Pelo menos se os conhecer através do blogue.
Conheci um desses gajos, alto, há uns anos atrás. Foi através deste mundinho pequenino - mas tão fofinho - que é a blogosfera, evidentemente. Trocámos vários emails. Diariamente. Vários por dia, até. E com consistência. Nada de mails com uma ou duas perguntas e/ou afirmações. Mails longos e com conteúdo, atenção. Até aqui, tudo muito bem. Pensava ter encontrado um amigo para a vida. É que sou dessas gajas que sonha em ter um amigo homem. Chamem-lhe panca ou outra coisa qualquer ao vosso gosto. Mas eu cá - e as feministas que me desculpem - acredito que os homens são melhores amigos do que as mulheres. E ninguém me tira essa ideia da cabeça. Nem vale a pena tentarem. Teimoso és tu, ora essa.
Um amigo verdadeiro. Que não quisesse nada mais (e já é tanto) do que ser meu amigo verdadeiro. Era (e ainda é) o que eu queria (e, caso estejam a seguir o meu raciocínio, pela lógica, continuo a querer). Parecia-me que poderia vir a ser aquele. Cheguei a acreditar que já o era (boba que eu sou). Encontrámo-nos duas vezes. Bastaram duas míseras vezes para ele nunca mais querer falar comigo. Nunca mais.
A primeira vez, estivemos umas sete horas juntos. Non stop. A conversar e a comer. Já nessa altura, achei que havia coisas estranhas, que não batiam tão certo assim. Já nessa altura, ele deve ter percebido que aquela minha conversa de que sou bruta mesmo não é a brincar (não entendo por que raio as pessoas teimam em achar que estou na tanga quando digo que sou bruta. sou bruta, sim. e sincera. doa a quem doer. sou bruta, muito bruta nessa minha sinceridade).
Mesmo assim, e - que me lembre - por iniciativa dos dois, houve um novo encontro. Muito mais rápido do que o primeiro. Não sei ao certo quanto tempo demorou. Talvez uma hora ou duas. Fui mais uma vez sincera. Sincera demais?, poderá estar a questionar-se uma parte da malta ou toda, sei lá. Mas isso existe? Para mim, uma pessoa ou é sincera ou não o é. Ponto. Nunca se é sincero demais. E, quando se é sincero de menos, não se está a ser sincero de todo. Ponto final.
Cheguei a sentir-me um tico (um tico grande, diga-se de passagem) mal, confesso. Cheguei a ponderar, por breves instantes, se não deveria ter sido menos sincera. Rapidamente percebi que não. Sou assim mesmo. E, se efectivamente as pessoas forem minhas amigas, vão perceber que a minha sinceridade é a base da verdadeira amizade que tenho para lhes dar.
O segundo gajo. Alto. Pois que também foi através deste mundo virtual que o conheci. Não o posso comparar ao outro. A não ser pelo tamanho. Até porque não se pode (ou, melhor, não se deve) comparar pessoas. Uma história nada teve a ver com a outra. Trocámos mails. Não diariamente, mas com alguma regularidade.
Primeiro encontro. Certinho direitinho. O gajo mais parecia um anjinho.
Segundo encontro. Nada certinho nem direitinho. O gajo sentiu-se à vontadinha. A coisa não acabou assim tão bem.
Terceiro encontro (sim, houve um terceiro. simplesmente porque aqui a Mam'Zelle - que não é de deixar passar uma boa oportunidade de colocar as pessoas nos seus devidos lugares - queria dar-lhe nas orelhas, forte e feio). Difícil definir este terceiro encontro. Mesmo ele tendo conseguido descrevê-lo relativamente bem.
O certo é que se seguiram outros encontros. (Há gajos que gostam de sofrer.) Uns mais melodramáticos do que outros.
O certo é que os encontros continuaram a existir. Cada vez mais próximos (os encontros. não ele e eu. não que não estejamos mais próximos. mas sim por essa parte não ser da vossa conta.)
O certo é que já deixou a escova de dentes em minha casa. E, chatice das chatices, não posso propriamente dizer que foi desta que ganhei um amigo verdadeiro como há pouco o defini.
Resumindo e concluindo. Não vale a pena meterem-se comigo, gajos com mais de um metro e oitenta. Já tive/tenho a minha dose.
Agradecida.
nota: aquela parte da escova de dentes foi na reinação. não a deixou em minha casa coisíssima nenhum. pura e simplesmente porque não lhe dou confiança para isso. ainda... :p