terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Um dia qualquer

Todos os dias tenho saudades delas.

Todos. 

Indistintos.

Mas, esta manhã, acordei com um aperto um tico maior.

Nenhuma delas faria hoje anos. Não é dia da mãe, nem dia da avó. É um dia, como outro qualquer.

O certo é que, como num qualquer outro dia, não vou poder ouvir a voz, nem de uma, nem de outra. 

Como qualquer outro dia, não as vou poder abraçar, nem tão pouco as vou ver. 

Nem que seja de longe. Por uma janela. Separadas pelo vidro de um carro. 

Nunca.

Restam-me as fotografias e

as mais belas memórias de 

sempre.


Hoje, é só mais um dia,

como outro qualquer;

sem elas.  


[vinte e três de Junho de dois mil e vinte]





Seis meses passaram, desde que escrevi este texto.

Continua a ser válido. Sei que nunca deixará de o ser, enquanto eu viver.

Escolhi publicá-lo hoje, porque o natal está à porta. 

Porque este mês festivo é o mais complicado para mim. 

Porque - por mais que nunca deixe de ter saudades delas - todos os dias de Dezembro me lembram a falta que elas me fazem. 

E esta falta, de que falo, vai muito além da saudade.


Tu me manques terriblement,

maman.

Toi aussi,

mamie.

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