Tu,
na cozinha. Com ela ao colo. Sentado no banco azul do Ikea que é teu,
desde quase sempre. Virado para a banca onde fica a placa de indução.
Eu,
na sala. Na ombreira da porta que dá para a cozinha. Essa mesma cozinha
onde ela se encontra, nos teus braços. A tua mão direita a segurar
desajeitadamente no biberão que lhe dás à boca.
Foi no meio deste cenário, quase improvável (não faço a mais pálida ideia da razão pela qual não estava eu a dar-lhe o leite, naquela manhã específica), que nasceu o beijo mais instintivo e, simultaneamente, mais contido que já presenciei.
Um silêncio pesado no ar, depois daquela demonstração de afecto.
Um sorriso espontâneo nos meus lábios, nascido naquele silêncio revelador.
Não podias voltar atrás, mesmo querendo.
Não querias voltar atrás, mesmo teimando em acreditar que sim.
Ficaste ligado a ela na ternura daquele gesto.
Tal e qual como já estavas ligado a mim, na vivência do nosso amor.
Para sempre.
[três de Junho de dois mil e dezasseis]
Que bonito Mam... até és lamechas :p
ResponderEliminar*.* ... quem o diz é quem o é. Olha-me esta. ;p
Eliminar<3
ResponderEliminarLamechas.
Eliminar;p