Andei muito tempo à procura de casa. Durante meses e meses (a bem dizer, passou mais de um ano) percorri Coimbra com vários agentes imobiliários. Fiquei a conhecer ruas por onde nunca tinha passado. Fiquei perita em áreas, exposições solares e outras coisas mais.
Foi muito difícil encontrar uma casa que correspondesse ao que eu queria. Foi muito difícil entrar num espaço e sentir que poderia ser o meu futuro lar. Pensei, por várias vezes, que não seria possível chegar lá. Mas, um belo dia (pensando melhor, talvez não fosse tão belo assim), apresentaram-me aquela casa. E, antes mesmo de entrar, gostei dela. Gostei daquelas paredes, daquela fachada antiga, dos seus pormenores. Entrei e confirmei o que, para mim, já era óbvio. Era aquela casa mesmo que eu queria. Tanto a quis que hoje é minha.
Havia muito para mudar, na minha casa. Era antiga. Estava maltratada. Mas tinha um charme inconfundível. Começaram-se as obras. Entusiasmada, fui escolhendo os materiais que a iriam tornar efectivamente minha. E o tempo foi passando. E as obras iam estagnando. E as desculpas foram surgindo. E eu fui aguentando e acreditando na palavra de quem não merece o chão que pisa. Fui mantendo a calma porque aquilo era o início de uma nova vida. Fui adiando o inevitável porque queria acreditar que a Bolachita dormiria no seu quarto novo antes de completar o meio ano de vida.
Mas um dia não deu mais. Um dia tive de dizer basta. E o pior não é ter investido dinheiro no vazio de um empreiteiro sem escrúpulos. O pior não é a Bolachita ainda ter de dormir num quarto que não é o dela. O pior não é ter sido roubada e ter a casa num estado lastimável. O pior também não se fica por todos os problemas que surgiram depois disso e que não têm resolução à vista (e acreditem que esta parte está a ser do mais lixada que pode haver).
O pior de tudo é já não conseguir entrar naquela casa. O pior é o entusiasmo se ter transformado, a pouco e pouco, num misto de cansaço incomensurável e desilusão profunda. O pior é já não conseguir ver à frente aquele sítio que imaginei como sendo o lar perfeito para mim.
O pior é, antes mesmo de poder ir para lá viver, já não sentir aquela casa como sendo minha.
Não penses assim, estás cansada, só isso.
ResponderEliminarQuando as obras (finalmente) terminarem, começas a pensar na decoração da casa, ou então até podes começar já a fazê-lo, porque decorar uma casa não é de um dia para o outro, o tempo vai passando e as obras (na sua languidez) lá terminarão... e nesse dia já sabes onde ir buscar tudo para transformar uma casa num lar...
Estás cansada, só isso... descansa. :)
IF
'só isso'? Era bom, era...
EliminarComo expliquei, os problemas deixaram de se resumir à conclusão das obras mesmo se esta parte já é, por si só, bastante difícil de se resolver...
Mas muito obrigada pelo apoio :)
Quando tudo passar, quando a poeira acalmar (há uma música assim, não há? Eu acho que há), vais ver que sim...
EliminarBeijinhos grandes.
IF
É pá, eu só conheço uma música que é 'quando a chuva passar/quando o tempo abrir', mas eu não sou dona da verdade... ;p
EliminarObrigada, I.
Beijinhos gordos!
Mam'Zelle
ResponderEliminarPára! Ouve o que te digo: pára. Senta-te no teu sofá encarnado, ajeita o teu pelo-na-venta e come um bolinho, daqueles que se agarram aos dentes. Come três ou quatro. Mas nao abuses sua lambona.
Sao tudo fases. Estás desmoralizada com o teu "quatro paredes" por causa das imbessilidades dos outros!
Quando o fim finalmente chegar, vai ser um regalo.
