quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tal e Qual

Ou, em bom vernáculo, a cara de um é o cu da outra.

Então não é que, há bocadito, eram umas 20h30', estava eu a ver o Telejornal tranquilamente, quando me aparece à frente a Sra. Angela Merkel. Quase que me assustei, acreditem! Eu já tinha visto a Sra a falar em outras ocasiões. Não muitas, é certo, pois não costumo ficar muito bem disposta. Mas hoje, nem cheguei a perceber o que a dita cuja estava a tagarelar. Eu só conseguia ver o queixo dela. E, peguntam vocês, e muito bem, mas por que raio? E, claro, eu respondo: então não é que a Sra é tal e qual os bonecos de pau - que metem medo que só eles - que costumavam usar os ventríloquos! É tal e qual, mesmo. Quando se chega uma certa idade, começa-se a ter rugas de expressão. Coisa normalíssima. Mas, em princípio, vão dos cantos do nariz até aos cantos da boca. Não dos cantos da boca até ao fundo do queixo.
Deixo-vos uma ilustração do que digo:


Então, o que acham, sou eu que estou a ficar maluca, ou até tenho uma boa visão? Já tinham reparado? Digam de vossa justiça.
E, vejam bem, aqui, até têm o casaquito igual e tudo! O.M.G!

Quinze pontos na alma

Há 15 dias, passei pelos corredores da AAC para ir tomar café à Esplanada. Numa das paredes, deparei-me com um cartaz a publicitar a projecção do filme Quinze pontos na alma, no Auditório, dia 30, às 22h00. Encaixei logo estas informações na cabecita. Já aqui disse e não me canso de repetir, eu sou do povo. E, nesta qualidade, aproveito tudo o que é à borla. Nos últimos anos, não tenho aproveitado tanto estas iniciativas por, raramente, andar pelos lados da Universidade.
Ontem, lá fui, então, ver o dito filme. Não fiquei agradavelmente surpreendida, mas também não saí de lá arrependida. É um filme que se vê bem. O argumento em si é interessante, mas, para mim, nem sempre foi bem aproveitado. Um pouco paradito para o meu gosto, como, aliás, a maioria dos filmes portugueses. As personagens não são suficientemente aproveitadas, não apresentam grande densidade. Depois, não sou fã da actriz principal, a Rita Loureiro. Se fosse eu a escolher, preferia a Dalila Carmo ou, até, a Ana Moreira que também entram no filme, com papéis secundários (e, mais uma vez repito, subaproveitadas).


Deu, apesar de tudo, para retirar algumas réplicas interessantes. Havia mais, mas não é nada fácil tentar escrever no escurinho do cinema. Aqui vai:
O silêncio é muito mais ruidoso do que uma boa gargalhada.
A vaidade é viciante.
A ironia assenta-lhe melhor que o cabelo apanhado.
Adoro esta última afirmação. Até porque poderia muito bem ser-me dirigida. Fico mesmo horrível de cabelo apanhado...
Depois, houve um diálogo super interessante e com deixas muito certeiras, entre a Rita Loureiro e a Dalila Carmo. Acaba com a Dalila a dar uma bela de uma estalada à Rita. Gostaria de ter tomado nota, mas não deu mesmo.

Deu também para confirmar algumas realidades incontestáveis desta vida (eu sei que é só um filme, mas mesmo assim...):
  • As mulheres adúlteras têm sempre um corninho manso (como tão bem dizia a minha avó) a servir-lhe de marido.
  • A mulher que trabalha, que ama e não concebe a sua vida sem o marido e que até prepara jantares para os amigos, muito provavelmente é traída com uma das ditas amigas que não falta, por nada deste mundo, às ditas jantaradas.
  • O marido da mulher traída (o grande-filho-da-p***-fora-a-mãe-que-não-tem-culpa, portanto) não tem nem um tico de peso na consciência. Sabe perfeitamente que a mulher nunca o vai largar, mesmo descobrindo as cambalhotas extra que ele vai dando por aí.


No Auditório, informaram que haverá, no próximo mês, a projecção de mais filmes. Chamaram a minha atenção Ganhar a vida, de João Canijo e América, de João Nuno Pinto. Alguém viu? Vale a pena?

