sábado, 30 de junho de 2012

Só isto?


Ele disse e cumpriu. Não demorou muito tempo não senhor. É verdade, ontem, o Paulo Bento lá deu a entrevista que previra e prometera. Não foi à TVI. O seleccionador nacional não se deixou levar pelas palavrinhas mansas da jornalista que lhe fez o convite, logo após o jogo que nos afastou da final. Foi à RTP, pois claro.


À pergunta: Críticos? Afinal quem são?
Paulo Bento respondeu: Eram vários. Carlos Queiroz e Manuel José foram duas pessoas que aproveitando alguma situação de maior debilidade da nossa seleção não tiveram o comportamento que deviam ter tido, porque de alguma foram dois ex-selecionadores. Acho que houve um aproveitamento que não foi ético, nem sensato. Acusaram-me de ser o responsável pelo mau planeamento da seleção nacional, mas não disseram porquê. Portugal folgou a partir de 21 de maio, a seguir ao jogo com Macedónia, e no dia a seguir ao jogo com a Turquia. A opinião é livre, sabendo do que se está a falar. Posso ser criticado, mas com base em factos.


That's it? Pois que, infelizmente, me parece bem que sim, minha gente, que tudo o que ele fez foi chover no molhado...
Tanta coisa, tanto suspense, para dizer o que todos nós já sabíamos? "Eram muitos", diz ele. Então e só  apontas dois? Justamente esses dois que estão na cara. Mas isso já nós estamos fartinhos de saber, ó Paulinho! Isso não é novidade nenhuma! Isto não é suficiente para uma boa fofoca! Isto não basta para criar um escândalo! Só isto não me vai animar nem distrair coisíssima nenhuma! Estou aborrecida contigo. Ai se estou!





Bem, vou ter de me virar, de novo, para os doces. Que remédio...
E a culpa é toda tua, ó Paulo Bento!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Que tal esclarecerem-me, hein? #2


Já a minha avó me dizia: podia te ter dado para pior, filha.
Dizia isso, com um sorriso na cara, enquanto preparava a sopa "de casamento" ou tricotava mais um par de meias-arco-íris.
Fui eu que baptizei assim aquela sopa que só a minha avó sabia fazer. As pessoas riam-se por eu lhe chamar assim. Mas, para mim, fazia todo o sentido. Ora vejam, era uma sopa branca (porque levava batata, cebola e couve branca), tal e qual os vestidos de noiva. Também levava uns grãos de arroz, como se costuma lançar aos noivos, ao saírem da igreja, para lhes desejar felicidade e fertilidade. E, o mais importante, era, para mim, a melhor sopa do mundo, com um sabor único e inconfundível. Perfeita para ser servida num casamento, onde os noivos tentam presentear os seus convidados com a melhor comida que há.
Quanto às meias, a minha avó era uma expert na matéria. Fazia meias super coloridas e, para mim, super divertidas que me faziam lembrar o arco-íris da Blondine*. Entretinha-se a fazê-las para depois as oferecer, pelo natal, a todos os membros da família. Eram muito populares, as meias da minha avó e ela sentia-se a avó mais orgulhosa do mundo com isso.




Preparava a sopa de casamento, ou tricotava as meias-arco-íris, e ia olhando para mim. E via-me a entreter-me com tudo e mais alguma coisa. A brincar com o que não era suposto ser brinquedo. A criar as minhas obras de arte com restos disto e daquilo. A fazer os meus filmes onde tanto era a protagonista como também toda e qualquer personagem secundária.
Observava-me e dizia-me sempre:  podia te ter dado para pior, filha. Se ainda cá estivesse, à minha beira, a preparar a sopa de casamento ou a tricotar riscas às cores, sem nunca se cansar, a minha avó continuaria, com toda a certeza, a dizer-me o mesmo. Com o mesmo sorriso, com o mesmo ar divertido e tão protector. Mas, infelizmente, não está. Pelo menos fisicamente, à minha beira, fora de mim, ela já não está. Porque cá dentro, no coração e na alma, no meu coração e na minha alma, nunca deixará de sorrir e de olhar por mim.**

Mas isto foi só um aparte, como devem ter percebido.
Agora sou eu que digo: podia me ter dado para pior... Depois da mudança do header, lembrei-me que a foto do perfil também ainda é à moda antiga. Lá fiz o penteado à Mam'Zelle M. Pintei a bela da moustache nos indicadores. Escolhi os meus óculos de sol mais estivais  e fiz a pose, pois claro. Esperei que passassem os 10 segundos da praxe, com a luzinha vermelha a piscar cada vez mais rápido, e , depois, o click. Dei ar e cor de verão à coisa. Et voilà!




Agora (sim, só agora), vem o que realmente interessa. É muito bonito ter uma foto de perfil nova. Mas o bom mesmo era saber como raio se substitui a antiga por esta. E isso, já todos devem ter percebido, eu não sei fazer... Eu bem fui  ao Esquema, ao Modelo e às Definições. Eu bem carreguei em todos os "editar" que encontrei pelo caminho. Mas nada. Sinal da maldita foto para substituir? Nem vê-lo. Eu sei que deve estar mesmo mesmo à minha frente. Mas lá está, shame on me, nem sempre me dou bem com o mais óbvio.
Por isso, quem me der uma luzinha, já sabe, é boa pessoa e eu agradeço. E nada de rir à minha custa. Eu sempre disse que não entendo nada disto. E, mesmo assim, já vou entendendo alguma coisita. Pouca. Muito pouca. Vou então ficar por aqui que esta conversa já vai mais do que longo...

* Blondine au pays de l'arc-en-ciel - desenho animado que passou no canal francês TF1 em 1985. Não faço a mínima ideia se também chegou a passar em Portugal.
** como já devem ter reparado, a minha avó é o meu terceiro e último (podem já ficar descansados) ponto fraco. Não se admirem que me torne lamechas sempre que aqui a recordar. Como o sou também, e já o disse, quando falo dos outros dois.

Porque eu também sei o que é bom... #3

(...e faz bem à pele.)


Vincent Perez


Fiquei fã do homem ao ver Fanfan*. Já lá vão perto de 20 anos, ainda era eu uma adolescente. Apaixonei-me pelo filme. Como devem calcular, não me lembro bem da história, só guardo algumas imagens que me marcaram. Recordo que vi o filme com a minha irmã, mais velha e, na altura mais madura do que eu. Recordo também que ela detestou o filme. Estou com muita vontade de o voltar a ver para confirmar, ou não, a minha primeira opinião.




