Ontem, fui à Bertrand. Podia ter comprado o último Haruki Murakami, porque é o que está na berra. Podia ter trazido o último Nicolas Sparks, porque livros lamechas dão sempre jeito para voltar a oferecer a alguém pelo natal. Mas foi o do José Jorge Letria que, ontem, chamou a minha atenção. Dizia, na contracapa, que é um livro para crianças. A vendedora também deve ter opinião semelhante. Começou a retirar o preço antes mesmo de me perguntar se era para oferecer. Quando perguntou, nem esperou pela resposta. Embrulhou o livro direitinho, com mochos de várias formas e feitios.
Podia ter comprado o último Haruki Murakami e trouxe o José Jorge Letria, porque eu sou uma criança. Porque fiquei deslumbrada com as ilustrações. Porque deu gosto folheá-lo, ler um verso e outro e outros mais. Porque, através de frases simples senti mais do que sentiria com páginas cheias de palavras caras. Porque sorri, fechei os olhos e sonhei.
Porque, o último Haruki Murakami, posso pedi-lo emprestado a um qualquer amigo que goste de comprar o que está na berra.
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