SecondLove - WTF? (1)

Ontem, abri o meu mail pessoal e eis o que por lá vi:


O assunto diz tudo: "Casados mas curiosos, cadastre-se e viva uma aventura".
Apaguei logo sem abrir, claro. Não estou minimamente interessada.

Eu já tinha ouvido falar, há uns bons meses (anos?) atrás, deste SecondLove. Primeiro fiquei perplexa, depois desatei a rir e, finalmente, algumas perguntas invadiram a minha cabecita. Nem vale a pena colocar aqui as ditas perguntas, parecem-me óbvias para o comum dos mortais. Agora, a resposta é só uma: há gente para tudo, infelizmente.
Depois, fui ao site do dito cujo e aqui está:


O único pré-requisito para a pessoa poder oferecer-se um romance é estar casado e, pelos vistos, preferencialmente bem casada, feliz, mas fartinha (coitadinha dela) da rotina diária.

E que tal fazer por quebrar a rotina com a pessoa oficial que tem ao seu lado?
Não, isso não, daria muito trabalho!
Ficaria, no entanto, bem mais barato (diz que a inscrição é gratuita, mas depois deve ser sempre a somar).
Para se ser um/a grande sacana arranjam-se sempre mais uns tostões.
Então e trair alguém com quem é feliz e que não pretende deixar, não é cena de grande filho/a da p***?
Nada disso, também é para a/o minha/meu mulher/marido que eu faço isto. Chego a casa muito mais amoroso/a e bem disposto/a.
Ok, não é uma pessoa sem carácter, portanto. É uma pessoa generosa e altruísta.

Desculpem, mas para mim, esta cena é demasiado surreal!
Fui.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

When I was a kid*

Pois que ontem, a ver o telejornal, fiquei a saber que o menino vampiro** estava, em directo, no Centro Cultural de Belém. Diz que veio à ante-estreia do seu último filme. Pois que fico muito feliz por ele e pelas paletes de pitas histéricas que estavam aos gritos, pedinchando um pouco de atenção. Fiquei parva foi de ver que as moças continuavam empoleiradas na grade, a gesticular e a gritar, mesmo depois de o rapazito ter desaparecido há uns bons 5 minutos. Será que pensaram: Se eu continuar a gritar como se não houvesse amanhã, ele volta para trás e toca-me, nem que seja apenas na ponta do dedo mindinho. Já me sentiria no paraíso! Espera lá, não pode ser por causa disso, pois aquelas miúdas não pensam...

Sempre (leia-se mesmo quando tinha a idade para ser uma pita) achei aquelas figuras tremendamente patéticas. Nem para o Johnny Depp, que forrava alegremente as paredes do meu quarto quando eu era piquena, eu faria uma cena destas. Enfim, deve ser do ar. Está seguramente muito mais poluído do que na minha altura.



* Foi uma parte de uma resposta que o vampiro desbotado deu, quando um jornalista inteligente e inovadoramente lhe perguntou se gostava de Portugal. Parece que vinha cá várias vezes quando era puto.

** Desculpem lá, mas eu não consigo fixar o nome do moço. Ok, talvez seja por não lhe achar grande piada. De certeza que as minhas sobrinhas de 12 anos e, pasmem-se, a minha irmã com quase 40 sabem as letrinhas todas na ponta da língua. É o Robert Pattinson (tive de ir ao google checar).

TRETOLOGIA do dia #4 (anteontem)


Pois que, efectivamente, a passada segunda-feira ensinou-me algo: se combinarem contigo às 10h da manhã, no primeiro dia da semana, chega só às 10h45'. Caso contrário, vais ficar à seca à espera.
Como a especialista vaticinou, deu para mergulhar bem fundo dentro de mim, quase que deu para ver as minhas entranhas, acreditem! Passados os quarenta e cinco minutos, quase que mergulhava a minha mão direita, bem fundo também, na cara da senhora pela qual estive à espera. Mas depois, tive medo dos meus próprios olhos julgadores e contive-me mesmo a tempo de evitar o drama.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dúvida existencial do momento

