Libelinha + Mam'Zelle = gargalhadas boas

Ligou, pouco entusiasmada. "A que horas te dá jeito?", perguntou ela, naquele tom que mais parece dizer "Não me apetece nada, mas já que tem de ser, vamos despachar o assunto...". Eu, que estava num daqueles dias menos maus, respondi com o melhor sorrido nos lábios. Para mim era igual, podiam já ter vindo, como podiam chegar mais tarde. O importante era conhecê-la. Não sou de guardar macaquitos na cabeça. Fiz-lhe o reparo. E ela riu-se, com aquele riso sincero que não se consegue encenar. É verdade, pensando bem, das poucas vezes que que me ligou ou eu lhe liguei, parecia rabugenta, pouco entusiasmada, ou então um pouco envergonhada, nem sei. Mas acabei sempre por conseguir roubar-lhe uma gargalhada espontânea e sincera, a cada telefonema. E é disso que eu gosto. Perceber que a minha costela palhacita ainda funciona, e bem. Porque o que mais gosto é de sorrisos rasgados, risos que se ouvem ao longe, gargalhadas descontroladas. E houve disso tudo um pouco, no passado sábado.

Chegaram pouco depois da hora do lanche, mas ainda beberam um Ricoré com dois pacotes de açúcar. Bem que insisti para comerem alguma coisa. Trouxe uns docitos bons para a mesa. Mas não aceitaram, apesar da minha insistência. Adorei estar com ela. Gostei muito de conhecer o seu mais-que-tudo. É tão bom poder falar francês. Recordar pormenores de infância que só filhos de emigrantes conseguem entender.

 

Falámos muito. Gargalhámos ainda mais. Mas já contei mais do que devia. Por isso, agora, deixo uma foto do jantar e outra da menina linda de que falei até aqui, neste pequeno texto. E, quem quiser, que imagine o resto.