Se eu não gostar de mim, quem gostará?
Não sei quem gostará de quem. Nem quero saber. O certo é que, eu, não gosto desta máxima.
Sempre que a ouço, dá-me vontade de morder alguém. Sim, tenho esta panca. Não liguem.
É que, mesmo parecendo partir de um bom sentimento, como sendo algo positivo e do bem e do peace e até do love, não é tanto assim. Pelo menos não o é para mim que gosta sempre de analisar um tico as coisas, em vez de ir, feita ovelha (ou barca, neste caso), ao sabor da maré. É tipo aquela cena do papar, calar e ainda agradecer, sem se saber muito bem o que se comeu. Estão a ver? Para mim, não dá. Não consigo. Ler o rótulo é o segredo. Vão por mim.
Resumindo de forma breve. Não sou moça de dizer ou de concordar com algo só porque me é impingido como sendo fixe, bom, da moda, positivo, good mood, et cetera e tal. Nem mesmo sendo apresentado como o santo graal.
Resumindo de forma breve. Não sou moça de dizer ou de concordar com algo só porque me é impingido como sendo fixe, bom, da moda, positivo, good mood, et cetera e tal. Nem mesmo sendo apresentado como o santo graal.
Rebanhos? Não, muito obrigada.
Ora voltamos à frase em questão que é para isso que aqui vim hoje.
Pois bem. Quanto a mim, essa interrogaçãozeca, supostamente inocente e muito sábia, pressupõe que o gostarmos de nós é um meio. Um meio para atingir um fim maior. Sermos gostados.
Ora, na minha humilde e singela opinião, o mais importante é gostarmos de nós. Ponto. Porque sim. Ponto. Como um fim. Ponto. Só por si. Ponto. Não para conseguirmos que outrem goste de nós. Ponto final.
A máxima correcta deveria ser:
Se eu não gostar de mim, sou uma grandessíssima tonta. *
(o 'tonta' é suavezito demais, atenção. admito, sem hesitar, que o é. muito. mas é só para não colocar aqui um adjectivo mais forte que poderia abespinhar as almitas mais sensíveis.)
Pronto. Era só isso mesmo.
Quem quiser também perder dois minutitos para pensar no assunto, pois que o faça.
E se achar, depois dessa reflexão profunda, que, de livre e espontânea vontade, deixará de usar tal máxima, melhor ainda.
E está feito.
Siga.
nota: não estou aqui a levantar, de maneira alguma, a bandeira do - agora também muito na modinha - self love club. seria tema para outro post. não sei, no entanto, se terei paciência para o escrever. para resumir, não sou de modas. e acho que, sendo assim, está tudo dito.
* Se eu não gostar de mim, é pregar-me dois estalos.
(esta está melhorzita, não?)
Eu sempre vi isso de uma outra perspectiva, ou seja se eu não gostar de mim ninguém o pode fazer por mim ou seja vou andar sempre triste e miserável e a vida torna-se uma treta! Mas lendo a tua explicação é super plausível. Também podes interpretar que se não gostares de ti vais mais facilmente atrair pessoas que te tratem mal?!
ResponderEliminarMas gosto muito da tua frase e subscrevo para a alteração oficial do slogan!
A tua primeira interpretação é totalmente válida. E, nessa perspectiva, faz todo o sentido. Parece-me, no entanto, que, regra geral, não é usada com esse propósito.
EliminarA segunda interpretação que referes já é, quanto a mim, um tico extrapolação.
Mas gostaste de qual das frases? A mais soft ou a mais hardcore? ;D
"Se eu não gostar de mim, sou uma grandessíssima tonta" mas até se pode colocar um adjectivo mais agressivo que não me aborrece de todo :D
EliminarEheheh. Concordo, a escolha foi branda, mesmo.
EliminarMas, pessoalmente, ainda prefiro a outra versão. ;)
A frase é usada na perspectiva de que é mais fácil e mais natural, até porque nos conhecemos melhor, nós nos apreciarmos do que terceiros. Ninguém ama o que não conhece...
ResponderEliminarÉ um ponto de vista.
EliminarSinceramente, não me parece que a frase seja, habitualmente, usada nessa perspectiva. Mas quem sou eu... :)
Filosofia da treta.
ResponderEliminarO Cosmos inteiro - e quase que arrisco acrescentar os universos paralelos todinhos, só para a loucura - é uma treta.
EliminarEu e o resto da malta, anónimos incluídos, fazemos parte dele.
Pense nisso e fique bem.