Então mas ainda ninguém (leia-se aqueles-blogues-bons-e-cheinhos-de-pinta) comentou os belos dos outfits do Festival de Cannes?
Será que é um evento foleiro, muito aquém dos "nossos" (salvo seja) Globos, e sou só eu (que, fica aqui esclarecido, sou uma verdadeira tonta) a achar que é um festival com alguma visibilidade e importância?
Ou será que já há fotos dos trapitos enriquecidas com comentários repletos de humor, transpirando sabedoria e bom gosto e eu é que não dei por nada?
Estou preocupada. Muito preocupada até, confesso.


Lá tive eu de quebrar a promessa que fiz, ao inaugurar este meu pobre blogue. Mas a culpa não é minha se o Sr. Festival de Cannes se lembrou de colocar uma gaja toda boa (mesmo que morta e enterrada) no seu cartaz publicitário.

Não posso...

  • com o novo programa do Malato
  • com as piadas sem piada alguma do Malato
  • com o riso forçado do Malato.
Concluindo e resumindo, não posso com o Malato.

Volta Granger, estás perdoadérrimo!!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Há uma boa razão para (quase) tudo nesta vida


 Ainda não fiz a minha boa acção do mês de Maio e já estamos quase quase em Junho.
Mas eu tenho uma explicação muito válida para justificar tal facto. Este mês, (ainda) não fui a casa da sogra.
    Está tudo dito, portanto.

Agora, vou ali rezar só um tiquinho - para não ter hipótese alguma de cumprir a minha boa acção deste mês (já agora, dos próximos 30 também, se possível) - e já volto.

Nota: para conferir a boa acção do mês de Abril, e entender melhor o teor deste post, ler o post de 9/04/2012, sff.
Obs. Finalmente, e como já devem ter reparado em posts anteriores, percebi como usar a letra pequenina. Já não está tudo perdido, certo?

domingo, 27 de maio de 2012

Carinho é...

ele ficar sentado à minha beira a ouvir a Gaitana, a Anguun, a Loreen, o Tooji, as Buranovskiye Babushki  e mais uma carrada deles (e acompanhar-me, mesmo que de forma desajeitada, mal começo a dançar) quando preferia, de longe, ouvir os The Offspring,  os Limp Bizkit, os Linkin Park e os Smashing Pumpkins.

A Eurovisão da Canção, porque eu sou do povo

Albânia - Roupa e penteado medonhos. Então aquela trancinha colada ao pescoço, quase que me deu pesadelos de noite. Mas o pior foi o resto. A moça fartou-se de gritar a plenos pulmões, como se tivesse a pior dor de dentes de todos os tempos. Mas ninguém lhe explicou que estava na Eurovisão da CANÇÃO?
Lituânia - O lambidito do moço apareceu com os olhos vendados por uma faixa de tecido bem piroso, cheio de brilhantezinhos. Cantou uma grande parte da música naquela figura. Mas tem uma explicação lógica e muito válida: o título da música era "Love is blind"...
Rússia - só o nome do grupo já dá para sorrir: Buranovskiye Babushki. Aquelas piquenas Poupées Russes foram a animação da noite. Não cantavam todas ao mesmo ritmo, desafinavam que se farta e algumas nem a letra sabiam. Mas a média de idades era 70 anos, por isso não há critica possível.