* Já era fã da Sophie Marceau desde La Boum. Acredito que estes sejam filmes que não chegaram a Portugal.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vou afo(u)g(ent)ar a mágoa #3





Ontem à noite, mal acabou o jogo, foi assim... Saí de casa desmandada, à procura de consolação.
Repararam na minha expressão de surpresa na foto? Do género "Oh, mas és tão grande?! Não me tinha apercebido, nem te escolhi só por causa disso mesmo nem nada. Agora não tenho outro remédio, vou ter de te comer todinho.*
Palpita-me que, mal acabe de escrever isto, vá repetir, outra vez, a dose.

* foi só a mim que a parte em itálico, depois de a reler, soou um pouco estranho?

Porque só uma boa fofoca me anima...


Depois do jogo, como para me castigar ainda mais, estive a ver/ouvir os comentários e o rescaldo da coisa.
Primeiro, foi o seguinte comentário do Paulo Bento: tínhamos a ambição e ilusão muito grande de chegar à final. Pois se o nosso seleccionador nacional, ele próprio, já sabia que era uma ilusão, não havia nada que se pudesse fazer. A burra fui eu que acreditei, desde o início (umas vezes com mais fé, outras com menos) e ao longo dos cento e vinte  minutos de ontem, que poderíamos chegar à final. Acrescentou que a ordem dos jogadores, escolhida para os penaltis, foi estratégica. Aqui, sinto muito, mas parece-me que a burra já não fui eu...
Depois, foram os comentários, sempre mais do mesmo, dos nossos jogadores. Mas devo destacar o comentário do Custódio. Referiu, com ironia e muito bem, o "polvo" que adivinhou o resultado deste jogo. E deixou no ar a questão de saber se também acertou no resultado de hoje, entre Alemanha e Itália. Aqui está um jogador que pensa pela sua própria cabeça e sabe falar, julguei eu. O problema é que foi sol de pouca dura. Bastou ele concluir dizendo que estava a usar a palavra "polvo" no "sentido configurativo"...
Depois, foram os adesptos aos saltos e aos gritos, todos satisfeitos. Não preciso alongar-me sobre o assunto, já perceberam o que eu senti em relação a isso. Devo, no entanto, referir que foi bom rever o emplastro. Todo bonitinho com bandeirinhas pintadas nas bochechas. Pena foi taparem-lhe aquele sinal tão característico e bem charmoso que só ele tem.
Mas, já cansada e profundamente desanimada, comecei a ouvir a conferência de imprensa do Paulo Bento e, de repente, arrebitei um pouco. Depois de um jornalista lhe perguntar se pensa ter havido muitos portugueses com o cachecol da Espanha durante o jogo, o nossos seleccionador afirmou: "Explicarei tudo, explicarei tudo (não, não é gralha minha, ele, efectivamente, deu-lhe bis), como vos prometi, no tempo... não vou deixar passar muito tempo, até porque tenho quase a certeza absoluta que alguém me vai convidar para uma entrevista e explicarei tudo e colocarei os nomes nas coisas. Não precisam de ficar preocupados não serei mal educado. Mal educados já tivemos os suficientes."




É lá! Esta parte já entusiasma um tico. Uma boa fofoca, um bom drama, um bom lançar de farpas é sempre algo animador. E, ainda por cima, o nosso Paulo Bento não se vai acanhar, vai explicar tudinho e colocar "os nomes nas coisas". E quase que já vai destapando o véu com o seu "Mal educados já tivemos os suficientes". Assim é que eu gosto! Agora esse "não serei mal educado" é que me desiludiu um pouco, ó Paulo Bento. Uma pitada de vernáculo nestas ocasiões, e, volto a frisar, só nestas ocasiões, até que anima o povo e, lá está, a mim também.


nota: prometo, este foi o meu último post sobre futebol. Agora, só em 2014, se ainda andar por cá e se a nossa selecção conseguir qualificar-se .

Será sina...?

Pergunto. Tinha mesmo de ser hoje? Logo hoje que já estou desfeita com a derrota da selecção? A homenagem ao Angélico que deus tem?

Nuestros hermanos uma ova!

Eu sei que jogámos muito bem (se olvidarmos o prolongamento, claro está). Eu sei que não facilitámos a vida aos espanolitos (coño miralosté, como dizia a minha avó, não me perguntem porquê). Eu sei que o nosso jogo não envergonha ninguém (se olvidarmos o jogo do Hugo Almeida, como é óbvio). Eu sei disso tudo e muito mais, simplesmente porque também vi o jogo. Vi o jogo com os nervos em franja. Vi o jogo tudo menos calminha, sentadita no sofá, com a perna cruzada e as mãozitas sobre os joelhos (deu para visualizar uma mulher elegante e com compostura? O oposto de mim, portanto). Mas o que eu sei ainda melhor - e que retira o seu valor a tudo o que também sei e referi antes (sim, o meu discurso pode estar a ser confuso, quando estou irritada dá nisto, nada a fazer) - é que perdemos. Sim, minha gente, nós perdemos! Por incrível que pareça, vendo os festejos e os saltos e os gritos e os beijinhos na bandeira, a Selecção Portuguesa foi eliminada nas meias finais! Fase da qual nunca passámos. Poderão dizer-me: Mas a malta festeja e está satisfeita porque jogámos bem, porque os nossos jogadores não nos envergonharam, porque não foi nada mau conseguirmos chegar até às meias finais. Pois eu cá não fiquei satisfeita. Pois eu cá fiquei com os azeites, fiquei possessa, pior que estragada, fula (j'en passe et des meilleurs...).



O que eu queria mesmo era vencer esta porra toda! Aí sim é que era festa com direito a foguetes, a fogo de lágrimas (sim, é assim que dizia a minha avó) e tudo e mais alguma coisa. Bom, só o facto de chegar à final já não era mau de todo (sim, eu também consigo ser ponderada, às vezes). Pelo menos, teríamos dado mais um passo. E podem dizer que foi falta de sorte (eu sei disso, ó Paulo Bento). E podem dizer que é o nosso fado (eu sei disso, ó fadista-que-canta-fado-porque-amas-o-fado-desde-pequenita-e-não-porque-é-o-que-está-a-dar-mesmo-se-antes-tentaste-singrar-no-pimba-e-outras-coisas-do-género-sem-qualquer-sucesso). E podem dizer que em 2014 há mais (eu sei disso, ó gente que tenta esquecer o presente falando no futuro). O que é certo é que ficámos pelo caminho e eu não gostei nem um pouco disso. E pronto.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Há quem mostre as unhas envernizadas*

... eu mostro o pulso esquerdo. Cada qual mostra o que pode.




