terça-feira, 16 de julho de 2013

o "muito" torna-o pouco


Aquele verbo seguido de pronome que, em tempos, as pessoas tinham medo de dizer mas que, hoje em dia, está na boca de toda a gente por tudo e por nada. Aquelas duas palavras coladinhas pelo hífen que, parece-me, só se dizem com a maior das facilidades quando não se sentem mesmo por dentro. Aquelas palavras que não disse quando efectivamente sinto que as senti (e o que me cobraram, mais tarde, por não as ter dito...). Aquelas palavras que acabei por dizer, uma vez, mas logo a seguir me arrependi. Arrependi-me porque disse e não sentia. Disse porque me queria convencer. Disse porque queria sentir. Disse porque, dizendo, esperava torná-las verdadeiras. Esperei. Não senti. Desmenti. Nunca mais disse.

 
Não tenho grande legitimidade para falar dessa expressão, como podem ver. Mas respeito-a. Conheço o seu valor. Reconheço a sua importância. Por isso mesmo não gosto de a ouvir seguida daquele "muito" que a reduz, que a minimiza. É um dos mais belos sentimentos, dizem. E eu bem sei que o é. Pena que, para certas pessoas, tenha de ser acompanhado do "muito".
O "muito", para mim, torna-o pouco.
 

12 comentários:

  1. É uma pena vulgarizarem a expressão!

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  2. É uma expressão que diz tudo sozinha. Mas acompanhada do muito...bahhh!

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  3. Não me lembro da ultima vez disse isso...
    Mas sim, concordo contigo em tudo..

    Mustacho-te muito! :D haha

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    1. Hum... isso de não se lembrar não é lá muito bom sinal...

      Tens muito bom gosto! ;D

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    2. Sei a quem o disse, não sei em que altura foi.
      E deste então, não mais essas palavras me sairam da boca (dessa forma sincera, só na brincadeira com amigos).

      Todas as pessoas de mustache/moustache são dotadas de um gosto acima do normal. :)

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    3. Menos mal...
      Na brincadeira, com os amigos, deve ser bom... :p

      Não tenho dúvida alguma ;)

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  4. Já disse. Não devia ter dito. E concordo que vale por si só!

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  5. Jà há muito tempo que não a ouço nem com muito nem sem muito.

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