Depois desta brilhante introdução, passo a explicar-me.
Eu sei que o que está in é ver e comentar os globos de ouro. Sobre este assunto, já me sentenciei num post anterior, sendo assim nada a acrescentar.
Eu bem sei que a Eurovisão já não vive os gloriosos dias do passado. Passado esse que também vivi, ainda pequena. Quando, ainda em casa dos meus pais, todos se sentavam no sofá e ninguém perdia pitada do programa do ano. Ver a Eurovisão da Canção é coisa de broncos, bregas, azeiteiros, azeitolas e mais outras tantas coisas. É foleiro, piroso, de mau gosto e tudo e tudo. Pois bem, eu talvez seja isso tudo. Mas, essencialmente e como já referi por aqui, sou do povo. Nada a fazer... E mesmo se todos os anos me arrependo de ter visto - porque as músicas são fracas, porque as pontuações são de rir, porque todos os anos mudam as músicas mas não muda a maioria dos votos atribuídos por cada país aos seus vizinhos mais próximos, por tudo e mais alguma coisa - não consigo passar a noite da Eurovisão da Canção sem ver a Eurovisão da Canção. Parece que volto a ser a criancinha que, sentada no meio da avó e da irmã mais velha, sonha com tantos nomes de países, com tantas paisagens a desfilarem no ecrã, com tanta cor, tanto vestido bonito (isso era há uns 25 anos atrás, sublinho), tanta canção em tanta língua diferente que não se entende, mas que se imagina, pelo andamento da música, a história que conta.

Mas não é que, este ano, até vi sem qualquer custo e, pasmem-se, até gostei. Tirando as músicas para pré-adolescentes, uma ou outra aprendiz de Céline Dion, um ou outro sósia do Ken, uns extra-terrestres gays em versão dupla (mas com uns rabos de fazer inveja a muita gaja) e aquelas músicas que não são nem carne nem peixe (as chamadas músicas de elevador), foram várias as  músicas que ouvi sem esforço.

Gostei porque me senti na discoteca (com a vantagem de não levar com o fumo e o cheiro a cigarro, os encontrões e a falta de ar) ao ouvir países como a Irlanda, a Ucrânia, a Noruega, o Chipre, a França, a Grécia, Malta e outras que já me esqueci. Larguei o sofá e fartei-me de dançar, exibindo-me em cima da mesita que está à frente da televisão. Pela primeira vez, desde há muitos anos, até ganhou a minha música preferida: a da Suécia, "Euphoria" de Loreen. Gostei da música, é um facto. Mas não posso deixar de falar da coreografia da moça sueca. Aquilo era uma mistura de ioga, com body balance, karaté e uma espécie de ataque de epilepsia à mistura. Acreditem, fiquei preocupada com a rapariga...



Eu bem queria colocar aqui o vídeo da vencedora, mas também é uma das inúmeras coisas que ainda não consigo fazer por aqui. Fica o link da música:

sábado, 26 de maio de 2012

Como esperar optimisticamente por o que quer que seja ou é por estas e por outras que não volto a comprar gelado

Pois que me desgracei de novo. Ainda me tinha sobrado farinha desde a outra vez (ficava bem, agora, conseguir fazer uma espécie de link a incidir sobre as palavras sublinhadas e a remeter para o post de terça-feira, dia 8 de Maio de 2012. Mas, vergonhosamente, ainda não é desta). Também tinham sobrado ovos, açúcar e leite. A culpa não é minha, portanto. O descalabro total chega quando, por mero acaso, abro o congelador e descubro que também por lá tenho gelado.
Pois que enfardei à grande e à francesa. Uma pratada de crepes com gelado e os espectáculos de 2005 e 2008 do Gad Elmaleh foram remédio santo, de facto. Deu para esperar optimisticamente, e até com boas gargalhadas à mistura, pelo final do dia 25.

Nota: era fixe contar o número de vezes que já disse a palavra "portanto" esta semana. Acho que dava uma estatística porreira e bonita de se ver.






Nota 2: a imagem da vaca é metafórica. Ou seja, senti-me, depois do enfartanço, como se fosse uma bela de uma vache qui rit, bem cheinha e fartinha de se rir. Diria até bem inchada, vá. Mas, graças a todos os santinhos e para não dar azo a comparações distorcidas e interpretações maldosas lançadas para a caixa de comentários, devo acrescentar que não sou de engordar. Dizem que é da ruindade. E eu não desgosto da ideia.

