Nunca quis saber deles. Sempre achei que eram uma treta pegada (e alguns, para mim, continuam a sê-lo, atenção). Mas, de há uns quantos meses para cá, tive de me render às evidências. Primeiro, foi aquele de que as coisas acontecem quando menos se espera. Lembram-se? Pois bem. Tive de concordar. Tive de admitir que é uma verdade. Pelo menos, para mim, foi mesmo assim, naquele momento. E foi bom. Assustador. Com um período de receios e dificuldade em acreditar, mas imensamente bom. Intensamente bom. Intrinsecamente bom.
O problema é que a revelação da veracidade de um cliché nunca vem só. E, poucas semanas depois, fui apanhada por outro. Sempre que algo muito bom acontece, algo muito mau está para acontecer. E foi mesmo. A boa notícia não podia ser vivida em pleno. Tinha de aparecer outra para estragar tudo. Enfim, tudo também não, que a boa notícia não desapareceu. Continua cá, continua viva. E ainda bem que assim é. Mas a má não deixa que a felicidade seja total. A má não deixa uma pessoa estar inteiramente feliz. E é complicado. É duro. É lixado. É mesmo.
Amanhã, vou para França. Pela primeira vez, não é por um bom motivo. Minto. Pensando melhor é a segunda. A primeira vez, já lá vão doze anos e meio. Pouco depois de ter regressado a Portugal, perdia a Mamie Z. Vou com a mesma esperança do que há doze anos atrás. Espero não ter de perder, desta vez. Aliás, acredito, com todas as minhas forças que, desta vez, a coisa má deixará de o ser. Quero acreditar que se pode alterar o cliché. Quando algo muito bom acontece, algo mau aparece pelo caminho porque temos mais forças para o superar e superamo-lo. Assim é que deveria ser. E, espero, assim será. Melhor dizendo, creio convictamente que não poderá ser de outra forma.
Até já, malta.