segunda-feira, 23 de julho de 2012

O meu companheiro de viagem e outros viajantes


Eu não vou para lado nenhum que não conheça sem o meu melhor amigo de viagem, o meu GPS. A voz que me acompanha, desde que o moço me foi oferecido, é de um Eusébio. Atenção, o meu Eusébio nada tem a ver com aquele do Benfica (não gosto do senhor, nunca gostei do senhor, não é com esta idade que vou começar a gostar do senhor). Também poderia ter escolhido outras vozes, de mulheres (não me recordo o nome delas), mas gostei mais da do homem. Não me perguntem porquê. Gostei da voz do Eusébio, pronto. Aquela voz passou a ser uma voz familiar. Sentia-me segura ao ouvi-la, quase protegida. Era uma sensação boa, aquela.
Já não tirava o meu amigo de uma das gavetas do corredor há algum tempo, é verdade. E foi no sábado, pouco depois das 7 horas da manhã, já a caminho de um fim-de-semana diferente, que peguei no moço e o liguei, à espera de ouvir o Eusébio. Já tinha saudades de ouvir a voz dele, confesso. Mas tudo estava diferente. Os mapas, as cores, as indicações no ecrã. Tudo! Até a voz do meu Eusébio estava totalmente diferente. Trocaram-me aquela voz reconfortante e cúmplice por uma voz estranha e intimidante. Voz de um português acroatado. Primeiro estranhei, claro. Foram muitos anos de convivência com a voz máscula e inconfundível do meu Eusébio. Mas, depois de alguns quilómetros percorridos, comecei a achar-lhe bastante piada, confesso.
Aqui ficam algumas expressões do meu novo companheiro de viagem:
  • Volteim para trás ásim que passanvil.
  • Saieim na proximár saidem.
  • Na retundar saireim na primair à diraitá.








Na viagem de regresso a casa, passaram, por mim e pelo meu cágado, vários motards com as suas cilindradas. Mas, um pouco antes de Setúbal, também passei por outros com as suas motoretazitas. Parecia uma família, cada membro com a sua mini geleira atrás. Iam a uns 60km/h, se tanto. E eu pensei, estes já vêm de Faro, a esta velocidade, com este calor. Há quanto tempo? A isto é que se pode chamar de verdadeira paixão!


 


 

2 comentários:

  1. Isso parece mais romeno que português, será?

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    1. Pois... não sei, Vic. A mim, soou-me croata, nem sei bem porquê. Daí ter falado de um "português acroatado" :)

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