Ainda sobre a TRETOLOGIA de ontem

Pois que esperei optimisticamente (com ajudas, confesso. Mas este pormenor fica para outro post) as 8 horas. E... nada. A "recompensa" da minha coragem acabou, no entanto, por chegar. À 1h06'. Já no dia 26, portanto.
E, só para compor a coisa e não falar mais nisso, ontem não dei o primeiro passo. Já o tinha dado antes e não tinha obtido qualquer resposta. Ontem, dei o 2º e até - vejam bem - o 3º. Estou deveras cansada. E o cansaço é tramado. Mesmo tendo  tido resposta, duvido conseguir dar, nos próximos meses, mais um passo que seja.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

TRETOLOGIA do dia #3

Hoje, diz que é assim:




Pois, muito bem. Eu, miúda corajosa, agi. Agi até antes de ler esta coisa. Dei o primeiro passo e tudo. Ou seja, fiz - tintim por tintim e de forma espontânea - tudo o que a especialista sugeriu.
O resultado esse, e por agora, não foi muito famoso. Mas ainda faltam mais de 8 horas para este "belo" dia findar, certo? Para além de corajosa, vou também ser optimista durante as próximas 8 horas.
E esta do optimismo é um extra só meu, nada tem a ver com o meu signo nem com outra porra qualquer. Palmas para mim! Ou não. O que acham?

Nota: Bem, aquela cena da "experiência de vida" e da "confiança em si mesma", nem me dei ao trabalho de mencionar/comentar. Que grandessíssima treta!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tarda mas não falha

e ainda bem.
Foi, finalmente, feita justiça no caso da pequena Esmeralda.
Sempre estive do lado do pai biológico. Nunca entendi como a maioria (incluindo as pessoas à minha volta) conseguia estar contra ele. Parece-me que nem todos conheciam efectivamente os factos. É sempre mais fácil ir pelo caminho mais simples, concordar com o que parece ser do senso comum ou politicamente correcto.
O primeiro aspecto que me fez uma tremenda confusão, em relação aos ditos "pais adoptivos", foi a mudança de nome. Alteraram o nome de Esmeralda para Ana Filipa. Uma criança não é um objecto, não é um brinquedo. É uma pessoa, com uma identidade e com um passado.
Metia-me ainda mais confusão o argumento (desculpa esfarrapada) do Superior Interesse da Criança, no apoio àquelas pessoas. Todas as suas atitudes e acções demonstraram perfeitamente que se estavam a marimbar para o interesse da criança. Era flagrante o sentido de posse, a teimosia estúpida e a Superior Vontade dos Adultos.
E, por favor, não me venham falar em "pais afectivos". Sou capaz de ficar com urticária. O pai biológico só não lhe deu afecto primeiro porque foi lhe negado esse direito durante anos a fio. Seis, se não me engano...


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Recibos Verdes

Já não posso (nem quero, diga-se de passagem) mais ouvir falar deles.
Até digo mais, mordo toda e qualquer alma inconsciente e/ou audaciosamente destemida que me faça tal afronta.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Se desse para voltar atrás...

Ontem à noite, regresso a casa, depois de um café com um amigo recente. Penso: E se desse para voltar atrás...?
Eu já tinha escrito, até antes de acontecer, um post - duas linhas bastaram - sobre este encontro. Post que ficará esquecido na lista dos rascunhos, caso o orgulho fale mais alto e o silêncio saia vencedor. Escrevi aquele post como se, por tê-lo escrito, aquelas palavras alinhadas no ecrã do computador pudessem, efectivamente, ganhar forma. Como se aquelas duas linhas fossem, simplesmente e por magia, acontecer ontem à noite.
E, por acaso, foram acontecendo mesmo, entre sorrisos rasgados e gargalhadas contidas. Mas, depois, houve palavras que não foram ditas. Outras, precipitadamente interpretadas. Outras, ainda, mal entendidas. Tanta palavra acabou por dar lugar ao silêncio. Não  aquele silêncio cúmplice e naturalmente bem-vindo em qualquer conversa de horas. Um outro silêncio - bem mais  pesado e constrangedor - entre quem disse o que (não) devia e quem não gostou de ouvir.
Se desse para voltar atrás, talvez dissesse tudo igual. Ou, talvez, acrescentasse o que mereceria ser acrescentado, mesmo já não fazendo, naquele momento, grande sentido.
Se desse para voltar atrás, talvez não houvesse café. Porque, ontem, talvez não fosse um bom dia. Porque as amizades recentes são frágeis. Porque as amizades frescas precisam amadurecer. Porque uma amizade nascente tem de entender e aceitar que nem sempre é fácil crescer e se fortalecer. 

