terça-feira, 24 de janeiro de 2017

E é isto #23


Bati com o nariz na porta.
Não, não foi no sentido figurado.
No sentido literal, mesmo. Empiricamente falando, digo-vos. 


Ai e tal... é uma chatice quando me apetece ir jantar ao restaurante X e, quando lá chego, bato com o nariz na porta porque é dia de folga ou tempo de férias. 
Ai e tal... é uma chatice quando me lembro de ir à repartição de finanças à última da hora e bato com o nariz na porta porque, afinal, fecham dois minutos antes do tempo ou então é o meu relógio que anda atrasado e já não dá para tratar dos meus assuntos urgentes.
Ai e tal... é uma chatice quando quero desabafar as minhas mágoas com a minha melhor amiga que trago desde infância e bato com o nariz na porta porque a parvalhona não está em casa.
Ai e tal... é uma chatice muito grande quando bato com o nariz na porta, seja em que situação for.


Poupem-me. Que quase espumo pela boca.
Querem saber o que é uma chatice muito grande? 
Querem? 
Vão ter de me aturar querer que eu já não me calo.
Vamos lá ver então.
Uma chatice muito grande é ter a filha doente. Uma chatice muito grande é essa filha doente ter ataques de tosse. Uma chatice muito grande é essa filha doente, e com ataques de tosse, ter esses ataques justamente quando está a dormir. Uma chatice muito grande é essa filha doente, com ataques de tosse que aparecem justamente quando está a dormir, acordar por causa disso. 
Atentem agora... É que agora é que chega a melhor parte... Sim, sim, ainda há melhor do que o que acabam de ler, sortudos.
Mas, a maior de todas as chatices é a mãe da criança subir as escadas, de dois em dois degraus, não acender a luz para não despertar demasiado a criança e bater com o nariz na porta do quarto. Assim. Tau!
É que, não só é uma chatice muito grande, como dói com'ó caraças. E não só dói com'ó caraças na altura, como continua a doer com'ó caraças - e muito - nos dias a seguir. E não só dói com'ó caraças - e para lá de muito - nos dias a seguir, como se fica com a cana do nariz toda vermelha. E para quem tem um nariz que, por si só, é feio que dói (aqui está um sentido figurado que faz algum sentido, não é como o outro), é uma chatice muito grande acrescentar-lhe uma vermelhidão que passa muito pouco despercebida.
[Agora, vou ter de respirar um tico antes de continuar, que já não me aguento.]


Querem voltar a usar a grotesca da expressão bater com o nariz na porta?
Querem?
Pois. Bem me parecia.



nota: poderia fazer todo um outro post, tão ou mais (se é que é possível) interessante do que este que acabam de ler, sobre a minha distracção intrínseca. Mas fico-me por aqui. Sim, sou distraída e despistada a um nível que nem é bom falar. Pronto. Já me calei.

4 comentários:

  1. poupo o meu nariz, mas para compensar nã posso dizer o mesmo dos dedos...
    põe um dente de alho... dizem que ajuda...

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    1. Mas é que a mim, nem os dedos se safam. São cortes e mais cortes. E não tenho as facas afiadas por aí além, fará se tivesse…
      Quanto à tua mezinha, Manel. Não, muito obrigada. Prefiro um nariz (ainda) mais feio do que mal cheiroso. ;p

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  2. Normalmente na noite anda-se com um mão na frente. E fotos para provar? Mostra lá. Ohh mostra.

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    1. ‘normalmente’ não é propriamente um advérbio que entre no meu vocabulário comportamental. Temos pena (ou então não).
      Não tenho que provar nada a ninguém. Muito menos à tua pessoa. E o que é que eu ganho com isso?


      (não é 'na noite' é 'de noite'. que eu saiba não estava a dançar com um copo na mão numa discoteca qualquer.)

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