Então não é que, ontem, disse aqui que iria dormir pensando no assunto "torcer ou não torcer pela Selecção, eis a questão" (rima e tudo, que bonito!).
Não sei se alguém me rogou uma praga qualquer. Não estou a ver, de todo, qual poderia ser o motivo para tal maldade... O que é certo (e como já disse, em resposta a uns comentários que me deixaram no dito post. Mais uma vez, obrigada àqueles dois senhores que se preocuparam em saber se tinha tido uma boa noite. São boas pessoas) é que não dormi nada. Quando digo nada, é nada! (vá lá, de madrugada, talvez, tenha passado pelas brasas) E sabem porquê? Porque um mosquito reles não parou de me atazanar o juízo. Era zum zum para aqui, zum zum para ali. Eu bem que o enxotava. Mas era daqueles resistentes, o malandro! Conclusão, não só não dormi, como também não pude dormir sobre o tal assunto. Faz sentido, certo? E, para alegrar a coisa, fiquei com dois presentes do dito mosquito. Dois presentes que me têm dado uma comichão danada o dia todo. Ninguém merece! Muito menos eu.
De maneira que, pelo sim pelo não, prefiro torcer, sim, pela nossa Selecção. TODA (e não só pelo Ronaldo como muitos, sem vergonha nem consideração pelos outros jogadores, fazem). Mas, atenção, não quero, de maneira alguma, levar com as culpas se perdermos. Acontece aos melhores, qualquer pessoa sabe bem disso. Agora, se ganharmos, se ganharmos a conversa é outra. Se ganharmos, a vitória dever-se-á à força da minha fé e, um pouco também, ao desempenho dos jogadores, admito. Mas, isso, numa medida consideravelmente inferior.



nota: desculpem lá este post, sem pés e com pouca cabeça. Mas é da ansiedade. A maldita da ansiedade que, a cada jogo, se apodera de mim. E hoje, nem um pastel de nata tenho de reserva. Uns chocolatitos, quiça. Tenho de ir averiguar a coisa...


* e muito bem. Não tenho nada contra, atenção. Por isso não me crucifiquem nem me roguem (mais) pragas. Agradecida.

de boas intenções está a minha cabecita cheia


O meu pequeno-almoço varia entre isto:



versão extra rápida




e isto:



versão rápida


Eu até sou a favor de certas rotinas. (Não compactuo de todo com a ideia, muito em voga, de que as rotinas são todas uma seca, próprias de gente chata, com uma vida pouco empolgante, insignificante,  miserável. Que a vida tem de ser uma eterna surpresa diária e mais umas quantas tretas que são muito bonitas enquanto paleio, mas que, passando à prática do dia a dia não fazem grande sentido. As rotinas podem ser do mais gostoso que há, do mais tranquilizador e enternecedor também. E, como é evidente, sabe muito bem quebrar essas rotinas de vez em quando. Só podemos quebrá-las se, de facto, elas existirem.)
Desculpem o enorme parênteses, que não vem bem a propósito aqui. Mas é um tema muito falado e que já estava entalado há algum tempo. Ainda bem que, finalmente, saiu.
Estava eu a dizer que até sou a favor de certas rotinas. Mas isto de comer sempre a mesma coisa, no início de mais um dia, e de outro, e outro ainda, enjoa. Por isso, quando fui aqui:





regressei a casa, feliz e super entusiamada, com isto aqui:




É bom salientar que fui à Feira no dia de abertura. Logo, há mais de um mês.



Desde então, o meu pequeno-almoço varia entre isto:



e isto:



Agora, cada um que tire as suas próprias conclusões. Eu já tirei as minhas e a modos que estou aborrecida comigo mesma.



nota: para quem possa estar interessado, hoje, optei pela versão extra rápida, again...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Porque amanhã é dia de jogo...

... estou aqui num impasse. Estou com uma dúvida existencial daquelas. Então vejamos. Eu queria que a Grécia passasse e passou a Alemanha. Eu queria que a França passasse e passou a Espanha (malditos!). Eu queria que a Itália passasse e lá passou. Mas a muito custo, coitada. Agora vem  a parte séria da coisa, a do impasse. Agora aparece e cresce, qual erva daninha, a malvada da dúvida. Será mesmo boa ideia, pergunto eu, torcer pela nossa selecção, amanhã? É que, com a pontaria que estou a ter, mais vale pensar duas vezes, ou três, ou quatro... Acho que vou dormir sobre o assunto. Parece-vos bem?

Não sou eu, quem diz é a Mafaldinha #3 - do Futuro da Juventude



Eu ainda não fui para o estrangeiro. Será por isso, pergunto eu, que estou f*did* desempregada?


* devo esclarecer que sou uma menina educada. Por acaso, até já tive oportunidade de o mencionar por aqui. Não digo palavras feias, portanto. A não ser "caca" e seus derivados, lá de longe a longe. Mas aqui, tinha de ser mesmo. Só para a malta captar o meu tom de fúria que, infelizmente, não conseguem ouvir... Isto da escrita com opção de som, como no google tradutor, é que era do caraças!

Ao jeito da Caderneta de Cromos #2






Em pequenina, foi um grande companheiro, o meu View-Master. Dependendo do meu estado de espírito e da minha vontade, ia variando os discos e punha-me a sonhar. Quando ouvia os meus pais a discutirem, lá punha o disco da bela adormecida, para tentar esquecer que o "felizes (para) sempre" é uma bela de uma treta. Quando me cansava de olhar pela janela e ver um muro de betão armado, frio e feio, ia buscar o disco das mais belas paisagens do mundo. E aí, de boca aberta e olhos arregalados, contemplava, maravilhada, cada pequeno detalhe. Um a um. Admirava todas aquelas cores e imaginava todos os cheiros que, infelizmente, não me chegavam através da imagem. Quando ficava triste, por estar de castigo sem razão (pelo menos sem razão aparente para mim), escolhia o disco do Mickey e ria-me que nem uma perdida com as trapalhadas do Pateta e o mau feito do Pato Donald.

Não foram raras as vezes em que me lembrei, já depois de crescida, destes meus binóculos vermelhos, ao melhor estilo Retro. E pensei, em variadíssimas ocasiões, como seria bom tê-los comigo, para esquecer os meus problemas, agora, já típicos de gente adulta. Sempre que as coisas não me corriam tão bem, lá me vinha à memória o meu View-Master.
Há uns dois meses atrás, andava eu à procura do meu globo terrestre na casa dos meus pais, encontrei o meu fiel amigo de outros tempos. Infelizmente, já não trazia com ele nenhum dos discos.
Sendo assim, vai ser difícil voltar a sonhar...


nota: quem me souber dizer onde consigo encontrar os tais discos é uma boa pessoa e eu agradeço-lhe. Aviso desde já que o ebay, para mim, não é opção. Acredito que se encontrem por lá, pois encontra-se por lá tudo e mais alguma coisa. Mas eu sou daquelas pessoas que não entendem nada de compras por internet.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ainda sobre o MDNA...

... e para encerrar definitivamente este assunto que, suponho, já aborrece.

