Nunca escrevi um post com um título destes porque, para mim, não fazia sentido. Nada me surpreendeu por aí além. Nada me fez grande confusão. Nada foi assim tão diferente do que imaginava, pelo menos até agora, nesta nova experiência que tem sido ser mãe. Essa é que é a verdade. Diz que tem a ver com a minha insensibilidade. Pois que seja.
Há, no entanto, um aspecto que me apanhou desprevenida. E não, não foi esse sentimento dito avassalador que, como costumo ouvir/ler, se apodera de nós sem aviso prévio. Não, não foi o amor que sinto pela minha filha que me trocou as voltas. Antes de a ter, desconhecia tal sentimento, não o nego. Mas já desconfiava que iria ser assim. Aliás, tinha a certeza absoluta que só poderia ser assim.
O que me trocou as voltas todas foi o facto de a Bolachita, de repente, recusar a mama.
Um dia, que se previa igual a tantos outros, mamou de manhã e à noite, mas já não quis a mama ao início da tarde. Estranhei um tico, tendo em conta que, desde que nasceu, nunca tive problemas neste aspecto. [A Bolachita estava sempre disposta para mamar (até demais). Mesmo estando de barriga cheia, se visse a mama, não descansava enquanto não a pusesse a mamar de novo. E só acabava por desistir quando lhe vinham os vómitos.]
No dia seguinte, já só a quis à noite.
E, a partir daí, passou a recusá-la por completo. Só mesmo a dormir é que a coisa vai. Aí, agarra a mama como sempre fez desde que nasceu e não a quer largar por nada. Quando lha tiro, vai atrás dela, com a boquita aberta e não descansa enquanto não lhe estendo a outra. E, quando lhe tiro a outra, tenho de encostar a cabecita dela ao meu ombro, embalá-la e sussurrar-lhe uns quantos shhhhhhh. Isto, durante uns bons minutos, para que volte a sossegar. Tal e qual como antes.
Não estava preparada para esta mudança, confesso. Para mim, a haver recusa ou dificuldade em mamar, seria nos primeiros dias de vida. Nunca tinha ouvido falar em bebés que deixam de querer a mama aos onze meses de idade. Fala-se muito, isso sim, da dificuldade em retirar a mama a crianças que sempre mamaram. E era para este tipo de cenário que estava mentalizada e a tentar preparar-me.
Agora é ver se ela se habitua a mamar por um biberão. Nunca viu tal coisa. É esperar que aceite bem o leite adaptado. Nunca provou nada disso. É, finalmente, ter as minhas mamas de volta. Nunca pensei ser agora. Mas até que não desgosto da ideia.
o seu a seu dono.Na vida o que é nosso volta a nós...
ResponderEliminarPois, parece que sim :)
EliminarEntão isto é maneira de falar de Mama? Uma Mama aqui, uma Mama ali, atiro a Mama para acolá, estendo a Mama para ali. Não há respeito pela Mama. Vê-se mesmo que nasceste com duas e andas com elas todos os dias. Para os menos afortunados, para quem nasceu sem Mamas e passou os primeiros 15 ou 16 anos de vida sem qualquer contacto com elas, falar de Mamas requer mais respeito. Podias ao menos escrever Mamas com maiuscula, é o mínimo que se exige quando se fala de entidades supremas.
ResponderEliminarP.S. Numa coisa estamos de acordo, também fico perplexo quando alguém recusa uma Mama.
- Rui Roque -
Claro que há respeito, Roque. Agora não vou chamar bugalhos aos alhos. Se o assunto é este mesmo, pois que tenho de o referir, ué. Preferias que dissesse peitinho, seio , busto ou o raio, quando é de mama que, efectivamente, se trata? Vê-se logo que ainda não estiveste 'grávido', caso contrário acharias do mais natural que há usar este termo ;)
EliminarP.S. Ahahahahah, só tu, Roque…
Piegas irritante como sou, se a minha piolha rejeitar as minhas mamocas é caso para verter umas quantas lágrimas. Expecialmente porque me parece que quando elas não tiverem leite, em vez de mamas, vou ter duas bolachas Maria moles
ResponderEliminarMas depois vou comer e beber tudo aquilo de que tenho saudades e de que me tenho privado. *.* Muahahahah.
É pá, ainda estou para perceber como é que uma piegas dada a pinderiquices engraçou aqui com o casebre da Mam’Zelle. Mas acho tão fixe ;) Olha, afinal a Bolachita já quer a mama outra vez. Uma mimada chata, é o que é… :p
EliminarAhahahahah! Bem, do melhor que há, essa tua metáfora inspirada :D
A sério? Ainda te privas de comer alguma coisa? Beber, até entendo, deves estar-te a referir a bebidas alcoólicas/café de máquina. Agora, comer? Eu, desde que a Bolachita nasceu, como de tudo, mesmo amamentando… Mas foi seguramente o que mais me custou (melhor dizendo, a única coisa que me custou), durante a gravidez: não poder comer tudo a que tenho direito!
Não sei bem explicar o porquê. Mas que gosto disto, lá isso gosto. :)
EliminarEu não como chocolate, feijão, grão e couves porque faz cólicas. ( Será que faz? Não tenho a certeza, nunca experimentei. Mas até tenho medo de experimentar.)
Aí o café... As saudades que tenho dele... Ah, e marisco... Ninguem me disse que não podia...mas tenho medo de comer algo estragado. :s
Para além de pindérica e piegas, ainda me estou a tornar palerma. Será?
Costuma-se dizer (enfim, eu é que digo) que o que não tem explicação é também o que, no fundo, faz mais sentido. ;)
EliminarOlha, eu não te posso garantir que são tretas. Quem sou eu. O certo é que também me disseram isso quando nasceu a Bolachita. Segui à risca um mesito, se tanto. Tentei pesquisar. Não há estudo nenhum que garanta essa ligação entre cólicas do bebé e aquilo que a mãe come. Por isso, a partir daí, comecei a comer de tudo, sem stress. E não acredito que a Bolachita tenha tido mais cólicas à conta disso.
Marisco? Isso pode ser perigoso só mesmo durante a gravidez. Agora, depois disso, se o marisco estiver estragado, pode é fazer-te mal a ti, mas não afecta o leite.
O que me disseram e que tem a sua lógica é que o bebé pode rejeitar a mama se tiveres comido algum ingrediente que dê um sabor estranho ao leite e a criança não goste. Deram-me o exemplo da cebola. Mas eu sempre comi cebola, durante e logo a seguir à gravidez, por isso mesmo a Bolachita nunca estranhou o dito sabor.
Palerma? Por continuares a não comer determinadas coisas? Claro que não. Estás com receio, o que é perfeitamente natural.