Durou exactamente sete dias. Uma semanita - numa espécie de grito de emancipação - foi quanto bastou. Parece que não se deu bem com esse desejo de autonomia. A Bolachita, assim de repente, voltou a procurar a mama. Lá estava ela, de boquita aberta, olhos fixos no meu peito e respiração acelerada. Assim, do nada. Como se a semana que tinha acabado nunca tinha existido. Como se não me tivesse desafiado a paciência, dia após dia, teimando em não beber aquela mistela de água fervida com leite em pó (ou o que raio aquilo é). Ele foi com o biberão. A miss não queria. Ele foi com o copo da girafa Sophie. Lá abria a boca, bebia um gole. Depois, percebia que não era água e lá tínhamos o caldo entornado. Pois que a miss não queria mais. Ele foi uma, ele foi duas, ele foi três. Ele foi uma catrefada de tentativas. Todas falhadas.
Tanta chatice para quê?
Nada.
É verdade. Lá voltamos alegremente às origens, o leite materno, como se nada fosse.
O problema agora é outro. Parece que a miúda quer recuperar o tempo perdido. Melhor dizendo, quer cobrar o leite não bebido. Consegue ficar, no máximo dos máximos, duas horitas sem começar a choramingar. Depois, a cena é sempre a mesma. Agarra-se às minhas pernas, a pedir colo e, logo que se apanhe nos meus braços, esfrega a cabecita no meu peito. Para não variar, de boca aberta. E se vir que não estou para aí virada, passa do choramingar para o berrar até perder o fôlego. Grita como se não houvesse amanhã, o raio da bolachita. E, se é cansativo tentar que uma bebé (teimosa que só ela) beba leite adaptado quando não está para aí virada, é extenuante tentar fazer com que entenda que não sou um distribuidor ambulante de leitinho, disponível a qualquer momento do dia.
Ainda não é desta que as mamas voltam a ser minhas.
Tanta chatice para quê?
Nada.
É verdade. Lá voltamos alegremente às origens, o leite materno, como se nada fosse.
O problema agora é outro. Parece que a miúda quer recuperar o tempo perdido. Melhor dizendo, quer cobrar o leite não bebido. Consegue ficar, no máximo dos máximos, duas horitas sem começar a choramingar. Depois, a cena é sempre a mesma. Agarra-se às minhas pernas, a pedir colo e, logo que se apanhe nos meus braços, esfrega a cabecita no meu peito. Para não variar, de boca aberta. E se vir que não estou para aí virada, passa do choramingar para o berrar até perder o fôlego. Grita como se não houvesse amanhã, o raio da bolachita. E, se é cansativo tentar que uma bebé (teimosa que só ela) beba leite adaptado quando não está para aí virada, é extenuante tentar fazer com que entenda que não sou um distribuidor ambulante de leitinho, disponível a qualquer momento do dia.
Ainda não é desta que as mamas voltam a ser minhas.
nota: Roque, tentei usar aquela palavra única e exclusivamente quando achei ser estritamente necessário. Espero que tenhas consciência do meu esforço.
A Bolachita queria viver novas experiencias, queria provar outros sabores... Assim percebeu o que realmente gostava. Nós temos que experimentar várias coisas para percebermos o que gostamos mais. :)
ResponderEliminarOlha que não é nada mal pensado, Dé. Estou para ver se, daqui a alguns dias, não se lembra de querer viver novas experiências outra vez... ;)
EliminarEnfim, só espero que não reclame a mama até se tornar numa mulher independente. Aí é que estava bem tramada da minha vida ;p
"boquita aberta, olhos fixos no meu peito e respiração acelerada"... isto traz-me tantas lembranças. Passei toda a minha adolescência neste estado. Ainda hoje tenho algumas recaídas, mérito da cara metade que me mantém fixado no objectivo :)
ResponderEliminarQuanto ao não ser desta que tens as tuas Mamas de volta, espero que tenhas consciência que as tuas Mamas já não te pertencem. Nunca mais. Uma vez tirando a Mama para fora e sujeitando-a à apreciação alheia, essa Mama jamais voltará ao seu legítimo dono. Seja como sustento ou prazer, as tuas Mamas assumiram oficialmente uma identidade própria. E quem se relacionar directamente com elas conseguirá perfeitamente dissociá-las da pessoa que as transporta. Cá em casa, por exemplo, somos 6, eu, a cara metade, dois gatos e um par de Mamas. Todos temos nomes próprios e personalidades distintas. Felizmente damo-nos todos bem e ninguém tem ciumes de ninguém (sim... há casos de mulheres que têm ciumes da relação que os seus parceiros têm com as suas Mamas).
P.S. Apreciei o esforço de não usar a palavra Mama em vão.
- Rui Roque -
Identidade própria?... Já não me pertencem?... Pois que não tinha consciência nenhuma disso, Roque. Mesmo. Aliás, não concordo contigo, mas isso é outra história ;p
EliminarEm relação aos nomes próprios, por acaso, já te entendo. As minhas também foram baptizadas, em tempos ;)
Com essa dos ciúmes é que me tramaste. É que não acredito nem um tico nessa conversa. Por mais estranhas que algumas mulheres possam ser, que o são, não acredito. Não pode...
(usas o termo "cara metade" - és um fofo, não restam dúvidas. beurk! ;p)
P.S. Aprecio pessoas que dão valor aos meus esforços.
Ainda não foi desta! Mas nunca vi ninguém chegar aos 20 anos a mamar nas mamas da mãe, um dia as mamas voltarão a ser tuas :P
ResponderEliminarAté lá... aproveita! ;)
Nunca viste porque não o fazem em plena luz do dia, em plena via pública. Sei lá eu o que vai dentro das quatro paredes de cada um… ;p
EliminarAproveita? Pois… pois… goza enquanto podes... :p