Durante as duas horas do concerto, o único comentário que Ele teceu acerca da Madonna foi o seguinte: muito gosta ela de abrir as pernas.

Quanto a mim,  só me resta acrescentar aqui que, quem diz a verdade, não merece castigo.

I have a tale to tell - MDNA (2)


20h10' - O ambiente começa a aquecer. E lá vêm as já famosas ondas, os belos dos gritos e assobios.


20h20' - chegada do Martin Solveig. Foi bom para animar a malta. Não é um dos DJ's que mais aprecio. Não se compara ao "meu" grande David Guetta. Para mim, sem dúvida, o melhor (foi muito bom poder confirmar isso mesmo, há um ano, na Kadoc). Para além do seu único grande êxito, o Martin vai colocando músicas dos outros, várias da Madonna, pois claro (não só por estar a assegurar a primeira parte do concerto da Queen, como ele lhe chama, mas também por ser produtor do seu último disco). O que eu gostei mais, nesta parte, foi ouvir o Solveig dizer, umas duas ou três vezes, que éramos beautiful. Nós agradecemos. Pelo menos eu agradeci. É sempre bom que nos relembrem disso.






21h20' - O Martin despede-se, pedindo que se grite pela Queen para esta ouvir a malta. E a malta gritou.

Pouco antes de a Madonna entrar, ouviu-se, na minha bancada, uma agitação estranha, uns gritinhos daqui e dali. Umas senhoras já crescidas, com idade para terem juízo e serem minha mãe, que se encontravam à minha frente, até chegaram a sacar da máquina fotográfica e, aos berros, chamaram: Ó Zé, ó zé! Aquiiiiii Zéééééééééé!
Pensei que a razão daquela histeria toda seria de terem reconhecido um qualquer amigo de longa data nos camarotes que se situavam por cima da nossa bancada. Não liguei. Já o alarido tinha cessado, uma miúda atrás de mim desfaz o mistério: mãe, ele está de vestido! A mãe questiona, e bem: quem? O Castelo Branco, pois quem!, responde, irritada, a filha. E pronto, foi isto, enquanto se faziam as devidas mudanças no palco e se esperava pela Madonna.



21h50' - O momento tão aguardado finalmente acontece... e que momento. Adorei aquele início e a entrada de Madonna. Impressionante, mesmo. E o Girls gone wild foi qualquer coisa. Desculpem, o que eu queria dizer mesmo é que o Bang Bang foi qualquer coisa, com direito a acrobacias e tudo. Mas o Girls gone wild também não foi mau, de todo.






Outro momento de que gostei particularmente foi o de Masterpiece. Uma música linda de que gosto muito particularmente. Ganhou um Globo de Ouro para melhor música original em W.E. No entanto, ou sou eu que ando muito distraída ou é uma música que muito pouco se ouve pelas rádios.






As transições para mudança de roupa foram muito bem pensadas. Alguns quadros eram, efectivamente, interessantes.








23h50' - fim do concerto. Algumas pessoas estavam à espera do encore. Eu cá pensava que já não era surpresa para ninguém o facto de a senhora não voltar para ninguém. (redundância propositada)




Para concluir, resta-me dizer que ouvi algumas músicas novas que eu nem conhecia e que não me agradaram particularmente. No entanto, no seu todo, gostei do concerto e diverti-me bastante.  Fiquei com pena de não ter tido um pouco mais de pachorra para ficar mais perto, no relvado. Quando cheguei, ainda se conseguia lá um lugar razoável. É um espectáculo que merece, sem dúvida, ser visto o mais próximo do palco possível.
Também fiquei triste por não ouvir o Live to tell, música que inspirou o título destes meus dois posts sobre o MDNA. Música essa que muito me diz.




notadesculpem lá a falta de qualidade das fotos. Mas é que ainda ninguém me ofereceu uma daquelas máquinas todas XPTO. Quem sabe, um dia... (ai a minha fé, sempre a minha fé...)
Desculpem também estes posts enooormes. E olhem que omiti algumas coisas, para não me tornar demasiado chata...

I have a tale to tell - MDNA


17h20' - chegada ao estádio.

17h50' - abertura das portas. À espera, na fila, dá para ver muita coisa. É engraçado ver o que as pessoas, que dormiram de sábado para domingo na rua, trouxeram com eles. Uma boia? Really?




18h10' - chego às portas e sou revistada. Apreendem-me a minha banana. Querem que a deixe no bengaleiro (ficava-me cara a bananita...). Não vou em meias medidas, como a dita ali mesmo, ao pé do segurança. Pedem-me para deitar fora a tampa da minha garrafa de água. Enquanto estão distraídos com a banana, coloco a tampa no bolso em vez do lixo. Temos de ser terra a terra e espertos nestas situações.

18h20' - escolha do melhor lugar.









19h50' - a barriguita começa a resmungar. Sim, eu levo sandes de casa. Sim, eu sou do povo.




Aqui fica a primeira parte, a da espera.
Aquela parte em que tive de me entreter a ver os outfits das pessoas, essencialmente das senhoras. As mulheres costumam ser muito mais imaginativas (e inconscientes?) do que os homens nestas coisas. Até deu para ver uma moça vestida à Madonna nos seus tempos de Who's That Girl. Também andava lá um rapazito com uma t-shirt de mangas cavas, uns mini calções amarelos e uns belos pom-pons rosa choque, de fazer inveja a qualquer cheerleader que se preze. Mas o que eu gosto mesmo é de olhar para os pés. Estava mesmo sentada numa zona de passagem e vi de tudo. De tudo, mesmo. Por vezes, até fiquei com medo, confesso. Então e aqueles pés que vinham mais leves com as belas das sandalecas? Há com cada pé, há com cada unha, que valha-me os santinho... E isto não é ser fútil, ou intrometida, ou crítica. É passar o tempo com o que se tem à mão (salvo seja, claro). E se a minha presença também deu para entreter alguém, fico muito satisfeita com isso.
 Mais logo chega o resto, a parte da diversão.

domingo, 24 de junho de 2012

Aviso: eu não sou a bruxa do vodu


Eis a mensagem que uma amiga me deixou ontem no meu mural do FB:




