
A negação, pautada pelo medo. Um receio bobo de se vir a perder aquilo que se está a ganhar.
As descobertas. As adaptações. As dúvidas. A aprendizagem.
O conhecimento. As alegrias. Os aconchegos.
E, paulatinamente, a certeza de que o que nos está a acontecer é melhor do que aquilo que tínhamos antes, por melhor que fosse. 

O processo leva nove meses, para um parto perfeito. 
Demorou nove meses para nós também.
Tu e eu. Perfeitos, no encaixe sísmico das nossas imperfeições.


(vinte e três de Outubro de dois mil e quinze)
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