Quantos salpicos de chocolate irás pulvurizar na cozinha verde menta, hummmm? Já estás a imaginär, o fumegar dos bolos a inundarem os Zeus sentidos!?!?!
A bolachita na sua cadeira laranja quatro estrelas e meia estilo vintage a degustar um belo piteu, no contraste com as cores que tao bem planeaste.
A mesma, a bolachita a construir sonhos no seu reino de arco-iris.
E tu Mam'Zele a respirares no teu e só TEU lar-doce-lar.
- escrevi o teu nome sem copiar. Se tiver errado, azaritos eheheheh
- desconhecia por completo que vivias em Coimbra. Sempre te associei ao minho. Nao perguntes o porquê!
- mas q fotos sao aquelas, ali em cima, hummm???? De dedo no nariz!?!?! Lingua de fora!?!?!? Que menina provocadora
Parei. Ouvi tudinho que disseste (não me sentei no sofá vermelho, mas só porque não dava jeito para continuar a ler o teu comentário). Vou comer já a seguir. Não é bolo mas pão. Também consigo arranjar daquele que se agarra aos dentes, uma delícia com um tico de manteiga. (abuso pois!)
EliminarO fim não está tão perto de chegar...
Imaginei tudinho, com dificuldade, mas esforcei-me, por ti, e consegui imaginar. E pareceu, de facto, bom. Mas foi só imaginação, Sarah...
Agora, fiquei tristita com uma coisa. Não falaste dos meus super hiper mega giros candeeiros. Aqueles que encontrei no olx. Lembras-te. Não me digas que também não foste sensível à beldade da coisa?
- escreveste duas vezes. a primeira bem. a segunda mal. para a próxima, não falhas! ;)
- pois que andas desatenta. estou farta (pronto, nem tanto) de dizer que vivo em Coimbra.
- provocadora? nope. palhacita, sempre ;p
(obrigada pelo comentário. és uma fixe, pá!)
Ohh... Tem calma. Todos temos fases más na vida e certamente essa vai passar. Para tudo tem de haver uma solução e vais ver que, com muita paciência, depressa te vais ver livre desse problema. Boa sorte! :-)
ResponderEliminarEspero que passe, sim. Depressa, tenho a certeza que não será. Mas se conseguir resolver, um dia, já será bom...
EliminarMuito obrigada, Caco!
A minha oferta mantem-se válida, se precisares que te ajude a bater no empreiteiro é só chamares, que eu num saltinho ponho-me em Coimbra! (ok, agora estou um bocado longe mas a coisa arranja-se!).
ResponderEliminarBestas quadradas que desanimam uma pessoa assim :\ Pode demorar, mas assim que conseguires resolver toda esta trapalhada vais voltar a sentir a casa como tua :) tenho a certeza! Boa sorte*
Ai que eu li "abater o empreiteiro", lol. (Bom, com os contactos correctos, também se arranjava!)
EliminarIF
Se tens a certeza, Anouska, quem sou eu para contestar ;)
EliminarMuito obrigada!
(se eu precisar de mais dois braços, aviso :p)
Ahahahahah! Abater também não. Credo!
Eliminar(quoi que...)
Não te vou dizer para teres calma porque há dias em que só apetece gritar até nos falhar a voz e mandarmos o mundo, especialmente quem nele habita, a um certo sítio... Esse empreiteiro merece que lhe cresça um pinheiro num certo sítio, e um pinheiro com muitos ramos e carregadinho de pinhas!
ResponderEliminarEspero que tudo se resolva o mais rápido possível, as obras e todo o resto!!
Eheheh... merecia isso e muito pior, NTW...
EliminarMuito obrigada. Mesmo :)
Deixa de ser parvinha. Uma coisa não destrói a outra. Isso é mentalidade de pessoa menor.
ResponderEliminarI
Deixa de ser parvinho. Uma pessoa que não sabes da missa a metade não tem autoridade para lançar palpites. Isso é mentalidade de pessoa boçal.
Eliminar*sabe
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