Eu já sabia da notícia. Sou menina de ver muito a M6 e, ontem, já tinham feito uma reportagem toda bonitinha sobre o assunto no Accès Privé. Mas, acreditem, não fiquei minimamente feliz. Muito pelo contrário (também não vou chorar baba e ranho. Mas só por ser uma miúda forte). Eu gosto da Vanessa e ela e o seu Johnny formavam um dos poucos casais do mundo dos famosos que mereciam a minha simpatia e consideração.
Não entendo as minha amigas. A sério. Tudo bem que, desde pequena, nutro uma paixão platónica pelo Johnny (disso falarei melhor noutro capítulo do "Porque eu também sei o que é bom..."). Tudo bem que, adolescente, tinha o quarto forrado a posteres do Johnny (do Johnny e do Bob Marley. Ainda me lembro a minha avó assustar-se com as rastas deste último). Tudo bem que, para mim, é o homem com mais charme de todos os tempos (especialmente quando falava da sua Vanessa, lá está). Mas não é por isso que eu quero ver o senhor separado. Preferia, sem dúvida, continuar a vê-lo, feliz e contente, com a sua Vanessa e os dois filhos do casal. Por isso, amiga, parece que sim, que o caminho está livre, mas só se for para ti!
Já o ano passado, quando estive a viver sete meses no Algarve, costumava dizer que já tinha avistado esta ou aquela celebridade e que só me faltava mesmo ver o Johnny Depp, mas que não perdia as esperanças (sou uma moça de fé, lembram-se?). Pois tive logo de levar com outra amiga a acrescentar "e que venha, de preferência, sem a Vanessa, não é Mam'Zelle?". Não, não é, respondi eu na altura. E respondo de novo aqui. Eu não quero nada com o raio do Johnny e gosto muito da Vanessa. Entendido?
Por isso se andarem à procura da cabra da bruxa que lhes lançou um feitiço - e que separou o que, tão bem, o amor tinha juntado - não venham procurar por estas bandas. Eu nem nunca gostei de agulhas, vejam bem... Por isso, xô!

sábado, 23 de junho de 2012

I'm going to tell you a secret *




Ontem, recebi esta caixa, com estes bilhetes lá dentro. Para ser totalmente sincera, não foi uma grande surpresa. Há pessoas que, por mais que tentem, não conseguem manter um segredo durante muito tempo, sem deixar escapar uma ou outra pista. E eu, já desde a época em que jogava Cluedo, costumo ser perspicaz o suficiente para descobrir as surpresas antes do tempo. Não é que eu queira. Sou pessoa de gostar muito de ser surpreendida. De receber o que quer que seja, assim, do nada, sem fazer a mais pequena ideia de que estava prestes a acontecer. Mas, efectivamente, é bastante raro isso acontecer.
Já estava, portanto, à espera de ir ver a Rainha do Pop. Sendo assim, espero, agora, que a surpresa chegue amanhã. Espero ser surpreendida por um concerto memorável. Espero que o ambiente e a música me levem a dançar e a cantar como a própria Madonna incentiva:

Everybody, come on, dance and sing
Everybody, get up and do your thing
Everybody, come on, dance and sing
Everybody, get up and do your thing

 
Let the music take control
Find a groove and let yourself go
When the room begins to sway
You know what I'm trying to say



* também foi o título escolhido para um documentário sobre a digressão mundial Re-Invention Tour.

Ele diz, e eu acredito

Já todos ouviram falar do pequeno incidente entre o Miguel Lopes e o Quaresma durante o último treino, certo?
Pois, a mim, o incidente em si não me chamou minimamente a atenção. São situações normais que podem acontecer a qualquer momento. O alarido que se tentou fazer à volta do acontecimento é que me deixou meio perplexa, mas também não é disso que quero aqui falar.
Eu quero é falar da conferência de imprensa dada pelo Ricardo Costa.




Estava eu a ouvir com pouca (a merecida) atenção o seu discurso quando o jogador se sai com uma muito boa. Um jornalista pergunta-lhe sobre o incidente entre os colegas e uma das razões que ele apontou para a pequena altercação foi a seguinte: "é que somos todo viris". Gostei de ouvir, gostei de saber que a nossa selecção é feita de homens de barba rija e com as jóias de família no sítio. Se para alguém ainda restavam dúvidas, elas foram, assim, totalmente dissipadas. Ele diz e eu acredito, pois claro está.

Gosto disto

Isto de ter um blogue é muito mais interessante do que eu imaginava. Isto de ter um blogue é divertido, é empolgante. Quase que poderia dizer que, isto de ter um blogue, é terapêutico.

Hoje, quando cheguei aqui, apeteceu-me dizer isto. E também me apeteceu agradecer. Agradecer pelas visitas. Agradecer pelos comentários. Agradecer pelos blogues que pude descobrir por este existir. Agradecer pelas pessoas tão diferentes que vou conhecendo sem sequer as conhecer.
Hoje, quando cheguei aqui apeteceu-me dizer Gosto disto.

Hoje, quando cheguei aqui, apercebi-me que nesta última dúzia de dias tive mais visitas do que tinha tido desde o primeiro post que por aqui escrevi (aquele post que não era um post, ainda me lembro perfeitamente dele), ou seja, ao longo dos dois meses anteriores.
Hoje, quando cheguei aqui apeteceu-me dizer Obrigada.

Hoje, quando cheguei aqui, só me apeteceu mesmo dizer isto. E que bem me soube dizê-lo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Porque eu também sei o que é bom... #2

(...e faz bem à pele.)


Ben Harper



Não só a figuraça do homem é qualquer coisa, como a voz também. Para mim, Ben Harper é, antes de mais, Sexual Healing. E bem. Muito bem... Enfim, mais vale não me alongar muito sobre este assunto.
É verdade, têm toda a razão, a música foi antes do Marvin Gaye. Eu sei disso e não contesto.
No entanto, e não me levem a mal por isso, eu prefiro aqui o Ben.


Já passamos os quartos, venham as meias!


Foi um dos jogos que vi com mais calma (afinal, a minha fé é daquelas boas). Alguns dos nossos jogadores entraram com força a mais nos pés. O Rui Patrício andou ali com a vista um pouco trocada. A bola teimava em ir ao poste em vez de entrar na baliza. Mas o meu sexto sentido dizia-me que iríamos conseguir. E não me falhou. Durante o intervalo, a ver os reclames (adoro esta palavra, lembra-me a avó mais linda, a minha), até deu para perceber que o Postiga tem jeito para mimo. O que é uma boa notícia. Vai dar para se entreter até às meias finais que irá acompanhar, como o comum dos mortais, da bancada...




Agora, só resta esperar até amanhã para saber quem nos calha em sorte. Eu preferia a França, confesso. Significaria que também conseguia chegar às meias finais. E, claro, entre Portugal e França, não tenho dúvidas, irei torcer, a cem por cento, pela nossa selecção, a selecção portuguesa.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Para que serve a fé, quando os responsáveis dos Zoos andam distraídos?


Para tudo. Para absolutamente tudo. Infelizmente.

