Cinco anos e sete meses depois, mais dia menos dia, voltou a fazê-lo. A janela é outra. Passei do quinto andar, de um prédio com sete, para o segundo andar, de um prédio que só esses dois tem. A rua é mais tranquila, o ar menos poluído. Voltou a fazer exactamente o mesmo. Ligou-me, pouco antes da hora de jantar. Há cinco anos, atendi logo. Ontem, rejeitei duas vezes a chamada, antes de me decidir a atender. Continua a ser o mesmo teimoso, com aquela capacidade excessiva de insistir. Voltou a pedir-me para ir à janela. Há cinco anos, fui até à da cozinha, curiosa. Ontem, fui à do "quarto do fundo", receosa. Perguntou-me, como há cinco anos atrás, se o estava a ouvir bem. Não foi preciso falar tão alto, desta vez. Começou aquilo que percebi ser a sua serenata. Tal e qual como da outra vez. A música escolhida foi outra. O empenho e aquela vontade de fazer bem feito, directamente proporcional à falta de jeito, isso estava lá tudo, como há cinco anos atrás.
Ri-me muito, há cinco anos atrás. Conhecia-o há menos de dois meses. No final, fez-me aquela pergunta, tentando pôr um ar sério naquele seu rosto que é todo ele sorriso e boa disposição, com cinco andares a separar-nos. Já o tinha feito, olhos nos olhos, alguns dias antes, durante um passeio no Basófias. Não lhe dei a resposta que pretendia, nem no barco, nem à janela. Mesmo assim, o seu olhar continuou a ser de esperança, aquela esperança boba de quem ama, e nunca deixou de o ser.
Ontem, não perguntou nada, mas o olhar, esse, era o mesmo. Igual àquele de há cinco anos e sete meses atrás. E é difícil perceber que ele ainda não entendeu. É difícil de aceitar. É difícil ficar com a certeza de que isto ainda não está definitivamente resolvido. É difícil sentir que ele ainda espera, quando não há mais pelo que esperar. É difícil.
É dificil e muito complicado...
ResponderEliminarEssas situações não costumam ser faceis de resolver...
Verdade, Sexinho...
EliminarQue situação complicada...
ResponderEliminarEspero que tudo se resolva a bem
homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
Obrigada, hsb
EliminarPersistência não lhe falta.
ResponderEliminarDeve gostar de gajas de bigode. loool
Outra vez, microcéfalo? Nunca renovas essas tuas piadas, não? ;p
EliminarTens razão... ando pior do que "Os Malucos do Riso". eheh
EliminarAi andas andas... ;D
EliminarMas não percebi uma coisa. O rapaz foi teu namorado ou vocês só andaram (ou não) 2 meses? É um bocado chato. Tendo em conta o que possam ter vivido, ou estás diante de um homem saudoso ou de um pshyco! :D
ResponderEliminar*psycho, pá!
ResponderEliminarIsso!
EliminarNão, não é psycho (graças a todos os santinho...).
EliminarQuanto a mim, nunca fui de “só andar”, Colour.
(Onde raio foste tu buscar essa dos dois meses?)
Situação complicada, espero que não tenhas de fugir como eu já tive (long story... :). Força miúda
EliminarNão, claro que não tenho de fugir, Aidan. Pelo menos, a situação ainda não chegou a esse ponto...
EliminarObrigada! :)
(ui... cheira-me que tiveste uma história bem complicadinha...)
É um adepto da teoria do "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Mas 5 anos... se tivesse que furar, já tinha furado. :)
ResponderEliminarP.S. O problema da visão não é do peso, é da diabetes. :|
Cinco anos foi o tempo que passou entre os dois acontecimentos de que falei, standby. Como é óbvio, há uma história pelo meio :)
EliminarP.S. Ui... isso é muito chato... Força!
Por vezes o que se sente, a intensidade com que se sentiu aquilo que se viveu, é suficiente para passarem 5 anos e mantermo-nos ali. Não é nada de psycho, é algo que ultrapassa a compreensão geral de quem nunca o viveu, até ultrapassa mesmo a compreensão de quem espera sabendo que não há nada pelo que esperar.
ResponderEliminarTens o dom de me emocionar, sempre, S.o.l. Sabias?
EliminarAinda não me tinhas dito :)
EliminarAgora já disse :)
EliminarE olha que não é assim tão fácil...(é que ainda mal "nos conhecemos", mas não quero que fiques a pensar que sou uma lamechas ;) )
:D
EliminarClaro que não! És tão lamechas quanto eu :D
Isso aí já não sei... ;D
Eliminarde desistente não o podem acusar! é preciso é muita calma ahah
ResponderEliminarTer calma é um bom conselho, sem dúvida :)
EliminarBem-vinda, Lia!
Que lindo quando estiveres na casa dos sessenta e ele sessenta e oito, com um aparelho de surdez e v. com um álbum de fotografias tentando identificar o gajo lá embaixo...no térreo.;>))
ResponderEliminarHein?!??! Desculpa, acho que não percebi bem tudo... agora que me parece um pouco mórbido, lá isso parece...
EliminarA minha opinião: uuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
ResponderEliminarCusta muito (dói pra burro) dizer alguém que não se está em sintonia, ainda por cima depois duma serenata... Jesus Christ, isso não é coisa para meninas, mas sinceridade e clareza acima de tudo, certo?! Se ele não entende, ok custa, eu sei, mas não há muito mais que possas fazer. Ele não tem amigos que o ajudem a compreender duma forma que só um amigo consegue?! Boa sorte!!
Sinceridade e clareza, sempre foi um dos meus lemas. E, admito, nem sempre me dei bem com ele. Mas não dá para ser de outra maneira. Sou assim mesmo.
EliminarObrigada, miss Certezas!!! :)
Andas com uns sonhos estranhos...
ResponderEliminar:P
E lá estás tu, ND... a brincar com coisas sérias... ;p
EliminarUi... Mas está mesmo tudo esclarecido?!?...
ResponderEliminarEstá sim, Libelinha.
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