Ontem à noite, regresso a casa, depois de um café com um amigo recente. Penso: E se desse para voltar atrás...?
Eu já tinha escrito, até antes de acontecer, um post - duas linhas bastaram - sobre este encontro. Post que ficará esquecido na lista dos rascunhos, caso o orgulho fale mais alto e o silêncio saia vencedor. Escrevi aquele post como se, por tê-lo escrito, aquelas palavras alinhadas no ecrã do computador pudessem, efectivamente, ganhar forma. Como se aquelas duas linhas fossem, simplesmente e por magia, acontecer ontem à noite.
E, por acaso, foram acontecendo mesmo, entre sorrisos rasgados e gargalhadas contidas. Mas, depois, houve palavras que não foram ditas. Outras, precipitadamente interpretadas. Outras, ainda, mal entendidas. Tanta palavra acabou por dar lugar ao silêncio. Não aquele silêncio cúmplice e naturalmente bem-vindo em qualquer conversa de horas. Um outro silêncio - bem mais pesado e constrangedor - entre quem disse o que (não) devia e quem não gostou de ouvir.
E, por acaso, foram acontecendo mesmo, entre sorrisos rasgados e gargalhadas contidas. Mas, depois, houve palavras que não foram ditas. Outras, precipitadamente interpretadas. Outras, ainda, mal entendidas. Tanta palavra acabou por dar lugar ao silêncio. Não aquele silêncio cúmplice e naturalmente bem-vindo em qualquer conversa de horas. Um outro silêncio - bem mais pesado e constrangedor - entre quem disse o que (não) devia e quem não gostou de ouvir.
Se desse para voltar atrás, talvez dissesse tudo igual. Ou, talvez, acrescentasse o que mereceria ser acrescentado, mesmo já não fazendo, naquele momento, grande sentido.
Se desse para voltar atrás, talvez não houvesse café. Porque, ontem, talvez não fosse um bom dia. Porque as amizades recentes são frágeis. Porque as amizades frescas precisam amadurecer. Porque uma amizade nascente tem de entender e aceitar que nem sempre é fácil crescer e se fortalecer.
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