Então não é que, para o jogo de hoje, não se ouviu o prenúncio de nenhum amiguinho do homem.  Tudo bem que o polvo já contribuiu. O porco, o elefante, a vaca (para mim, estás marcada Ivone. Os cães ladram, mas ela não passa, a desilusão), o coelho, o crocodilo também. E o que é feito do malvado do macaco? E da fofa da foca? E do castiço do camelo? E da giraça da girafa? E do murcho do mocho? E por aí fora. Nada?


Ilustrações de Chris Haughton


Fiquei perplexa, primeiro. Muito decepcionada, quase desesperançada, depois. A malta distraiu-se com a chegada do verão e com os estrangeiros a invadirem em massa os jardins zoológicos de todo o país. E deu nisto.

Sendo assim vou ter de depositar todas as minhas esperanças na fé. Na minha, já por aqui tão falada, fé. Só ela me resta. Ela e o paciente e prestável do pastel de nata que está à minha espera, caso a ansiedade aperte... 

Não posso... #2

com aquelas vendedoras que são chatas como a potassa.




Já se viu tudo. Já se escolheu o que se quer. Já se está na caixa, prestes a pagar. É precisamente aí que a maldita da vendedora começa com o seu discurso monocórdico. Aquele discurso que já disse n vezes naquele dia e em todos os dias anteriores também. E isto, sempre que uma pessoa quer pagar o que deve e ir à sua vida.

- Então mas a menina não precisa de mais nada?
Pequena pausa para inspirar o máximo de ar possível e poder enumerar, de seguida, todas as bugigangas que tem em cima da banca.
- Um batom? um verniz? uns brincos da Hello Kitty? uma pinça? uma lima? uns rebuçados da  Betty Boop? um rimel? uns elásticos ou ganchos para o cabelo? um perfume da Floribela? umas pulseiras que dão equilíbrio? um colar que brilha de noite?
E, eu, lá vou virando a cabeça, da direita para a esquerda e vice versa, sempre que, durante o belo do discurso, ela vai olhando para mim. Igualzinho aos movimentos dos espectadores de um jogo de ténis, mas com muito menos entusiasmo e interesse. Estão a visualizar a cena?
Então mas não parece mais do que óbvio que não queremos mais nada? Repito, já andámos pela loja. Já vimos tudo e mais alguma coisa. Até já temos nas mão aquilo que, efectivamente, queremos levar. E já SÓ pretendemos mesmo pagar.

E, se eu não me engano, é só naquela loja que acontece. Ou melhor, nas lojas com aquele nome*. É que já fui, no mínimo, a quatro, em centros comerciais diferentes, e é sempre a mesma chatice.
Poderiam perguntar-me: Então, mas, Mam'Zelle, por que carga de água (que bem que soa esta expressão neste inicio de verão molhado...) continuas a ir à dita loja?
E, eu, menina bem mandada responderia: porque, para além de ter tudo o que a pequenada (e não só**) gosta, faz sempre umas promoções bastante jeitosas. E porque, já não é segredo para ninguém, eu sou do povo e aprecio o material  bom e barato.


* Não vou mencionar a loja em causa. Não merece o meu patrocínio grátis. Mas, as pessoas mais atentas e perspicazes chegam lá, olhando, com um pouco de atenção, para a foto acima.

** Confesso, eu própria, gosto de muita coisa que por lá vejo. Por isso é que, quando é para as minhas sobrinhas, trago sempre acessórios com o Edward Cullen (obrigado Sr. Google, por esta informação). Tenho a certeza que elas vão gostar. E, essencialmente, tenho a certeza que não vou ficar tentada a guardar os presentes para mim...

Eu e Ele # 8 ou do Hot Dog e da Halle Berry


Estamos os dois sentados no sofá a ver os festejos da vitória de Portugal pelo país fora. Eu estou a comer uma sandes. Ele só come as três refeições diárias. Tem uns quilitos para perder.

Eu (com a boca semi cheia) - Já te disse que adooooro sandes de salsicha?*
Ele (com cara de enfadado) - Siiiiiim, já me disseste.
Olha para mim, olha para a minha sandes e continua: Isso é um hot dog.
Eu (abespinhada) - Não, não é um hot dog, é uma sandes de salsicha.
Ele - Pois, é um hot dog.
Eu - Ok, então eu sou a Halle Berry.
Ele - Lá estás tu. Então isso não é uma sandes que leva pão e salsicha como o hot dog?
Eu - Então e eu não sou uma mulher que tem mamocas e pipi como a Hall Berry?

Os seus lábios desenharam um sorriso divertido, mas não voltou a abrir a boca.
Já diziam os antigos que quem cala consente. Sendo assim, está tudo dito. Por mais estranho que possa parecer, eu consigo sempre ter razão.




* tenho consciência de já lho ter dito uma dezena de vezes, mas amo chateá-lo. Especialmente quando eu estou a comer e ele não...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Não, não é um típico post sobre trapos


("this is not my favorite tee" - não me lembro do resto)



("moustache you hate it or you love it.")


Estive quase quase para trazer as duas. Mas, depois, pensei (é verdade, também me acontece, esporadicamente é certo, mas acontece). E achei - após uma ponderação seria e demorada dos prós e dos contras - que era preferível continuar como blogger anónima, pelo menos por agora. E as belas das moustaches denunciar-me-iam logo, logo*. Pois está claro que sim.



* Aí é que era ver gente atrás de mim, qual Messias qual quê!
Vou já avisando que, esta graçola, só será entendida pelo Vic e por quem se dá ao trabalho de ler os comentários que o mesmo vai deixando por aqui.

nota: o facto de eu ter roupa a dar com um pau (mas que bela expressão esta...) e não ser de todo uma shoppingaholic também podem ser razões mais que válidas para eu não ter trazido as t-shirts em questão. Mas não têm tanta graça, convenhamos.

In The Mood For... Laugh


Porque, diz quem sabe, rir ainda é o melhor remédio.





Ora aqui está uma boa ilustração, esclarecedora da expressão "ter uma vida de cão".
Só mesmo para aqueles que não entendiam o seu significado. Porque, segundo eles, o cão tem uma boa vida. E porque isto e porque aquilo. Porque assim, porque assado. Patati, patata. Afinal, as aparências iludem. Poor dog...

terça-feira, 19 de junho de 2012

Não sou eu, quem diz é a Mafaldinha #2 - do Governo




Pelos vistos, a inércia é uma característica intrínseca nos governos. Sofrem todos do mesmo mal. Coitadinhos...

La phrase qui tue




Ontem à noite, vi um filme suíço inspirado no estilo Bollywood. Não sou fã deste género de filmes. Muito menos nesta altura em que aquela profusão de cores fortes e alegres são quase uma afronta ao monocromático cinza que vai dentro de mim. Que teima em não me abandonar. Que não me quer deixar rir a plenos pulmões até as bochechas me doerem. Até à minha alma se alegrar.
Houve muita cor, portanto. Muita dança cantada. Muitas falas lamechas. Muitos estereótipos ridicularizados/desmistificados. Mas, no meio de tanta informação, alguma interessante até, apenas uma frase me ficou na mente:

Je refuse de voir le jour, la nuit est apaisante.


