quinta-feira, 8 de março de 2018

Não sou eu. Quem diz é... #4



Joseph Joubert



Il est des esprits semblables à ces miroirs convexes ou concaves 
qui représentent les objets tels qu'ils les reçoivent, 
mais qui ne les reçoivent jamais tels qu'ils sont.





Parece-me claro que as pessoas entram nessa categoria de objectos, mencionada pelo Sr. Joubert.
Quanto aos espíritos, pois que me parece que são quase todos - se não todos - a assemelharem-se aos ditos espelhos. 
E a graça do (auto)conhecimento humano, quanto a mim, reside nisso mesmo. Nessa fascinante e instigante discrepância entre o que se vê e o que é visto.

10 comentários:

  1. percebe-se eu alguma coisa de francês...
    mau será o dia em que olhar-mo-nos ao espelho e não nos reconhecermos
    boa chapa

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    1. Tu não percebes porque não queres, ora.
      Mas olha que eu nem sempre me reconheço. Sou daquelas pessoas que se vão reinventando. Não sei se me entendes, nem se será assim tão mau. ;p
      Obrigada, Urso.

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    2. se for ao tradutor, continuo sem perceber, apenas fiquei a perceber o sentido daquela frase, mas mais pode haver o mítico "lost in translation" pela escrita e no falar/ouvir tem outras nuances ;)
      e fazes muito bem, se formos iguais a quando tínhamos 15 anos, já imaginas-te, claro que entendo, basta ver a foto ;)
      um prazer

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    3. Tens toda a razão, Urso. Há sempre uns pormenorezitos que se perdem na tradução. É nisso mesmo que reside a beleza de cada língua.
      Uiii... voltar aos quinze... realmente, não queria nem por nada. Agora, aos trinta, sabendo o que sei hoje, não me importava nada. :) E já deu para perceber, ao longo destes anos, que és um belo observador. ;)
      Exagero. Um gosto, isso sim. ;p

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  2. Daí o meu fascínio por espelhos, Pessoa e seus heterónimos, pela discrepância à qual aludes e pela multiplicidade de ângulos que nos reflectem.

    (Deliciosa a forma de um coração desenhado nessas costas...)

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    1. Eu cá sou fascinada pela multiplicidade em geral. E pelas inúmeras possibilidades/oportunidades que essa multiplicidade nos oferece.

      [Ora aqui está uma bonita prova de que és um desses espíritos de que fala o Sr. Joubert. ;)]

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  3. Ai filha, não te ponhas a destapar assim as costas e a falar francês, que é coisa para deixar o Patife com a cabeça a andar à roda. ;)

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    1. Eheheh. E isso equivale a quantas cervejas pela goela abaixo, ó paizinho? ;p

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  4. Isto é um bocado off-topic , mas como gaja que sou, cá vai :p
    Ora que éramos moças do início de janeiro (quase quase quase do mesmo ano) e até da mesma cidade, já eu sabia, mas que ainda tínhamos em comum o gosto pelos trapinhos descobri agora, pois que mora cá em casa um exemplar igualzinho a esse! Dito isto, se por acaso algum dia vires uma totó em Coimbra com o mesmo vestido, não lhe chames nomes, please, que eu sou sensível ;D

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    1. Eheheh. As gajas e as suas mentes divagadoras… ;p
      Nunca perdes uma oportunidade de me lembrar, mesmo sendo indirectamente, que sou mais velha, pois não? Isso é muito feio, pá! Bem, se és moça sensível, aqui está uma característica tua que nada tem a ver comigo. Não me confundas, que a minha reputação não é para ser manchada. Quanto ao resto, pois que se me cruzar com este vestido, pelas ruas de Coimbra, sou gaja para arriscar meter conversa. ;)

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