quarta-feira, 2 de maio de 2018

Até que deixe de bater por mim

- És feliz, 'Zelle?, perguntaste-me tu, enquanto a minha bochecha direita, encostada ao teu peito, sentia o viver do teu coração.

- Não sei. Nunca pensei no assunto, respondi-te.

A verdade é que não o sou, feliz.
Uma pessoa intrinsecamente realista como eu não consegue sê-lo, verdadeiramente feliz.
Consegue sentir, no entanto, a felicidade invadir-lhe o corpo e alimentar-lhe a alma em inúmeras situações.

Por exemplo, sentia-me feliz, naquele momento nosso.
O meu corpo, estendido à beira do teu no sofá da preguiça (que só activa este seu poder de me amolecer se lá estiveres comigo), sentia-se feliz quando quebraste o silêncio para me interrogar.
Senti-me ainda mais feliz ao ouvir a resposta que me deste, quando te perguntei: E tu?


Sinto-me plenamente feliz sempre que percebo que o teu coração é meu.
E os teus olhos. E as tuas mãos. E os teu lábios. E a tua língua. E o teu sexo. E a tua pele, em cada um dos seus poros.
E o teu ser. Todo ele. Por inteiro.
Incontestavelmente meu,
numa batida sem fim.



(onze de Maio de dois mil e dezasseis)

10 comentários:

  1. Parece que te consigo imaginar a enrolar o bigode e a responder com premeditada indiferença, "- Não sei. Nunca pensei no assunto...".

    E dizes Tu que nao és feliz e coisa e tal realista e bla, bla, bla,...

    Nao serás Tu muito feliz e ainda nem te deste conta disso? Quantos de nós só se apercebem da sorte que têm (saúde, amor, trabalho,...) quando as coisas correm mal?

    "Quando à noite suspiramos pelo sol. nao aproveitamos a oportunidade para apreciar a beleza da lua..."

    Vá lá, diz lá ao miúdo que o adoras, e todas aquelas coisas que escreveste e nao disseste. Atira-te para o colo dele quando chegar (aproveita enquanto és magrinha...) e sufoca-o num abraço.

    Vais ver que é bom... ;)

    PS: Já sabes,. quando precisares de te confessar, podes contar com o padreco GS ;)

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    1. “Premeditada indiferença?” – como se eu fosse dessas. Enfim.


      Eu digo o que quero e bem me apetece. Ora agora...

      Acredito que sejam perguntas retóricas. É que, se não forem, não me fazem sentido algum.

      Essas frases feitas podem ser muito bonitinhas e agradar a muita gente. Não é de todo o meu caso. Muito pelo contrário, aborrecem-me sobremaneira.

      Não vou comentar esta parte. Quanto muito, deu-me vontade de rir. Vou, no entanto, destacar um pormenor. Eu não sou de adorar ninguém. Quanto muito, adoraria a deus, caso acreditasse na sua existência.

      Deves pensar que estás a falar com uma criança de cinco anos. É que só pode. ;D

      P.s. Olha, engraçado, ao ler este teu “belo” discurso, pensei antes que fosses conselheiro sentimental. Entre um e outro (conselheiro sentimental e padre, entenda-se), venha o diabo e escolha. Que eu cá não quero saber de nenhum deles.

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  2. A verdade é que ele não estava a perguntar se és feliz no geral :) ~
    Só queria saber se te sentias feliz com ele.
    Beijo no coração*

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    1. Sei disso, The Coacher. Mas eu sou assim mesmo. Não gosto de ir pelo caminho mais fácil. ;)
      E acabou por saber. Desta forma. [Sim, a pessoa em questão frequentava o blogue na altura e este texto foi publicado por umas horas, especialmente para ele o poder ler.]
      Beijo gordo!

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  3. Estou sempre a pergunta ao meu moço a mesma coisa.
    E ele a mim.
    Felicidade de ser dele e ele meu :)
    Fez.me também sentido este teu texto, obrigada por o teres partilhado <3

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    1. Obrigada, tu. Por voltares, mesmo que lentamente, a dares a tua opinião por aqui, ó fã-mais-fofa. ;D

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