Pobre e mal-amanhada

Vê-se que esta casa é pobrezinha quando não mostra nem um vestidinho dos globos de ouro.
Aqui a dona do casebre fica clara e compreensivelmente acanhada ao ver tão boas, construtivas e úteis críticas em outras nobres casas por esta blogosfera fora.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

TRETOLOGIA do dia #2


Bem, se a senhora - especialista no assunto - o diz, deve ser mesmo assim. Até já me sinto melhor e tudo. Qual vida de merda qual quê. Eu estou a crescer, assim é que é!

No mínimo, perturbador...

11h13´ - entrada do senhor da zon.
13h02´ - saída do senhor da zon.

Não, o senhor da zon não esteve quase 2 horas em minha casa por eu ser uma miúda hospitaleira. Confirmo, não lhe tinha preparado nenhum chazinho, acompanhado por um pratinho de biscoitos de canela, para socializarmos um pouco.
O senhor da zon começou por se enganar na box. Trouxe-me uma IRIS e eu não tinha pedido nada disso. O senhor da zon teve de ir buscar outra box sei lá onde. Voltou e trouxe a box certa. Mas, segundo ele, não havia retorno do sinal. Desviou, a custo, o móvel imponente que aloja a televisão. Desmontou a ficha. Ainda segundo ele, a malvada é que era a culpada. Cortou lá uns fios, encaixou outros e voltou a colocar a tomada direitinho. Já tinha internet, mas a box não estava a querer funcionar. A marota tinha alguma deficiência. Toca de ligar a um amiguinho para lhe trazer outra, se possível, sem problema de fabrico. Afinal, era mesmo da box. A nova funciona direitinho. Mas, mesmo assim, não dá para aceder ao videoclube ou o raio que o parta. Toca de ligar para mais alguém para tentar resolver a coisa. Pensando melhor, o videoclube fica para outro dia que já é mais do que hora de ir comer a bucha.

E, agora, perguntam vocês: É "só" por isto que a moça ficou atrofiadinha do cérebro? Não, não é por isso. Não sou assim tão fraquinha, muito menos impaciente. É que o senhor da zon esteve quase 2 horas em minha casa, como já disse. Mais de 2/3 desse tempo, esteve de joelhos, rabo virado para mim, ficando eu com visão directa de, pelo menos, metade do rego do mesmo. Isto sim, deixou-me um tico perturbada.

domingo, 20 de maio de 2012

Há com cada maluca!

A moda da racha até às cuecas (quando as há). Até que sou uma miúda modernaça, mas ainda não me habituei a esta indescritível (porque, hoje, não me apetece ser mazinha) tendência.

sábado, 19 de maio de 2012

O MELHOR...

da imitação tragi-comicamente rasca dos Ídolos pela RTP:

o penteado da Maria Antónia*. Um belo de um elástico agarrado à testa, com as orelhas a saírem descaradamente do cabelito lambido. Um must!


* Para quem não saiba de quem se trata, a moça diz chamar-se Mia Rose.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

TRETOLOGIA do dia

Esta, é do dia de ontem:


Pela lógica brilhante do Sr. P. Raskin, também desperdiçará o de depois de amanhã a lamentar o de amanhã. É sempre uma coisa óptima de se saber, sim senhora.
Agora, a resposta à pergunta de hoje (ou melhor, de ontem) é: não. So what?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Podia ter trazido um Haruki Murakami, mas sou uma criança