Não consigo acrescentar nada. Está tudo aí. Numa simples frase que, a dada altura do filme, é cantada pelo protagonista quando se sente abandonado e imensamente triste. E, lá no fundo, dói. Dói perceber e sentir que esta é aquela frase (a única frase) que faz todo o sentido para mim.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Eu e Ele #7 ou do Portugal x Holanda


Os nervos estão à flor da pele. A coisa ainda mal aqueceu e, aos 11 minutos de jogo, a Holanda já está em vantagem com um golo de ....................** (quem me lembrar qual o nome do jogador é boa pessoa. É que o expert no assunto ainda não chegou. Desde já, muito obrigada.)
De repente, houve-se uma voz do além*. Essa voz diz que a Alemanha acaba de marcar contra a Dinamarca.

Ele (com aparente convicção) - assim, passamos nós.
Eu (bebendo aquelas palavras como se do melhor néctar se tratasse) - a sério?
Ele (num tom visivelmente mais baixo) - não sei, estou à espera que ele* diga.

Nós julgamos que eles entendem muito do assunto. Nós acreditamos piamente em cada uma das palavra que nos dizem a esse respeito. Nós cremos que eles são uns craques neste tema. E o mito cai. Bastam alguns segundos para que assim seja. E é triste, muito triste.

* o comentador, entenda-se.
** Van der Vaart (obrigada pedro b e homem sem blogue. Não restam dúvidas, são boas pessoas ;) )

moi (1), la Clown



Enfin, de son vil échafaud,

Le clown sauta si haut, si haut


Qu'il creva le plafond de toiles,



Au son du cor et du tambour.



Et, le coeur dévoré d'amour,

 



Alla rouler dans les étoiles.

Théodore de Banville

Que tal esclarecerem-me, hein? #1


Quem por aqui vai passando está fartinho de saber que não percebo patavina disto dos blogues. Vou escrevendo umas coisas, colocando umas fotos e gosto de o fazer. Mas também gosto de ir a casa alheia. Ver o que por lá se passa e deixar a minha marca, quando assim julgo que deva ser. E, claro, as primeiras casas a despertarem a minha  curiosidade e atenção foram aquelas cujos donos tiveram a boa ideia de me seguir. Ainda são poucos, por isso consigo nomeá-los um a um, sem grande esforço.
Assim, depois de criar este meu casebre, descobri o blogue do pedro b. O primeiro que teve a coragem (e que coragem!) de se assumir como meu "seguidor". Cheguei até a dedicar-lhe um post inteirinho e bem que o mereceu. Ainda eu era uma bebé nestas lides
Depois, chegou a SS e fui logo direitinha cuscar o seu blogue tal e qual a criança que descobre um desenho animado novo.
Chegaram, mais tarde, o Vic, a Hipster Karenina, o Roque, a Aidan, a Pompix e a Sue (não sei se por esta ordem, confesso, não memorizei a coisa) e, claro, gosto de ficar a conhecer as suas casas e dar o meu precioso contributo, sempre que o ache pertinente (ou não, depende. Às vezes é mesmo só para aparvalhar, admito).
Toda esta lengalenga para chegar aos quatro "seguidores" que ainda não mencionei, mas que, no entanto, não esqueci. É o caso da Sara Calão, do Ego, da/o Bookworm e da/o na provincia na provincia. Comecei por achar que eram "seguidores" sem blogue, já que só aparecia a lista dos blogues que estão a seguir. Mas, depois, apercebi-me que há seguidores que não têm as hiperligações dos seus blogues mencionadas, mas que, afinal, têm casa própria. Apercebi-me disso com o caso da Sue, por exemplo. Só fiquei a saber que tem blogue porque ela comentou um dos meus posts e, aí, carregando no nome dela, apareceu-me o seu perfil completo e o nome do dito cujo.
Toda esta conversa chata (e confusa, acredito) para dizer que não sei, mas gostava de saber, se estas quatro almas têm ou não blogue. E, visto que, curiosamente, nunca deixaram nenhum comentário, continuo na dúvida. Sendo assim, e se ainda não desistiram de passar por aqui e se lerem esta trapalhada de palavras, digam de vossa justiça, ok?



Era só isto, portanto. Obrigada a quem leu até ao fim e não tem nada a ver com o assunto.*

P.S. Já que estou numa de mencionar bloggers, sinto-me na obrigação de também referir aqueles que, mesmo não sendo meus "seguidores" vão passando por aqui e já deixaram uma palavrinha, nem que tenha sido uma única vez: Tapinhas, Clara, Trollofthenorth, Alexandra, a Grande, E, Maria, Rainha ST, MS (este foi mesmo só uma vez, desafiado por mim é certo, mas valeu a intenção). Se me esqueci de alguém, esse alguém pode achincalhar-me à vontade.
Só não refiro aqueles que por aqui passam e, ainda, não deixaram um sinal porque, obviamente, não sei quem são. Mas, como diria o outro, estão cá dentro na mesma. Ah, posso mencionar a Vanessa. Obrigada Vanessa.

nota: colquei sempre a palavra seguidor entre áspas porque me faz uma certa confusão. Parece que pertencemos a uma seita maléfica ou coisa do género.



É impressionante a capacidade e a facilidade que tenho em escrever muito sobre coisíssima nenhuma. Ou, pelo menos, sobre coisas que não interessam nenhum. Fico até assustada comigo, às vezes. Basicamente, o que eu quero saber, sem floreados nem ronhonhós, é se a Sara Calão, o Ego, a/o Bookworm e a/o na provincia na provincia têm ou não têm blogue. Por isso, se uma destas quatro almas ainda não desistiu de aqui vir e ler isto, faça o favor de responder aqui à Mam'Zelle (se quiser, como é óbvio). Agradeço, desde já. Ponto. Apre! foi difícil fazer claro e conciso, mas (parece-me que) consegui.

Agora vou só ali a uma entrevista, num instantinho, e já volto. Wish me luck.

* só não risquei esta parte porque me pareceu a única, efectivamente, importante. Agora já não faz sentido, visto que ninguém vai ler o que está riscado. Mesmo assim...

domingo, 17 de junho de 2012

Um pouco de fé

11' - golo da Holanda. Se não houver mais golos no grupo, não passamos.
19' - golo da Alemanha. Se não houver mais golos no grupo, já passamos.
24' - golo da Dinamarca. Se não houver mais golos no grupo, já não passamos.
27' - golo de Portugal. Já passamos, a não ser que a Dinamarca marque mais um.
74' - golo de Portugal. Ai passamos, passamos... E se a Dinamarca marcar mais 2? E se a Holanda marcar mais 3?
80' - golo da Alemanha, só por milagre mau é que não passamos!
94' - Yeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! A minha fé andou aos solavancos mas lá se aguentou.

