quinta-feira, 31 de maio de 2012

Quinze pontos na alma

Há 15 dias, passei pelos corredores da AAC para ir tomar café à Esplanada. Numa das paredes, deparei-me com um cartaz a publicitar a projecção do filme Quinze pontos na alma, no Auditório, dia 30, às 22h00. Encaixei logo estas informações na cabecita. Já aqui disse e não me canso de repetir, eu sou do povo. E, nesta qualidade, aproveito tudo o que é à borla. Nos últimos anos, não tenho aproveitado tanto estas iniciativas por, raramente, andar pelos lados da Universidade.
Ontem, lá fui, então, ver o dito filme. Não fiquei agradavelmente surpreendida, mas também não saí de lá arrependida. É um filme que se vê bem. O argumento em si é interessante, mas, para mim, nem sempre foi bem aproveitado. Um pouco paradito para o meu gosto, como, aliás, a maioria dos filmes portugueses. As personagens não são suficientemente aproveitadas, não apresentam grande densidade. Depois, não sou fã da actriz principal, a Rita Loureiro. Se fosse eu a escolher, preferia a Dalila Carmo ou, até, a Ana Moreira que também entram no filme, com papéis secundários (e, mais uma vez repito, subaproveitadas).


Deu, apesar de tudo, para retirar algumas réplicas interessantes. Havia mais, mas não é nada fácil tentar escrever no escurinho do cinema. Aqui vai:
O silêncio é muito mais ruidoso do que uma boa gargalhada.
A vaidade é viciante.
A ironia assenta-lhe melhor que o cabelo apanhado.
Adoro esta última afirmação. Até porque poderia muito bem ser-me dirigida. Fico mesmo horrível de cabelo apanhado...
Depois, houve um diálogo super interessante e com deixas muito certeiras, entre a Rita Loureiro e a Dalila Carmo. Acaba com a Dalila a dar uma bela de uma estalada à Rita. Gostaria de ter tomado nota, mas não deu mesmo.

Deu também para confirmar algumas realidades incontestáveis desta vida (eu sei que é só um filme, mas mesmo assim...):
  • As mulheres adúlteras têm sempre um corninho manso (como tão bem dizia a minha avó) a servir-lhe de marido.
  • A mulher que trabalha, que ama e não concebe a sua vida sem o marido e que até prepara jantares para os amigos, muito provavelmente é traída com uma das ditas amigas que não falta, por nada deste mundo, às ditas jantaradas.
  • O marido da mulher traída (o grande-filho-da-p***-fora-a-mãe-que-não-tem-culpa, portanto) não tem nem um tico de peso na consciência. Sabe perfeitamente que a mulher nunca o vai largar, mesmo descobrindo as cambalhotas extra que ele vai dando por aí.


No Auditório, informaram que haverá, no próximo mês, a projecção de mais filmes. Chamaram a minha atenção Ganhar a vida, de João Canijo e América, de João Nuno Pinto. Alguém viu? Vale a pena?

3 comentários:

  1. Pelo que tenho lido, ambos valem a pena. Mas não sou entendido em cinema nacional, e acho-o sempre sobrevalorizado pela crítica. Também não entendo a utilzação maciça de vernáculo. Mesmo neste último, o Sangue do meu sangue

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    1. Este até é bem soft nas palavras. O Sangue do meu sangue, pelos excertos que vi, não deu muita vontade de ir ver. Mesmo tendo ganho vários prémios, até lá fora. Chegaste a vê-lo, foi?

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    2. Não. Ainda não vi, mas li. Muito boa crítica. Parece que o vernáculo valoriza o filme :)

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