Ontem, fui à Bertrand. Podia ter comprado o último Haruki Murakami, porque é o que está na berra. Podia ter trazido o último Nicolas Sparks, porque livros lamechas dão sempre jeito para voltar a oferecer a alguém pelo natal. Mas foi o do José Jorge Letria que, ontem, chamou a minha atenção. Dizia, na contracapa, que é um livro para crianças. A vendedora também deve ter opinião semelhante. Começou a retirar o preço antes mesmo de me perguntar se era para oferecer. Quando perguntou, nem esperou pela resposta. Embrulhou o livro direitinho, com mochos de várias formas e feitios.
Podia ter comprado o último Haruki Murakami e trouxe o José Jorge Letria, porque eu sou uma criança. Porque fiquei deslumbrada com as ilustrações. Porque deu gosto folheá-lo, ler um verso e outro e outros mais. Porque, através de frases simples senti mais do que sentiria com páginas cheias de palavras caras. Porque sorri, fechei os olhos e sonhei.
Porque, o último Haruki Murakami, posso pedi-lo emprestado a um qualquer amigo que goste de comprar o que está na berra.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eu sou frigideira*

A minha avó, que era mais que uma mãe para mim, dizia que quando nasce uma panela, nasce sempre um testo para ela. Eu costumava responder-lhe que, para mim, não tinha nascido nenhum testo. Simplesmente, porque eu não era uma panela. Era, sim, uma frigideira (para ela entender a coisa, tinha de dizer “certã”). A minha avó ria. Achava-me tonta ou demasiado nova para entender estas coisas.

Pois que já passei dos trinta e ainda me sinto frigideira. E, pensando bem, sempre me senti assim. E duvido que, algum dia, esta treta mude.


Era mesmo só isto. Hoje, apeteceu-me verbalizar a coisa. Eu sou, definitiva e indiscutivelmente, frigideira.



* Pode ser uma Tefal. Desde sempre, ouço a minha mãe dizer que são as melhores.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O mundo está perdido #1


Sexta-feira, Queima de Coimbra. Não só tive de levar com uns quantos bêbados pelo recinto fora - mas isso já é da praxe - como também tive de levar com eles em cima do palco. Haja paciência, meus senhores, haja paciência! E outras coisas mais...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Já não dá mais para fingir que a nossa vida é cor de rosa quando #3



consideramos a hipótese, mesmo que por míseros segundos, de ligar para o programa da Maya.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Subestimo-me, sem razão aparente, quando...

acho que não entendo nada disto. Eu não entendo quase nada disto. Mas já consegui colocar, no canto superior esquerdo direito desta página, o meu único seguidor. E, tudo isto, sozinha. Atrever-me-ia, até, a dizer que mereço palmas. Ou talvez não, que isto do entusiasmo excessivo pode ser tramado.

Ao Pedro b, o meu 1º seguidor (involuntário?)

Eu não entendo nada desta porra. Mas isso, as poucas pessoas que por aqui passam, já devem estar fartas de saber.
Pois que hoje, chego aqui e no meio de tanta informação - ele é números, palavras caras, gráficos, mapas com países pintado em vários tons de verde, camemberts e mais umas tantas coisas - deparo-me com a informação de que tenho um seguidor. Carrego na palavra encantada e aparece-me um nome, pedro b. E, a seguir, o nome de um blogue, the charged void.
Já muito se dissertou sobre a curiosidade em geral e sobre a feminina em particular. Não soará estranho, portanto, eu dizer que tive de ir dar uma olhadela. Pois claro está! Ainda li muito pouco, mas deu para perceber, com a leitura de um post, que o pedro b tem 31 anos, é do Norte e estuda em Coimbra. Deixou de acreditar no amor e nas pessoas, diz ele. Dito isto, parece-me - mesmo com a profunda ingenuidade nesta coisa dos blogues que tão bem me caracteriza - que não seja um vírus, nem um robô. Até temos a cidade de Coimbra em comum. Ele há com cada coincidência!

Agora a minha pergunta. E vou fazê-la directamente a ti, pedro b: como chegaste aqui? Será que, nesse dia de pouca sorte, carregaste, por engano, em alguma cena e passaste, involuntariamente, a ser seguidor desta porra? Agradeço, desde já, uma possível resposta tua. Caso não seja demasiado maçador fazê-lo, claro.


Esclarecimento importantíssimo (que eu queria escrever em pequenino, mas, infelizmente, ainda não percebi como se diminui a letra): eu não vou chatear os meus próximos seguidores - caso eles algum dia apareçam - com este tipo de pergunta. Só o estou a fazer porque é o primeiro. Calhou-te a ti, pedro b. Sinto muito, acredita.