É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás

E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé.


Agora, que venha a República Checa. Quinta-feira, lá estarei, frente ao ecrã, com a minha fé renovada.
Alemanha x Grécia. É caso para dizer, o futebol dá oportunidades que a própria Merkel desconhece...

Para que serve a fé, quando se tem o Quinas?


Para nada, absolutamente nada. O Quinas é moçambicano e, com toda a convicção e conhecimento de causa, mostrou que Portugal irá vencer*. Quanto a mim, até que me dava um jeitaço festejar já, já. Mas, diz quem sabe muito disto, mesmo Portugal ganhando, podemos não passar à fase seguinte. Podemos não passar à fase seguinte? Podemos ficar pelo caminho? Podemos deixar de ouvir o Hino, cantado e muito bem pelos nossos jogadores (menos o Miguel Veloso. O Veloso é um desmancha prazeres. Eu nunca fui à bola com a cara do Veloso)? Com que então a presciência do Quinas não chega? Com que então não posso começar a festejar?
Estou bem tramada. Estou, estou. Ai se estou...

* não sei bem porquê, mas esta lengalenga parece-me familiar. E, se bem me recordo, não correu lá muito bem, da outra vez...

O mundo está perdido #2


Aqui está o Guia Turístico da Invicta:






Pois que me parece que alguém usou a sua liberdade de expressão. Nada contra. O mais interessante é saber que, se passarmos frente àquele edifício, na bela cidade do Porto, não está lá escrito coisíssima nenhuma. Ou seja, o brincalhão foi aquele que criou o guia e que, com a sua montagem, quis, descaradamente, gozar com a cara do Presidente da Câmara. Livre e corajoso, diria eu. 
Mas, atenção, o melhor ainda está para vir. E é a explicação dada  por Manuel Leitão, director da publicação. Diz ele: "Que eu saiba, "rio" é um substantivo próprio que significa um curso de água e o resto são três iniciais, um verbo e um artigo." Gostei da mini aula de gramática da língua portuguesa. Não me trouxe propriamente as melhores recordações, é certo, mas isso são outros quinhentos. Parece-me, no entanto, que o senhor cometeu um pequeno erro. Que eu saiba, a palavra "rio", como curso de água, é um "substantivo comum" e não um "substantivo próprio". Agora a palavra "Rio", remetendo para Rui Rio - ou para o Rio de Janeiro (isso já é com ele) - é que é um "substantivo próprio". Será que, sem dar por isso, lhe fugiu a boca para a verdade?
Agora, as três iniciais, essas, podem, de facto, querer dizer muita coisa. Eu aposto em "fogo de palha" e vocês?

sábado, 16 de junho de 2012

Não sou eu, quem diz é a Mafaldinha #1 - da Primavera



        É caso para dizer, ainda bem que estamos quase quase no verão... bierk!

Tudo por Portugal - mais do que uma religião


Ainda nem se falava do Europeu nas televisões e jornais deste país e Ele já tinha comprado o seu Guia do Europeu com 292 páginas. Ainda não se via nenhuma bandeira, orgulhosamente esticada, à janela, mas Ele já lia, horas a fio, e em voz alta (porque guardo melhor as informações lendo desta forma, confessou-me Ele), aquela que será a sua bíblia até ao dia 1 de Julho.
O Europeu foi-se aproximando e Ele foi riscando, com todo o cuidado do mundo (só lhe faltava mesmo a língua de fora, como os putos quando fazem algo trabalhoso), fotografias e nomes de alguns jogadores que apareciam a cada página. Estes, afinal, não foram convocados, explicava Ele, ao ver a minha cara de espanto porque leiga no assunto.




O Europeu começou e Ele não perde um único jogo, sempre com a bíblia à sua beira, aberta na página certa, e uma caneta para poder apontar, no final, o resultado de cada equipa. Deposita todo o seu carinho naquele pequeno gesto que é escrever um número num quadradinho, como se de o mais importante apontamento da sua vida se tratasse. Não perde um único jogo e não é simples. Ele trabalha e, não raras vezes, chega a casa depois das 19h30'. Antes do acontecimento do ano chegar, foram várias as vezes que resmungou: Isso são lá horas de marcar os jogos? Devem pensar que toda a gente tem a boa vida deles, com certeza. Mas, rapidamente, encontrou a solução adequada ao seu problema e não mais resmungou. Todos os dias, sai do trabalho à pressa. Não houve rádio, como era o seu costume, no caminho até casa. Em qualquer momento podem dizer o resultado do jogo das 5, salienta Ele. Ao entrar no prédio, reza para não encontrar algum vizinho. Pode meter conversa e entre o "boa tarde" e o "até amanhã" descair-se com o resultado do jogo das 5, teme. Sobe as escadas a correr. Aí, já o consigo ouvir perfeitamente. E sorrio. Sorrio porque, como lhe pedi, deixou de usar o elevador e faz, assim, um pouco de exercício. Abre a porta num sorriso que só ele tem e, com olhos brilhantes diz: Espero ainda vir a tempo de ouvir os hinos. E, todo satisfeito, com o seu Tudo por Portugal aberto, vê o jogo com entusiasmo. Com entusiasmo mas sem som. Durante o jogo, os comentadores podem relembrar o resultado do jogo das 5, aponta. Quando vê os jogos no computador, lá apanha um site russo, ou o da Al Jazira e, aí, o som é bem vindo. Não o incomoda. Depois, quando toda a gente já está careca de saber o resultado do jogo das 5, Ele vai aos programas gravados e carrega no play. Não perde um jogo, portanto, e é feliz assim. Lá vai registando, religiosamente, o resultado de cada jogo, na página que lhe é destinada com o mesmo cuidado e dedicação e é feliz assim.
Desde o Euro 96 que compra e guarda carinhosamente a revista correspondente. Quando tiver filhos, vão gostar de rever comigo, declara Ele, cheio de orgulho. Este ano, ficou um pouco desiludido. Em anos anteriores, a bíblia tinha umas páginas específicas para assinalar os onze titulares, os marcadores, a disciplina (cartões) e as substituições de cada jogo. Era uma bíblia mais completa. Mas o que importa mesmo é a intenção. E os jogos. E os resultados de cada equipa que joga ou poderá vir a jogar com Portugal. O que importa é Portugal. É ficar à espera de ver até onde poderá chegar. Isso é que importa. E, para isso, vamos  ter de continuar a acreditar, vibrar, sofrer, ter esperança. Esperar.