Dúvida existencial (também para ler como se fosse escrito em letra pequenina): espera lá, mas se efectivamente eu tenho um seguidor, por que raio ele não aparece do lado esquerdo direito da minha página, como já vi em tantos outros blogues? Espera lá, será que eu estou a entender mal a cena? Estou oficialmente confusa. Sejas meu seguidor ou não, tu existes, pedro b. Diz qualquer coisa. Ou outra alma caridosa, com uns minutos a perder por aqui, que me esclareça. Desde já, muito agradecida, sim?

Nota (sim, queria em letras pequenas): li mais um pouco do blogue do pedro b. Afinal todas as informações eram falsas. Parece-me que não é do Norte, que não tem 31 anos e que não estuda em Coimbra. Fiquei decepcionada, confesso.

Já não dá mais para fingir que a nossa vida é cor de rosa quando #2


o sol regressou em força e não deixamos de estar fartos do mundo* por causa disso.


* Sou capaz de ter hiperbolado** um pouco a coisa, vá.
** derivado criativo de hipérbole, caso não seja assim tão óbvio.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Já não dá mais para fingir que a nossa vida é cor de rosa quando #1



os nossos posts dos últimos dias são dedicados a comida. Mais especificamente a doces.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

É por estas e por outras... #1


que vou deixar de ter farinha em casa. E ovos. E leite. E açúcar.



Hoje, semi-sonâmbula, semi-desesperada, misturei os ingredientes proibidos numa tigela das grandes.
Depois, quase sem dar por ela e aos poucos, fui deitando a mistela numa frigideira antiaderente.
Agora, já mais em mim, tenho um prato cheio de crepes à minha frente.
Vou ter de os comer todinhos, pois claro.
E, não, não tenho culpa alguma de também ter encontrado, num dos armários da cozinha, Nutella e doce de abrunhos.

domingo, 6 de maio de 2012

A minha primeira Oração do domingo



Ó Gula má, eu não mereço que me apoquente, mas concedei-me um macaron e eu serei salva. Amém.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Eu e Ele # 1 ou do Romantismo ao Pragmatismo

Outrora

Eu (zangada ou aborrecida ou cansada) - Ai eu...
Ele (em admiração) - Ai tu que és linda e maravilhosa e que eu te adoro!

Agora

Eu (zangada ou aborrecida ou cansada) - Ai eu...
Ele (impaciente) - Ai tu o quê?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Paleio Doce

O Jerónimo Martins, mãos largas que só ele, ofereceu*. Ofereceu, ontem, 50% de desconto aos clientes que levassem mais de 100 euros de compras. Até recebi um sms de algumas amigas com o mesmo paleio adocicado a informar-me da boa nova.
Eu, aqui me confesso, não fui ao Pingo Doce ontem. Filas e filas de gente histérica, aos gritos e capaz de tudo para roubar o lugar de outra qualquer pessoa igualmente histérica e aos gritos. A senhora que tenta surrupear ao vizinho o último pacote de arroz que resta num monte de prateleiras vazias. Maus cheiros para lá de suspeitos. Tudo isto, só aturei para comprar bilhetes quando os U2 passaram por Coimbra. E nem metia pacotes de arroz ao barulho. E nem foi por mim.
Eu, aqui me confesso de novo, não fui ao Pingo Doce ontem. Mas vi, confortavelmente enterrada no meu sofá, as figurinhas tristes. Metiam comédia, drama, desespero, má educação e muito mais. Até deu para aprender umas coisinhas. Não me vou alongar a esse respeito porque, em tempos de crise, quase tudo é desculpável. E eu sou uma pessoa tolerante. E eu é que fiquei a perder, tenho a despensa vazia.
Não resisto, no entanto, a transcrever aqui a forma como um jovem garboso, com o cabelo espetado e um diamante na orelha direita, caracterizou a coisa. "Ganda pouca vergonha" - disse ele. Deixou-me, arrebatadoramente, sem palavras.


* Eu bem sei que Jerónimo Martins é um grupo.